Aviso!

Proibida a reprodução ou uso dos textos do autor do blog sem a sua prévia autorização.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

Momento Fernando Pessoa

O vídeo abaixo é um trecho da novela O Clone, exibida pela rede Globo. O personagem, vivido pelo ator Osmar Prado, era um alcóolatra e durante uma discussão com o patrão, Reginaldo Faria, recita um poema de Fernando Pessoa.

Osmar Prado - Poema em Linha Reta (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mea culpa

O que alimenta tanto o ódio e a vingança em cada um de nós? Por que acreditar que o mal ao outro aliviará o orgulho ferido e o sentimento ruim alimentado dentro de nós? Canceriano, as lembranças são personagens principais em minha vida. Coincidência ou não, vivo a remoer mágoas e suspirar nostálgico.

De tudo isso nada me acrescentou. Em especial, no caso do auto-envenenamento de mágoas. Coração acelerado, imunidade baixa, enxaqueca, falta de apetite e dores estomacais fracas, mas incômodas. Resultado? Um adoecimento leve e a certeza de que me fiz muito mal com tudo o que aconteceu. O mal apenas se alimenta e se torna um tumor maligno que me mata aos poucos.

E se eu tivesse coragem o suficiente para me levantar, ir até quem me magoou (e também magoei) e pedir perdão? Exatamente, me falta coragem. O nobre e valoroso sentimento só nos explode no peito, muitas vezes, quando é para ofendermos alguém. Só somos corajosos para xingarmos em voz alta, humilharmos, ofendermos, agredirmos e rirmos.

Covarde, seguimos nos dando desculpas quaisquer para não fazermos o correto. Mesmo reconhecendo o que fazer, ainda não sou capaz de fazê-lo. Escrever tudo isso talvez não baste para me mobilizar a agir a favor do bem. Um bem que é muito mais para mim do que para outra pessoa.

Tendo assim um motivo mais do que suficiente para me redimir, mas não consigo, não me permito. Provavelmente seja, assim como é pra muitos, errado eu me mobilizar quando fui eu o ofendido. E ao me repetir isso a palavra orgulho se torna clara e ganha significado pleno. Percebemos o erro, reconhecemos, confirmamos a necessidade de fazer algo, mas negamos por vaidade.

Percebo então quanto sou vil, fútil e vulgar. Diferente da imagem de cara bom e correto, que meu egocentrismo sussurrou por tanto tempo ao pé do meu ouvido. Sussurrado, para que ninguém ouça e possa me alertar sobre a realidade. Tentando me fazer acreditar que eu seria um ser humano especial e iluminado.


Deixo aqui o relato de um homem fracassado e o pedido para que ao menos um leitor faça diferente, faça melhor, faça o certo. Mas acreditem, sigo tentando (ainda que timidamente) na esperança de que um dia possa fazer tudo isso que é o certo. O primeiro passo foi dado, reconhecer o quanto falho e errado posso ser.

Caetano Veloso e Jorge Mautner - Eu não peço desculpa