quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Música Animada - 9
Ludov - Esquece e vai sorrir
Na mistura vídeo-animação Os Paralamas do Sucesso são pioneiros. Em Busca vida, faixa do álbum Nove Luas, de 1996, os roqueiros já faziam essa combinação animada em seu clipe.
Os Paralamas do Sucesso - Busca vida
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Encontros Musicais: 17/12
Dominguinhos e Ivete Sangalo - Gostoso demais
Zélia Duncan e Hamilton de Holanda - Disfarça e chora
Sérgio Mendes e Vanessa da Mata - Acode
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Feliz ano que vem!
O meu desejo é que todos tenham, de fato, vivido um ano repleto de coisas boas. Ainda que não tenha vindo aquele emprego, ainda que tenha perdido alguém que amou muito, ainda que não tenha conseguido perder aqueles quilos antes das férias. Mesmo assim, você conseguiu sorrir em algum momento. Conseguiu se esquecer dos problemas por alguns minutos e espero que tenha entendido que recebeu muita coisa boa e que precisa de muito pouco para ser feliz, de fato.
Que em 2011 a gente consiga tirar os planos da "gaveta" e colocá-los em prática. Que a gente se cobre menos, ria mais, perdoe, se arrisque, ame, ajude, se doe ao outro (apenas em troca de um sorriso) e olhe o próximo com menos preconceito e mais compaixão. Que na fé de cada um as boas preces sejam sempre feitas ao mundo. Que a gente possa depender menos da tal da grana, dos modismos e da internet. Que vivamos o bom e velho "olho no olho", as visitas inesperadas, viagens com os amigos e passeios em família.
Que este Natal encha nossos corações de paz e felicidade. Que este novo ano traga novas alegrias, novas esperanças e força para as dificuldades que estão por vir.
Peço perdão aos que magoei, entristeci ou ofendi.
Agradeço aos que me ajudaram, que riram comigo, riram de mim e riram para mim.
Obrigado por dedicarem mais um ano de suas vidas à nossa amizade.
Ivete Sangalo e Monica Sangalo - Completo
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Dicionário Musical: amor (8)
Léo Jaime e Kid Abelha - A fórmula do amor
Isabella Taviana - Um dia, um adeus
Fagner - Borbulhas de amor
Ana Cañas - O nosso amor a gente inventa
Papas da Língua - Pequeno grande amor
Oswaldo Montenegro - Lua e Flor
Adriana Calcanhoto - Do fundo do meu coração
Fernanda Takai e Rodrigo Amarante - O ritmo da chuva
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Momento Nando Reis
Por onde andei
(Nando Reis)
Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Amor eu sinto a sua falta
E a falta
É a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava
Nando Reis - Por onde andei
domingo, 5 de dezembro de 2010
Encontros Internacionais - 14
Sérgio Mendes e Will.I.am - Água de beber
Sérgio Mendes e John Legend - Please baby don't
Sérgio Mendes, Will.I.am, Justin Timberlake e Pharoahe Monch - Loose Ends
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Dicionário Musical: amor (7)
Emílio Santiago - Eu sei que vou te amar
Zeca Pagodinho - Tive sim
Shirle de Moraes - Paula e Bebeto
Ira! - Por amor
Adriana Calcanhoto - Maresia
Blitz - Você não soube me amar
Ivete Sangalo e Ed Motta - Medo de amar
Fugir pra felicidade
Apertar tua mão, mas não te beijar foi cruel. Foi uma pena pesada demais para este meu crime social. Eu sei que eles são apenas crianças e não entendem nada da vida, mas ainda assim doeu. E o que aconteceu na vida deles? Por que a minha felicidade incomoda tanto a deles? Que moda querem seguir, o que tanto querem expor (além das suas próprias vidas)? Quem os elegeu juízes para condenarem meus sonhos?
A vida não é uma peça de teatro, não temos tempo pra ensaios. Vamos casar, vamos fugir pro nosso planeta antes que seja tarde demais. Antes que chegue a manhã e a gente não possa mais sair daqui. Vamos pro nosso canto, de lá repovoar o mundo com gente que entenda o amor em toda sua textura, tom, forma, peso, som, cor, perfume e ardor. Gente com tempo pra viver, que consiga deitar na grama para buscar desenhos nas nuvens.
Juntos sermos deuses, para criar mais bicho, mais verde, mais riacho. Construirmos, no nosso mundo, um mundo onde todo mundo possa ser quem se é (quem se quer ser). E lá, no nosso lugar, não haveria altar. Não haveria templo, não haveria tempo para se encher de dogmas e preconceitos. Sermos deuses, sermos donos da nossa felicidade.
Zélia Duncan - O habitat da felicidade/Presente
domingo, 28 de novembro de 2010
Encontros Musicais: 28/11
Ivan Lins e Simone - Começar de novo
Paulinho da Viola e Clara Nunes - Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida/ O Mar Serenou/ Argumento/ Tristeza Pé no Chão/ Pecado Capital/ Menino Deus/ Guardei Minha Viola/ Conto de Areia
João Bosco e Zizi Possi - Dois pra lá e dois pra cá
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Momento Manoel de Barros
"O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito."
"A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos."
"Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos."
"Por pudor sou impuro."
"Não preciso do fim para chegar."
"De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península."
"Do lugar onde estou já fui embora."
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Música Animada - 8
Nação Zumbi - Bossa Nostra
A animação tem sido uma ótima opção para clipes. Seja entre os veteranos, ou entre novas bandas. O pessoal do Gram também viu na animação uma boa maneira de tornar visual a sua música.
Gram - Você pode ir na janela
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Olhos repreenssivos
Não poderia te abraçar, te beijar, ou te querer mais do que com o olhar. Mas tinha você pra sempre, enquanto esse "sempre" durasse. Três quadras andando, conversando contigo e aproveitando o descuido do mundo (que por alguns instantes deixava de nos vigiar) pra fechar meus olhos e de alguma forma poder segurar sua mão e te roubar um beijo.
Já me bastava tudo aquilo. Mesmo sendo pouco era o suficiente pra me fazer bem. Ao teu lado me liberto um pouco de mim e posso voar mais alto. - Você vem comigo? Antes que você pudesse me responder te puxei apressando meus passos para que não perdesse seu ônibus. Despedida sem beijos e abraços, mas amanhã pela manhã antes de abrir meus olhos, espero que passes pela minha cama.
Zélia Duncan - Mãos atadas
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Dicionário Musical: amor (6)
Paulinho Moska e Angela Ro Rô - Amor, meu grande amor
Cartola - O mundo é um moinho
Chico César e Maria Bethânia - Onde estará o meu amor?
Zélia Duncan - Pelo sabor do gesto
Apoena - Toda forma de amor
Cássia Eller - Gatas extraordinárias
Maria Rita - O que é o amor?
Pedro Mariano - Quase amor
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Clássico é clássico!
Cazuza - O mundo é um moinho
Clementina de Jesus - Ensaboa
Vanessa da Mata - As rosas não falam
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Momento Chico Xavier
Você pode ainda e sempre:
- avivar o clarão da alegria onde a provação esteja furtando a tranqüilidade;
- atear o calor do bom-ânimo onde a coragem desfaleça;
- entretecer o ambiente preciso à resignação onde o sofrimen-to domina;
- elevar a vibração do trabalho onde o desânimo apareça;
- extrair o ouro da bênção entre pedras de condenação e cen-sura;
- colocar a flor da paciência no espinheiro da irritação;
- acender a luz do entendimento e da concórdia, onde surja a treva da ignorância;
- descobrir fontes de generosidade sob as rochas da sovinice;
- preparar o caminho para Jesus nos corações distantes da verdade.
Tudo isso você pode fazer, simplesmente pronunciando as boas palavras da esperança e do amor.
Do espírito André Luiz, psicigrafado por Chico Xavier, livro Sinal Verde.
sábado, 6 de novembro de 2010
Momento Herbert Vianna
(Thedy Corrêa e Herbert Vianna)
Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
Luiza Possi - Um pequeno Imprevisto
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Encontros Musicais: 05/11
Roberta Sá e Marcelo D2 - Samba do balanço
O rock e os ritmos dançantes da região Norte podem se encontrar nos palcos. Assim como vimos Os Paralamas do Sucesso e Calypso, hoje Joelma e Chimbinha se juntam a Nando Reis e os Infernais. O inusitado encontro faz parte do novo cd do roqueiro, intitulado Bailão do Ruivão. O mais recente trabalho do titã conta ainda com outros encontros, entre eles com os sertanejos Zezé di Camargo e Luciano.
Nando Reis e Calypso - Chorando se foi
Fecho os encontros de hoje sob o som (versão) de Alexandre Pires cantarolando ao lado de Ivete Sangalo. Faixa do cd/dvd Em Casa, gravado em Uberlândia, cidade natal do pagodeiro, e que contou com outras participações especiais.
Alexandre Pires e Ivete Sangalo - Estrela Cadente
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Indiferente
Indiferente com a juventude me excedi. Não pensei que tudo pudesse ser efêmero ou que o caminho pudesse estar tão torto.
De frente para a TV me esqueci. Deixei me seduzir por luzes e sons. Me contentei com muito pouco.
Indiferente para meus problemas continuei a assistir. Olhei minha vida esperando que alguém pudesse deixar tudo pronto.
De frente para o meu caderno não escrevi. Me faltou a inspiração, ou talvez me sobrou alegria para poder escrever minhas tristezas.
Indiferente para os meus sonhos dormi. Duvidei, acreditando que eram as ilusõses noturnas e suas incertezas.
De frente para a fome, não comi. Saciado fiz de conta que o faminto não era um problema meu e o deixei lá fora.
Indiferente para a culpa não a senti. Continuei andando até que tudo fosse embora.
De frente para o tempo sofri. Tentei reviver, tarde demais, tudo o que tinha deixado de perceber, amar, viver e sentir.
Indiferente para a vida morri. Olhei ao redor e vi tudo o que jamais tive e o que nunca irei sorrir.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Dicionário Musical: saudade
Marisa Monte - A sua
Geraldo Azevedo - Ai que saudade d'ocê
Alexandre Pires - Nunca
Roberta Sá - Chega de saudade
Nana Caymmi - Não se esqueça de mim
Jorge Aragão - Já é
domingo, 31 de outubro de 2010
Samba de boca de urna
A escolha dos próximos governadores e do presidente da república é feita por meio do proceso eleitoral, democraticamente. É na urna que o eleitor mostra que detém o poder e é através do voto que ele transfere temporariamente a decisão aos políticos.
Poder que não se limita ao ato de votar, mas que começa neste instante e se estende por quatro anos de vigilância e cobrança junto aos cidadãos eleitos para nos representar. Daí a responsabilidade e a importância presentes no voto.
Se pudesse levaria este samba paras os locais de votação. Fazendo uma boca de urna às avessas e desejando que sejamos, como na música de Dicró, eleitores corruptos e não troquemos nossos votos por promessas, sacos de cimentos ou tijolos. Que a democracia ocupe o lugar do coronelismo arcaico e colonial.
Dicró - O político
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Momento Manoel de Barros
"Tudo que não invento é falso."
"Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira."
"Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou."
"É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez."
"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia."
"Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário."
"A inércia é o meu ato principal."
domingo, 24 de outubro de 2010
Dicionário Musical: amor (5)
Frejat - Segredos
Simone e Martinho da Vila - Ex-amor
Cidade Negra - Onde você mora
Paulinho Moska, Maria Gadú, Kevin Johansen - Oh my love, my love
Vanessa da Mata - Ainda bem
Nando Reis - Quem vai dizer tchau?
Paulo Ricardo - Tudo por nada
Blitz - Mais uma de amor (geme, geme)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Momento Clarice Lispector
"Tenho medo de escrever é tão perigoso. Medo de mexer no que está oculto e o mundo não está à tona. Ele está submerso em suas raízes de profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio, mas é um vazio terrivelmente perigoso, dele arranco sangue.
Sou um escritor que tem medo das ciladas das palavras. As palavras que digo escondem outras. Quais? Talvez as diga. Escrever é como uma pedra lançada num poço fundo"
Encontros Musicais: 16/10
Zé Ramalho e Daniela Mercury - Procurando estrelas
Jorge Aragão e Alcione - Enredo do meu samba
Diogo Poças e Céu - Nada que te diz respeito
Ivete Sangalo e Rosa Passos - Dunas
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Clássico é clássico!
Lulu Santos - Descobridor dos sete mares
Kid Abelha - Gostava de você/Você
Exaltasamba - Não quero dinheiro
O Rappa - Eu amo você
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Rios de lama, sangue e janeiros
Quando era Sol tudo foi arrastado. Sem lama, a lama de terra. Agora a sujeira era (de novo) da violência. Hotéis invadidos por homens armados. Bandidos assaltando e levando tudo por onde passavam. Crianças transformaram-se em alvos fáceis para balas já não tão perdidas, a munição disparada havia encontrado onde ferir.
Agora há um rio de sangue. Escorrendo pelas calçadas, sumindo pelos esgotos. Esgotos mais limpos que a cidade sem-lei, sem dono. Já não existe mais Rio, mar, Redendor, açúcar, ou pão. Já não se pode ter medo. Se pode apenas ter dinheiro para sobreviver. Blindar casas, carros, sonhos e talvez os filhos. Quem puder (sobre)viverá na cidade "maravilhosa".
Acabou a inspiração dos poetas. Os morros já não cantam o samba como antes. A lagoa poluída morre aos poucos e ninguém percebeu que o Rio não continua lindo. Continua apenas indo, sabe-se lá por onde. Morro abaixo, quem sabe?
Planet Hemp - Zerovinteum
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Dicionário Musical: cuidar
Titãs - Os cegos do castelo
O Teatro Mágico - Cuida de mim
Zélia Duncan - Cuide-se bem
Paula Lima - Cuidar de mim
Roberta Campos - Cuide bem do seu amor
Simone - Muito estranho (cuida bem de mim)
Ana Cañas - Luz antiga
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Momento Chico Xavier
Quem quer que sejas; onde estiveres e com quem estiveres;
Que tenha sofrido graves equívocos ou cometido muitos erros;
Que estejas sob fadiga, após haver carregado pesadas tribulações;
Que suportes essa ou aquela enfermidade;
Que permaneça no cerco de rudes aflições;
Que vivas em abandono por parte daqueles a quem mais ames;
Que hajas experimentado desilusões ou agravos que jamais aguardastes;
Que caminhes no cipoal de tremendas dificuldades;
Que anseies por afeições que nunca tiveste;
Que suspires por ideais cuja realização te pareça remota;
Que lastimes prejuízos com os quais não contavas;
Que trabalhes sob injúrias e perseguições que te envenenam as horas;
Que sirvas sob incompreensões ou pedradas;
Ou que chores a perda de entes queridos, ante a visitação da morte...
Sejam quais forem os impedimentos ou provações que te assinalem a vida, asserena o espírito na fé viva e permanece na tarefa que te foi reservada, porquanto, sempre que estejamos guardando paciência e confiança, em nossos obstáculos, trabalhando e servindo na prestação de auxílio para liquidar os problemas dos outros. Deus em regime de urgência liquidará os nossos.
Do espírito Emmanuel, no livro “Companheiro”, psicografado Chico Xavier
Encontros Musicais: 04/10
Caetano Veloso e Maria Gadú - Rapte-me camaleoa
Teresa Cristina e Marisa Monte - Beijo sem
Dominguinhos e Vanessa da Mata - Lamento sertanejo
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Clássico é Clássico!
LS Jack - Amanhã não se sabe
Margareth Menezes - Cegos do Castelo
Marauê - Sonífera Ilha
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Momento Carlos Drummond de Andrade e Cartola
Você vai pela rua, distraído ou preocupado, não importa. Vai a determinado lugar para fazer qualquer coisa que está escrita em sua agenda. Nem é preciso que tenha agenda. Você tem um destino qualquer, e a rua é só a passagem entre sua casa e a pessoa que vai procurar. De repente estaca. Estaca e fica ouvindo.
Eu fiz o ninho.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.
Aí você fica parado, escutando até o fim o som que vem da loja de discos, onde alguém se lembrou de reviver o samba de Cartola; Na Floresta (música de Sílvio Caldas).
Esse Cartola! Desta vez, está desiludido e zangado, mas em geral a atitude dele é de franco romantismo, e tudo se resume num título: Sei Sentir. Cartola sabe sentir com a suavidade dos que amam pela vocação de amar, e se renovam amando. Assim, quando ele nos anuncia: "Tenho um novo amor", é como se desse a senha pela renovação geral da vida, a germinação de outras flores no eterno jardim. O sol nascerá, com a garantia de Cartola. E com o sol, a incessante primavera.
A delicadeza visceral de Angenor de Oliveira (e não Agenor, como dizem os descuidados) é patente quer na composição, quer na execução. Como bem observou Jota Efegê, seu padrinho de casamento, trata-se de um distinto senhor emoldurado pelo Morro da Mangueira. A imagem do malandro não coincide com a sua. A dura experiência de viver como pedreiro, tipógrafo e lavador de carros, desconhecido e trazendo consigo o dom musical, a centelha, não o afetou, não fez dele um homem ácido e revoltado. A fama chegou até sua porta sem ser procurada. O discreto Cartola recebeu-a com cortesia. Os dois convivem civilizadamente. Ele tem a elegância moral de Pixinguinha, outro a quem a natureza privilegiou com a sensibilidade criativa, e que também soube ser mestre de delicadeza.
Em Tempos Idos, o Divino Cartola, como o qualificou Lúcio Rangel, faz o histórico poético da evolução do samba, que se processou, aliás, com a sua participação eficiente:
Com a mesma roupagem
que saiu daqui
exibiu-se para a Duquesa de Kent
no Itamaraty.
Pode-se dizer que esta foi também a caminhada de Cartola. Nascido no Catete, sua grande experiência humana se desenvolveu no Morro da Mangueira, mas hoje ele é aceito como valor cultural brasileiro, representativo do que há de melhor e mais autêntico na música popular. Ao gravar o seu samba Quem Me Vê Sorrir (com Carlos Cachaça), o maestro Leopold Stockowski não lhe fez nenhum favor; reconheceu, apenas, o que há de inventividade musical nas camadas mais humildes da nossa população. Coisa que contagiou a ilustre Duquesa.
* * *
Mas então fiquei parado, ouvindo aa filosofia céptica do Mestre Cartola, na voz de Silvio Caldas. Já não me lembrava o compromisso que tinha que cumprir, que compromisso? Na floresta, o homem fizera um ninho de amor, e a mulher não soubera corresponder à sua dedicação. Inutilmente ele a amara e orientara, mulher sem brio não tem jeito não. Cartola devia estar muito ferido para dizer essas coisas tão amargas. Hoje não está. Forma um par feliz com Dona Zica, e às vezes a televisão vai até a casa deles, mostra o casal tranqüilo, Cartola discorrendo com modéstia e sabedoria sobre coisas da vida. "O Mundo é um moinho..." O moleiro não é ele, Angenor, nem eu, nem qualquer um de nós, igualmente moídos no eterno girar da roda, trigo ou milho que se deixa pulverizar. Alguns, como Cartola, são trigo de qualidade especial. Servem de alimento constante. A gente fica sentindo e pensamenteando sempre o gosto dessa comida. O nobre, o simples, não direi o divino, mas humano Cartola, que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. O som calou-se, e "fui à vida", como ele gosta de dizer, isto é, à obrigação daquele dia. Mas levava uma companhia, uma amizade de espírito, o jeito de Cartola botar lirismo a sua vida, os seus amores, o seu sentimento do mundo, esse moinho, e da poesia, essa iluminação.
Carlos Drummond de Andrade, publicado na edição do Jornal do Brasil de 27/11/1980
Cartola - O mundo é um moinho
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Dicionário Musical: amor (4)
Cássia Eller e Fabão - Nada vai mudar isso
Zeca Baleiro - Meu amor, meu bem, me ame
Paula Fernandes - Pássaro de fogo
Jorge Vercilo e Ana Carolina - Abismo
Roberta Sá - Mais alguém
Leoni e Rodrigo Maranhão - Falando de amor
Paula Toller - Meu amor se mudou pra Lua
Cazuza - O Nosso Amor a Gente Inventa (História Romântica)
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Dicionário Musical: amor (3)
Titãs - Porque eu sei que é amor
Bebel Gilberto - Samba e amor
Herbert Vianna e Sandra de Sá - Vamos viver
Roberto Carlos e Cláudia Leite - Amor perfeito
Lulu Santos - Certas coisas
Alcione - Gostoso veneno
Caetano Veloso - Nosso estranho amor
Marisa Monte - Tema de amor
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Inverno infernal
Na esquina da outra quadra um redemoinho se formava. O pequeno furacão vermelho de poeira levantou de repente levando papéis, folhas, sacos plásticos e tudo ao seu alcance. A mulher com o filho nos braços teve logo os cabelos embaraçados. A criança tapava os olhos com as pequenas mãos enquanto gargalhava.
Ao longe, meninos soltavam pipa, admiravam o fenômeno e riam da mulher com a criança. O vira-latas olhou, mas não se interessou pela cena. Preocupava-se apenas com os carros na pista, temia que pudessem impedí-lo de atravessar e chegar até o campo. Enquanto isso o vendaval passava, deixava pra trás mulher, criança, campo e se desfazia no ar.
Abandonou então seus papéis, sacos, folhas e lixos flutuando e dançando no ar. Agora tudo caía lentamente por cima das casas, entre os galhos do ipê amarelo (com poucas flores). A grama queimada se cobria da poeira vermelha. Uma tentativa de disfarçar a morte vinda com a seca de 4 meses e um descuidado cigarro acesso caído.
No céu, o azul já não era tão bonito como antes. Sem nuvens, sem a intensidade anil de semanas atrás. Inverno seco, quente, empoeirado chegando ao fim, mas onde estaria a chuva de primavera que não apontava no horizonte? Por que as cigarras ainda não começaram a chamar a chuva? Não sei, enquanto isso... segue o seco.
Marisa Monte - Segue o seco
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Dicionário Musical: amor (2)
Tim Maia - Eu amo você
Os Paralamas do Sucesso - Cuide bem do seu amor
Nana Caymmi - Só louco
Lobão - Rádio blá
Marina Lima - Pessoa
Erasmo Carlos e Djavan - De tanto amor
Marisa Monte e Arnaldo Antunes - Amor I love you
sábado, 18 de setembro de 2010
Momento Pedro Juan Gutiérrez
Tudo o que é importante, as coisas mais importantes, são duráveis.
E você sabe que elas estão lá e podemos agradecer por elas."
"Não me interessa o decorativo, nem o bonito, nem o doce, num o delicioso. (...)
A arte só serve para alguma coisa se é irreverente, atormentada, cheia de pesadelos e desespero.
Só uma arte irritada, indecente, violenta, grosseira, pode nos mostrar a outra face do mundo, a que nunca vemos ou nunca queremos ver, para evitar incômodos a nossa consciência."
"Sexo não é para gente escrupulosa.
Sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, de saliva, hálito e cheiros fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é?
Se é só ternura e espiritualidade etérea, reduz-se a uma paródia estéril do que poderia ser. Nada."
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Dicionário Musical: amor
Legião Urbana - Antes das seis*
*O vídeo é uma montagem feita com uma animação francesa
Djavan - Um amor puro
Roberta Campos - Quem sabe isso quer dizer amor*
*cenas da novela Viver a vida, Rede Globo de Televisão
Chico Buarque - Eu te amo
Ivete Sangalo - Meu maior presente
Nenhum de Nós e Duca Leindecker - Paz e amor
Gal Costa e Elis Regina - Amor até o fim
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Momento Carpinejar
(Fabrício Carpinejar)
Na eternidade, ninguém se julga eterno.
Aqui, nesta estada, penso que vou durar
além dos meus anos, que terei
outra chance de reaver o que não fiz.
Se perdoar é esquecer, me espera o pior:
serei esquecido quando redimido.
Não me perdoes, Deus. Não me esqueças.
O esquecimento jamais devolve seus reféns.
A claridade não se repete. A vida estala uma única vez.
O fogo é uma noz que não se quebra com as mãos.
A voz vem do fogo, que somente cresce se arremessado.
Não há como recuar depois de arder alto.
Fui lançado cedo demais às cinzas.
Somos reacionários no trajeto de volta.
Quando estava indo ao teu encontro,
arrisquei atalhos e travessas desconhecidas.
Acreditei que poderia sair pela entrada.
Ao retornar, não improviso.
Minha conversão é pelo medo,
orando de joelhos diante do revólver,
sem volver aos lados,
na dúvida se é de brinquedo ou de verdade.
O vento faz curva. Não mexo nos bolsos,
na pasta e na consciência,
nenhum gesto brusco de guitarra,
a ciência de uma mira
e o gatilho rodando próximo
do tambor dos dentes.
Derramado em Deus, junto meu desperdício.
Vou te extraviando no ato de nomear.
Melhor seria recuar no silêncio.
Cantamos em coro como animais da escureza.
Os cílios não germinaram.
Falta plantio em nossas bocas, vegetação nas unhas,
estampas e ervas no peito.
Suplicamos graves e agudos, espasmos e espanto,
compondo esquina com a noite.
Cantar não é desabafo,
mas puxar os sinos
além do nosso peso,
acordando a cúpula de pombas.
Somos fumaça e cera,
limo e telha,
névoa e leme.
O inverno nos inventou.
Não importa se te escuto
ou se explodes meus ouvidos de orvalho:
morre aquilo que não posso conversar?
Ficarei isolado e reduzido,
uma fotografia esvaziada de datas.
Os familiares tentarão decifrar quem fui
e o que prosperou do legado.
Haverei de ser um estranho no retrato
de olhos vivos em papel velho.
Escrevo para ser reescrito.
Ando no armazém da neblina, tenso,
sob ameaça do sol.
Masco folhas, provando o ar, a terra lavada.
Depois de morto, tudo pode ser lido.
Vejo degraus até no vôo.
Tua violência é a suavidade.
Não há queda mais funda
do que não ser o escolhido,
amargar o fim da fila,
ser o que fica para depois,
o que enumera os amigos
pelos obituários de jornal,
o que enterra e se retrai no desterro,
esfacela a rosa ao toque
na palidez das pétalas e velas,
vistoriando cada ruga
e infiltração de heras entre as veias,
nunca adulto para compreender.
Não há nada de natural na morte natural.
Divorciar-se do corpo, tremer ao segurar
as pernas, acomodar-se no finito
de uma cama e deitar com o tumulto
que vem de um túmulo vazio.
Poema do livro Biografia de uma árvore
(www.fabriciocarpinejar.com.br)
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Recado para um amigo distante
Certo mesmo, enquanto isso, é a saudade que ficará. Das lembranças que tenho a mais recente e mais importante é, talvez, a que me marcará pra sempre. Sem detalhes, sem relatos, mas foi no dia que mais precisei da sua amizade tive a confirmação do quanto podia, posso e poderei confiar nele.
Grande amigo, grande homem, portador de grande valor moral como não se encontra atualmente. O mundo precisa de cubanos, precisa conhecer seres humanos como ele. Que a europa aproveite ao máximo sua estadia. Vai meu Preto, vai realizar teus sonhos, porque nossos caminhos jamais se perderão. Quando se ver só, lembre-se que estou sempre contigo.
Paulinho Pedra Azul - Recado para um amigo solitário
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Música Animada - 7
Ed Motta - Dois mundos
Ed Motta - No meu coração você vai sempre estar
Ed Motta - Grande homem
Debora Blando - Junto com teu sonho
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Momento Carlos Drummond de Andrade
(Carlos Drummond de Andrade)
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Samuel Rosa - Poema de sete faces
Trilhas Sonoras - 7
Paula Fernandes - Quando a chuva passar
Jota Quest - Amor maior
Titãs - Pelo avesso
Maria Gadú - A história de Lily Braun
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Dor de saudade
Fiquei com medo de ter baixado a guarda demais. Com os punhos sempre erguidos eu esperava a qualquer momento o golpe, por isso a defensiva. Posição de combate de quem esteve em muitas brigas, mas você me desarmou. Me deixou de olhos fechados depois do beijo, sorrindo e esperando outro beijo. E agora?
O peito doía e a cabeça se confundia. Não queria amar. Não queria pensar que amar poderia me deixar fraco e jogar por terra todo o fortalecimento que adquiri nos últimos meses. A agonia aumentou, o café forte e amargo acelerou ainda mais a andança pelo corredor. Do quarto pra sala, da sala pra cozinha, da cozinha pra varanda, da varanda pro escritório...
- Alô?, bom dia! - falei de olhos fechados e sorrindo. Do outro lado você parecia me oferecer um sorriso, retribuindo o voto de bom dia. Sorri, mas me vi mais apreensivo. Agora precisar te ver, te tocar, te sentir, te beijar. Até que ouvi: - Amor, tô com saudades de você e não sei o que faço. Acho que nos vermos todos os dias está sendo pouco, vamos ter de morar juntos - me disse. Nós dois rimos e concordei.
Desliguei e a saudade chegou em seu último estágio de tortura. Sua ausência tinha preenchido todos os espaços. Me entreti com a internet e aos poucos foi amenizando o desespero. Em algum momento, quase uma hora depois, voltou aquela saudade, mas dessa vez era você quem me ligava. Parecia ter sentido a saudade que eu sentia. Como se ela emanasse algo tão forte que havia chegado até você. A sua desculpa para me ligar em um curto espaço de tempo era de querer apenas ouvir minha voz.
Desisti de temer te querer. Deixa ser o que tiver de ser. Teremos um ao outro enquanto for permitido, se um dia formos embora é porque já não há mais razão pra ser. Só o tempo sabe ao certo. Agora é nosso melhor momento, então vamos vivê-lo.
Djavan - Cigano
Momento Roberto Shinyashiki
"Quando alguém se dedica a alimentar ilusões, perde oportunidades."
"Você tem mais valor do que qualquer cargo."
"A melhor cura do baixo-astral é abrir os olhos para o mundo."
"A felicidade é feita de pequenas pérolas que você cultiva a cada dia, a cada hora."
"Enquanto você acreditar, o medo não vai se instalar."
"Ser amigo de si próprio é compreender seus erros e ser seu cúmplice para enfrentar os desafios."
"Não desfrute somente o sol, aprecie também a lua."
"A felicidade é uma experiência ligada à sabedoria."
"Sua vida muda quando você muda."
"O primeiro passo para promover uma mudança é libertar-se da imagem que você transmite aos outros."
"Negar as próprias aspirações é um desperdício de energia que faz falta para suas realizações."
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Dicionário Musical: calma
Natiruts - Naticongo
Mart'nália e Zélia Duncan - Calma
Casuarina - Meu drama (Senhora Tentação)
Roberta Campos - Idade do céu
Los Hermanos - De onde vem a calma