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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Destino

Muitas pessoas acreditam na ação do destino. Acontecimentos que estariam programados para se realizarem em suas vidas. Inevitavelmente para essas pessoas os encontros e desencontros da vida seriam "culpa" desse agente conspirador e tão influente nas vidas de todos.

Quanto a mim... simpatizo com esse tal destino. Acho até poética a ideia de que amores foram unidos por causa dele. Pela sua vontade e força vidas e sonhos foram realizados. Seria ele um deus? Se tudo depende tanto da sua influência estaríamos fadados a eterna manipulação e realização dos seus caprichos?

Bem, acho que esse lance de crer que o destino define tantas coisas é complexo demais para ser verdade. Acredito que certos encontros já estejam planejados muito antes do nascimento dos casais. Acredito também em muitos acontecimentos que fujam até da vontade das pessoas a quem afeta, mas não tudo.

Viver é tão incerto que não dá pra pensar numa vida toda pré-estabelecida sem que nada seja feito fora do programado. Mas confesso que certos "lances" intrigam pela forma como procedem. Sempre me vi envolto nos fenômenos que ele me proporcionou. Quase sempre de uma forma bem planejada, por vezes me levando a crer em sua divindade.

Há anos venho esperando por um acontecimento. Hoje ele finalmente chegou até mim e, garanto, foi no momento exato pra acontecer. Foi destino, foi espiritual, foi apenas resultado da semente plantada lá atrás?

Não sei se o destino, ou se foi a espiritualidade que proporcionou o melhor momento para sua realização. Fico com a segunda hipótese, até por ela se encaixar com aquilo que acredito.

Certo mesmo é que este acontecimento foi fruto de uma decisão tomada lá atrás. Optando por fazer; fiz, consegui e hoje recebi o resultado dessa escolha. Poderia ter seguido inúmeros caminhos, sendo então eu o programador da minha vida.

O destino, como alguns chamam, apenas apresenta a opções. Nos entrega o cardápio e abaixo de cada escolha os ingredientes detalham o que pode nos esperar lá na frente. Acredito que tenha sido tudo isso, foi o que deveria ser e agradeço por merecer tudo o que já me aconteceu e foi dado.

Colhendo e plantando, o destino é muito mais um terreno fértil que irá nos dar os frutos que desejamos colher, do que um deus que não nos permite fazer escolhas nem tomar decisões sobre nossas vidas.

Jorge Vercilo - Monalisa

terça-feira, 26 de julho de 2011

Momento Pitágoras

"Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."

"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."

"Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance."

"A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus."

"O defeito é um monstro que não procria."

"Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la."

quinta-feira, 21 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Salmos

Salmo 70

1. No Senhor procuro paz,
não quero me sentir perdido.

2. O Senhor é justo, livre-me e defenda-me.
Ouça-me, Oh, Deus, e salve-me.

3. O Senhor é meu rochedo,
onde tenho abrigo.
O Senhor é minha fortaleza,
quem me defende,
pois o Senhor é minha rocha e minha cidadela.

4. Deus meu,
tire-me os maus pensamentos,
das mãos de ímpios e opressores.

5. O Senhor é minha segurança e
minha esperança, desde os tempos da
minha juventude.

6. No Senhor sou protegido desde
minha concepção. No seio materno
Ele me amparou,
e por isso sempre tenho esperanças.

7. Acreditei que minha proteção Divina
vinha do sofrimento. Eu estava errado.

8. Aprendi que Deus é alegria,
e coloquei em meus lábios apenas louvores,
todos os dias.

9. Não me deixe agora na velhice,
quando não mais tenho forças para trabalhar.
Oh! Senhor, não me abandone jamais.

10. As pessoas que não pensam como eu
parecem estar contra mim,
sinto-me perseguido.

11. Eles dizem:
"Deus o abandonou, você nunca terá liberdade".
Sinto-me só,

12. não fique tão longe de mim, Oh, Deus,
apresse meu socorro.

13. Que as pessoas com pensamentos contrários
se confundam e se arrependam de me
desejar coisas ruins.
De confusão e vergonha se cubram.

14. Eu, entretanto,
tenho paciência,
e dia-a-dia, me dedico,
cada vez mais, a enaltecê-Lo.

15. Meus lábios dirão o quanto o Senhor é justo, e
como sempre me auxilia.
Oh! Senhor, cuja grandeza não tem limites.

16. Narrarei a todos o
quanto o Senhor é poderoso!
Proclamarei e darei conhecimento
de Sua justiça.

17. O Senhor me instruiu desde a juventude,
Oh! Deus, e até hoje
proclamo Suas maravilhas.

18. Não me abandone na velhice.
Quero proclamar a força de Seu braço
a toda geração presente.
Que este poder se estenda a todas
as gerações vindouras.

19. E que Sua justiça atinja os céus,
Oh! Deus.
Graças ao Senhor, que faz
coisas grandiosas.
Não há nada igual ao Senhor.

20. O Senhor colocou sobre mim
inúmeras provações. Mais uma vez, o Senhor
fará com que eu viva
e, das doenças, o Senhor há de me
livrar novamente.

21. Faça crescer minha dignidade.
O Senhor é meu consolo.

22. Oh! Deus,
celebrarei na lira
o quanto é leal o santo rei de Israel.
Hei de entoar
salmos ao som da cítara.

23. Através do canto
meus lábios vibrarão com minha alma,
agora em paz.

24. Minhas palavras proclamarão,
o dia inteiro, o quanto o
Senhor é justo.
Porque os que buscam nos
pensamentos negativos
são frustrados e cheios de vergonha.
Eu sou feliz!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Forte ou fraco?

Com a xícara em minhas mãos me questionei, como se fosse um personagem de Shakespeare segurando o crânio. - Forte ou fraco, o que beber?, após a gaiatisse ri sozinho. Lembrei-me da infância, no tempo em que o café doce me encantava.

Tempos em que o bom era o gosto docinho, saboroso e encantador, principalmente para uma criança. Talvez a vida fosse assim, doce e saborosa como o café. E quem falou que ainda hoje ela não seja tão saborosa e doce quanto antes?

No meu diálogo comigo mesmo (que os professores de português e colegas jornalistas vejam isso como uma licença poética), o que em tese seria um monólogo, mas não foi, lembrei-me que hoje a preferência é pelo café de gosto forte.

O doce de antes não me agrada mais. Por quê sou incapaz de encontrar o meio termo entre o doce e o forte. Onde dosar, no açúcar ou na cafeína? Por quê mudar tanto um paladar? Perdeu-se o quê desde os tempos de menino?

Preciso aprender a dosar esse açúcar, não perdê-lo e nem exagerar na mão. Muitas vezes acho que tenho perdido essa medida na vida. Se por vezes ela vem forte, margeando o amargo, outras torna-se melada e enjoativa.

Se não achar uma solução entre o doce e o forte, quem sabe adicionar leite, chocolate e outras boas misturas para tornar melhor o meu café.

Fernanda Takai - Com açúcar, com afeto

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Momento Caio Fernando Abreu

"O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato."

"Apague minhas interrogações.
Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física,
dois corpos ocuparem o mesmo lugar."

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo,
e ninguém suspeitar dos traumas,
das quedas, dos medos, dos choros."

"Vai passar, tu sabes que vai passar.
Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? "

"Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"

"Dói muito, mas eu não vou parar. A minha não-desistência é o que de melhor posso oferecer a você e a mim neste momento."

“Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.”

sábado, 9 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Momento Fabrício Carpinejar

Poemas do livro Cinco Marias
(Fabrício Carpinejar)


Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.

...

Eu fui uma mulher marítima,
as rugas chegaram antes.

Eu fui uma mulher marítima,
paisagem e pêssego,
uma faísca
entre a corda do barco
e a rocha.

Eu fui o que não sou.
Depois que inventaram o inconsciente,
a verdade fica sempre para depois.

...

A mãe orquestrava a horta.
Reservava espaço para ervas daninhas
e seu alfabeto de moscas.
Não mexia na ordem de Deus.
Louvada seja
a esmola de uma hortaliça.

...

Acerto o relógio pelo sol.
Percorro as dez quadras
de meu mundo.
As ruas são conhecidas
e me atalham.

...

Meu medo se interessa por qualquer ruído.
Hoje quero alguém para conversar enquanto dirijo,
baixar os faróis em estrada litorânea,
enxergar pelas mãos.

...

Fazer as coisas pela metade
é minha maneira de terminá-las.

Os poemas aqui publicados integram o livro inédito Cinco Marias.
fonte: www.carpinejar.com.br

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Momento Mário Quintana

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!



A BELA E O DRAGÃO

As coisas que não têm nome assustam,
escravizam-nos, devoram-nos...
Se a bela faz de ti gato e sapato,
chama-lhe, por exemplo, A BELA
DESDENHOSA.
E ei-la rotulada, classificada,
exorcizada, simples marionete
agora, com todos os gestos
perfeitamente previsíveis,
dentro do seu papel de
boneca de pau.
E no dia em que chamares a um dragão
de JOLI, o dragão
te seguirá por toda parte como um cachorrinho...

Sapato Florido (1948)