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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Precisa-se de paz

Só espero que este ano se inicie um novo ciclo pra mim, que se acabe a minha fase ruim, meu tempo fechado, meus dias de chuva... porque tudo parece estar fadado a um desgraçado fracasso, a um desmantelamento ao meu menor toque.
A mão de Midas às avessas que, no lugar do ouro, parece deixar os objetos tocados sem nenhum valor. Apodrece a carne, murcham as flores, trincam os vidros e afasta tudo. 

Num eterno medo de ter medo, temendo tudo que não cabe dentro das minhas angústias e imediatismos. O que não é pra agora não serve, não presta, inutiliza-se...

Sem frases de auto-ajuda, versículos bíblicos, trechos de canções ou ditos populares. Só quero saber para quando chega aquela encomendada paz?

Pedro Altério e Bruno Piazza - Paz Interior



sábado, 14 de junho de 2014

Sonhos e Sons

Num trânsito dos menos agradáveis, na volta pra casa, o som do carro tocava aleatoriamente as músicas do pendrive. De repente a escolha traz a música mais bonita (e mais triste, na minha opinião) do rock nacional.

De imediato pude ouvir minha mãe, como se estivesse sentada ao meu lado, dizendo: Essa música é linda! Com certeza ela cantaria toda, alto e rindo dos outros nos carros ao lado se assustando com suas gargalhadas. E como sempre, essas lembranças vêm trazer à tona tudo, o mundo, o tempo, as histórias...

A cabeça voltou alguns anos e de repente foi atrás, na noite anterior. Me encontrei com minha mãe nas ruas. Ela tão feliz, me segurando pelas mãos e levando pelas quadras, praças. Parecíamos estar na nossa cidade, mas ao mesmo tempo não conseguia reconhecer alguns dos espaços por onde andamos.

Eu não disse nada, não conseguia falar por conta do choro. Queria avisá-la, mas sabia que aquilo nos afastaria outra vez. Só chorava, enquanto ela fingia não ligar/ver a minha reação. Ah, que saudade daquele sorriso, daquelas gargalhadas. Haja choro!

Enquanto isso, o trânsito seguia se arrastando numa média de 10 km/h. Cada frase cantada remetia a cada lágrima sonhada. Mas as choradas agora eram reais, quentes, úmidas e salgadas. Tentava acompanhar o Renato, mas volta e meia engasgava em uma estrofe, ou no refrão.

Repeti a canção até chegar em casa, onde minha tia me trouxe outra lembrança (por conta dessa canção) numa praia perto de Salvador (BA), outro momento onde minha mãe também estava. De tarde, querendo descansar, chegando até a praia e vendo se o vento ainda estava forte...

Legião Urbana - Vento no Litoral

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Feliz dia aos namorados!

Dia dos namorados, flores, declarações, pedidos de casamento, lágrimas dos solteiros, saudades dos viúvos... a data é marcada por lembranças. Todos têm alguma história para contar no dia de hoje.

Trago um clássico da literatura e da música popular brasileira. Vinicius de Moraes, o poetinha, que fez da nossa música uma das mais apaixonadas do mundo. Um dos que mais falou/cantou sobre o amor. Eterno apaixonado.


Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude

Nana Caymmi - Eu Não Existo Sem Você/Soneto do Amor Total