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sábado, 26 de março de 2011

Salmos

Salmo 102

1 Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.

2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.

3 Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.

4 O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.

5 Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.

6 Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.

7 Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.

8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.

9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,

10 por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.

11 Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.

12 Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.

13 Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.

14 Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.

15 As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,

16 quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,

17 atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.

18 Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.

19 Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,

20 para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;

21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,

22 quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.

23 Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.

24 Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.

domingo, 20 de março de 2011

Momento Cora Coralina

POEMINHA AMOROSO
(Cora Coralina)

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

quinta-feira, 17 de março de 2011

Encontros Internacionais 16

Hoje é a vez das talentosas Paula Toller e Rosa Passos convidarem artistas internacionais para o nosso encontro.

Paula Toller e Kevin Johansen - Glass (I'm so brazilian)


Rosa Passos e Yo-Yo Ma - Chega de saudade

quarta-feira, 16 de março de 2011

Hora de recomeçar

Desde o final da última semana assisto comovido ao drama japonês que tomou conta dos noticiários. Tanta destruição, tanto caos que me pergunto como deve estar os sonhos de um povo que não deve dormir há dias?

Cinco mulheres na tv foram personagens desse sofrimento. A primeira rodeava escombros e pilhas de carros, casas e todos os destroços levados pelo tsunami, ou derrubados pelo terremoto. A sua busca era por encontrar vivo o sobrinho. A aflição de uma tia, uma mulher que perdeu tudo, menos a esperança.

Depois vieram duas senhoras, a mais nova de cabelos quase todos negros era quem se destacava. Sua serenidade em falar e gesticular, talvez uma característica daquele povo, contrastava com seu olhar assustado. A outra senhora, mais velha, mais baixa e levemente mais robusta se apresentava mais agitada e falante. Mas foi a primeira quem disse que há dois dias elas estavam sem comer.

A quarta personagem era uma senhora sorrindo, parecia estar feliz com toda aquela destruição. Pelo menos seria essa a impressão de algum desavisado que ligasse a tv naquele instante. Sua alegria era que, após a tragédia, ela havia conseguido voltar à sua rua, nos destroços da sua casa e encontrar sua carteira com documentos e cartões de crédito. Agora ela podia comprar comida e água.

Por fim, duas jovens também caminhavam por seus escombros. Tão novas, tão cheias de vida e "perdidas" por entre montes de desilusão. Ali imaginei uma mente tentando achar um futuro quando tudo em volta está no chão. Estas duas faziam uma busca, mas não por entes levados pelas águas, nem soterrados por concreto, tampouco por documentos. Nas mãos luvas de borracha e uma sacola com alguns alimentos, reviravam os lixos buscando por comida, bebida... restos e migalhas capazes de saciar a fome.

O que pensar de tudo isso? Como sorrir? A quem culpar? Por onde andará Deus?, perguntarão alguns. Outros radicais dirão que Deus castigou a nação japonesa pela sua maioria não cristã. Mas então onde Buda estava para permitir tudo isso?

A pergunta certa seria o que temos de aprender com tudo isto. Qual lição receberemos nesse momento? Essa é uma boa chance de praticarmos a caridade. Estender a mão pra quem precisa de tanto, de tudo. Nós, do terceiro mundo ajudar a terceira maior economia mundial. Com tantas toneladas de grãos e alimentos que desperdiçamos todos anos será que ajudaríamos o Japão? Mataríamos a fome da África miserável e faminta? Saciaríamos o Haiti devastado também por um terremoto?

Com o passar dos anos e as tragédias tornando-se maiores e rotineiras é preciso enxergar o óbvio, o anormal. O caos, a tragédia e a devastação pode alcançar qualquer um, todos nós. Este é um tempo de transformações íntimas e profundas do ser humano. Talvez o apocalípse cristão, mas para que morramos na ignorância e mediocridade do homem velho para o nascimento de um ser melhor para si e para o próximo.

Ainda podemos melhorar. Há tempo para garantir o futuro àquelas jovens revirando lixo no Japão. Podemos saciar a fome das senhoras desabrigadas e rezar pela tia aflita em busca do sobrinho. Podemos muito e no final recomeçarmos, todos, e sorrir.

sábado, 12 de março de 2011

A vó que escolhi pra mim

Segundo o espiritismo, antes de virmos para cada nova vida fazemos nossas escolhas (de um modo geral, respeitando os mais diversos casos). Optamos por pessoas e situações com as quais iremos nos deparar para que possamos alcançar, ou caminhar rumo, a evolução espiritual. Crendo nisso sei que fiz a melhor escolha no quesito família e amigos. Mas de longe minha avó paterna é uma das figuras mais fantásticas que habitam no meu universo.

Ativa, falante, religiosa ela se esquece dos seus 80 e poucos anos e quase sempre faz suas estripulias. Ela é uma daquelas pessoas de sentimentos transbordando. Lágrimas e sorrisos estão sempre prontos para brotarem de seu rosto marcado pelo tempo e pelas histórias. Geniosa, teimosa, mas que sabe reconhecer erros e pedir perdão como poucos fazem (me incluindo entre os muitos que não fazem).

A última peça pregada pela mocinha rendeu 40 dias de cama. Um martírio para uma criatura que não fica parada nem dormindo. Ainda assim continua com suas obrigações religiosas, mantendo de pé o pilar religioso da nossa família. Mulher de fé e força, que voltou a estudar no auge dos 70 anos, mas que também chora e lamenta por ultimamente não estar na cozinha ou saindo de casa.

Ultimamente tenho tentado manter o bom humor e alto astral dela. Durante o passeio na cadeira de rodas do quarto para o banheiro roubo um beijo, para a sua raiva e alegria. Ou mesmo quando a ajudo a responder suas palavras cruzadas, enquanto fico ao seu lado dizendo besteiras. E no mísero esforço que faço para colocá-la na cadeira, conduzí-la pela casa e devolvê-la pro repouso ela fica com pena de mim. Dá pra acreditar?

Enfim, essa é a figuraça da minha avó. Por motivos diversos quis o mundo superior que ela tirasse merecidas férias dos afazeres do lar e percebesse que não é tão jovem quanto antes. Mas se bem a conheço, logo ela teima e começa a correr da gente casa afora.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Momento Clarice Lispector

Em homenagem ao mês da mulher, postagens de grandes mulheres. Começo pela genialidade de Clarice Lispector.

A importância da maternidade
(Clarice Lispector)

“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

Dicionário Musical: amor (10)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Cássia Eller - Todo amor que houver nessa vida



João Bosco - Quando o amor acontece


Sandra de Sá - Retratos e canções


Léo Jaime - Eu preciso dizer que te amo


Maria Bethânia - Amor de índio


Armandinho - Eu juro


Pepeu Gomes e SNZ - Mil e uma noites de amor