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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Momento Augusto Cury

Augusto Cury - O que é ser feliz?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Momento Chico Xavier

"É exatamente disso que a vida é feita, de MOMENTOS.

Momentos que TEMOS que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso próprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante: Nada nessa vida é por acaso.


Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível.

A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser."

sábado, 24 de dezembro de 2011

Pequenas histórias natalinas

Sempre me lembro de muitas histórias vividas na infância quando chega este período de fim de ano. Me lembro especialmente de um (ainda mais) pequeno Vini se achando adulto o suficiente para beber vinho, espumante e similares. No final, não conseguindo, alguém gritava: Só quando você for adulto.

Fazer o quê? Me contentava com o Guaraná Antarctica naquelas que, eram imensas, garrafas de vidro de 2 litros. Hoje, quando vou beber um refri, os mais novos da família me dizem: O refri é das crianças! kkkkkkkkkkkkkk

Enfim, Feliz Natal!

Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos - Sou uma criança

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Vamos voar em 2012?

Doze meses se foram e com eles tantas coisas passaram. Pessoas, momentos e histórias que me lembraram que ainda estou vivo. Quando se chora, ri e se tem esperança é porque a maquininha do coração ainda está a pleno vapor. Pulsa e sente tudo o que se pode sentir.

Quando tudo vai mal os minutos se arrastam, parecem não ter pressa. Mas quando as coisas vão bem, voam. Posso dizer que tive um ano metade arrastado, metade corrido. Aliás, bem mais corrido do que o contrário.

Não foi um ano ruim, pelo contrário, foi o melhor. A partir da 'fase ruim' muitas coisas boas vieram, mas me exigiram as mudanças necessárias para que isso acontecesse. Aquelas mudanças que de tempos em tempos nos sacodem, nos tiram da zona de conforto e exige levantar acampamento e buscar novo abrigo. Meu 2011 foi um tempo de aprendizado.

Entendi o que precisava mudar, daí o ano passou correndo e terminou. Como se tivesse apenas fechado meus olhos para começar a sorrir e ao abrí-los os meses sumiram. Fui e, ainda estou sendo, muito feliz.

De repente a vida é apenas um 'jogo' onde as nossas escolhas trazem consequências, sejam elas boas ou ruins. Mesmo quando tudo parece ir mal, isso é apenas um estímulo para a(s) mudança(s) necessária(s). E a calmaria seja o resultado da escolha certa. O brinde por apararmos as arestas que a vida cobra que aparemos.

Quando vai mal precisamos pôr os pés no chão e caminhar. Quando vai bem levantamos voo e, mais leves, ultrapassamos os obstáculos.

Talvez o ano de todos tenha sido assim com muitos aprendizados. Talvez ainda se arraste, esperando a mudança. Ou, melhor ainda, pode ter voado, sendo um ano tranquilo do começo ao fim. Tenha sido ele como for, vamos sorrir e começar os planos para 2012.

Cada novo dia que temos é a oportunidade de pedir perdão e amarmos uns aos outros. Sendo assim, verdadeiramente felizes. Se um novo dia é capaz de tanto, imagine só um novo ano? Quanto amor e quanta felicidade poderemos ter? Do que 12 meses são capazes de fazer em nossas vidas?

Como nos disse Chico Xavier:
"Você nasceu no lar que precisava,
Vestiu o corpo físico que merecia,
Mora onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com suas posses,
Possui os recursos financeiros coerentes com suas necessidades...
nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas,


Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu espontaneamente para sua realização,
Teus parentes, e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com sua afinidade.
Portanto, seu destino está constantemente sob seu controle.


Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa,
modifica tudo aquilo que te rodeia a existência.
Seus pensamentos e vontades são a chave de seus atos e atitude...
São fontes de atração e repulsão na sua jornada de vivência.


Não reclame nem se faça de vítima.
Antes de tudo, analise e observe.
A mudança está em suas mãos.


Reprograme sua meta, busque o bem e viverá melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim"

Que 2012 voe para todos e nos traga o aprendizado merecido e seus bons frutos.
Amor, paz, bem e saúde para cada um de nós, nossos familiares e todas as pessoas fundamentais em nossas vidas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

365 dias por ano

De repente quando todos começam sua contagem regressiva e até eu faço minha retrospectiva, o ano (que seguia sem sinais de mais algum acontecimento) se mostra vivo. Ele te levanta, te sacode, te redireciona, te faz olhar e replanejar os dias que ainda faltam para completar 2011. Ainda há muito tempo, e isso não é necessariamente ruim, nem necessariamente bom, isso é vida, sujeita a qualquer 'mudança climática'. Tudo pode, ou não, ser.

Num espanto par e me pergunto sobre o quanto fiz nesse dezembro? O que conquistei, o que perdi, o que tentei, o que temi, o que sei, o que sorri, o que duvidei, o que descobri, o que chorei, o que sofri, o que enfrentei, o que entendi, o que imaginei, o que percebi, o que machuquei, o que matei, o que cicatrizei, o que ouvi, o que vi, o que revi, o que parti, o que construi, o que derrubei, o que ergui, o que enganei, o que dividi, o que uni, o que lembrei, o que esqueci, o que vivi?

Tantos questionamentos, com seus entendimentos me vieram a cada dúvida. O que reforça a certeza sobre 2011 ter sido um dos anos mais importantes em minha vida. Não que faltassem acontecimentos para constatar isso. O que mais tive foram temporais e dias ensolarados, mas para mim o livro do ano já estava fechado.

Talvez seja essa teimosia juvenil de acelerar o tempo. Querer ser senhor das horas, atropelar os dias e viver em função do futuro. Se fosse mais maduro, de um safra mais antiga, degustaria melhor o meio mês que ainda me é oferecido. Já até programei meu celular para me lembrar amanhã cedo: "Vinicius, o ano tem 365 dias e só acaba no dia 31 de dezembro!"

Wagner Moura e Alinne Moraes - Tempo Perdido

terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

Os temperos da vovó

Certa vez, saindo de casa, ouvi minha vó cantarolando alguma canção que não me era estranha. Parei atrás da porta, quietinho ouvi e acompanhei, apenas movendo os lábios: "Existiria a verdade, verdade que ninguém vê, se todos fossem no mundo iguais a você".

Ela cantava na cozinha, preparando o almoço e temperando tudo com suas lembranças, saudades e histórias. Eu, atrás da porta, do lado de fora, a estava dublando e tentava me alimentar daqueles sentimentos cantados. Saí contente, satisfeito por mais um desses momentos em que ouço minha vó, ou qualquer um dos meus, cantando antigas canções.

Ainda não sei ao certo o que essas antigas canções me despertam, mas sempre me fazem sentir uma inexplicável nostalgia de um tempo não vivido. No final da minha rua, dobrando a esquina, continuava a repetir aquela última parte da canção. Entrei no ônibus e segui por todo o dia com a música na minha cabeça, como um mantra.

De volta, já no fim da tarde, entrei na cozinha assoviando o final da mesma canção. Sorrindo, ela começou a cantar e eu a acompanhei. Naquele mesmo instante entendi a letra, fiz a digestão sentimental daquele pequeno trecho. Percebi como seriam as coisas se todos fossem iguais a minha amada e adorada avó.

Maysa - Se todos fossem iguais a você

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Momento Ferreira Gullar

Subversiva

A poesia
Quando chega
Não respeita nada.

Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos

Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha

Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.

E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.

E promete incendiar o país.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

A força de uma oração

A prece traz a serenidade para a resolução dos problemas. A oração é uma prática que acende a esperança de que tudo se acertará e funciona como uma meditação equilibrando corpo, mente e alma.

Hábito dos mais saudáveis que deve ser rotineiro. Cultivá-lo traz harmonia também para o ambiente em que nos encontramos: lar, emprego e etc. Não existe nisso uma explicação tão sobrenatural assim. É apenas a busca pelos bons pensamentos atraindo assim as boas coisas para perto de nós. Para uns, mantra; para outros, meditação; para boa parte de nós, oração.

Conheci uma senhora, amiga de igreja de minha vó, que passou por uma situação das mais difíceis e a fé foi sua grande companheira até o fim. Ainda muito jovem, ela descobriu estar com um câncer de mama. Filhos pequenos, viúva, ela pedia em suas preces para que Deus não deixasse o pior lhe acontecer e que só morresse quando todos seus filhos estivessem criados e não necessitassem dos seus cuidados.

Curou-se e viveu bem, cuidando de sua família. Viu filhos formarem suas famílias, netos crescerem e até alguns bisnetos nascerem quando, outra vez, foi surpreendida pelo diagnóstico de outro câncer, dessa vez na coluna. Uma nova luta foi travada pela sua cura. Agora com a experiência de uma vida inteira, de já ter superado um câncer e com a fé ainda mais forte e sóbria, ela se pôs serena diante do novo problema.

As dores eram terríveis, a locomoção foi se tornando impossível com o passar do tempo. O tumor se espalhou para outras partes do seu pequeno corpo idoso e delicado. Um dia recebemos a notícia de que a senhora havia falecido. Comoção, sensação de alívio pelo fim do sofrimento e um exemplo deixado para todos nós.

Durante todo o período do tratamento a senhora permaneceu firme em suas orações e dessa vez não fez pedidos. Com a ciência de que tinha feito tudo por sua família pedia apenas força para enfrentar as dificuldades do tratamento e que fosse feito aquilo que deveria acontecer conforme a vontade divina.

Nas últimas semanas, onde as dores estavam mais fortes e insuportáveis. Ela apenas repetia uma oração aprendida ao longo dos anos que diz assim: "Jesus, filho de Davi, tende piedade de mim que sou uma pecadora". Dificilmente se ouvia lamentos. Alguns podem dizer que a oração não a poupou do sofrimento, mas trouxe a serenidade para suportá-lo.

Por tão pouco nos vemos desesperados. Bradando e duvidando das forças divinas que muitas vezes dizemos que confiamos e acreditamos. Buda, Alá, Oxalá, Deus... todos existem, todos estão a nos ouvir e nos atender. Ainda que só consigamos acreditar neles quando tudo caminha bem, a fé neles é o que nos fortalece e traz o necessário para buscar as soluções.

Elis Regina - Se eu quiser falar com Deus

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Momento Pedro Juan Gutiérrez

"Sou um sedutor. Eu sei. Assim como existem os alcoólicos irrecuperáveis, os jogadores, os viciados em cafeína, em nicotina, em maconha, os cleptomaníacos etcétera, sou viciado em sedução. Às vezes o anjinho que tenho dentro de mim tenta me controlar e diz assim: 'Não seja tão filho-da-puta, Pedrito. Não percebe que está fazendo essas mulheres sofrerem?'. Mas aí aparece o diabinho e o contradiz: 'Vá em frente. Elas ficam felizes assim, nem que seja só por um tempo. E você também fica feliz. Não se sinta culpado'.

É um vício. Sei que a sedução é um vício igual a outro qualquer. E não existe nenhum Sedutores Anônimos. Se existisse, talvez pudessem fazer algo por mim. Se bem que não tenho certeza. Seguramente eu inventaria pretextos para não comparecer a suas sessões e ter de ficar lá na caradura na frente de todo mundo, botar a mão na Bíblia e dizer serenamente: 'Meu nome é Pedro Juan. Sou um sedutor. E faz hoje vinte e sete dias que não seduzo ninguém'."

domingo, 25 de setembro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

sábado, 17 de setembro de 2011

Auto-Protesto

Mais do que eles possam chocar a qualquer um, eu me espanto imensamente com meus desenganos. Repuguino meus erros, por mais que saiba que (enquanto na condição de ser humano) estarei sujeito a eles.

Dói esse vício nojento em persistir naquilo que me faz tão mal. Mas dói mais ainda saber que o mal, de certa forma, vem de quem quero tanto bem. Acordar tenso, com a cabeça preocupada a cada instante não é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Parece existir uma teimosia cruel dentro de mim que me faz trilhar os caminhos mais torturantes. Sim, é tortura querer um beijo que traz tudo isso no final. Um orgasmo que já não alivia como antes.

Ainda existem os prazeres. Prazer que foi até melhor e maior um dia. O carinho e o afeto no sexo e no beijo de antes já se esvaíram ralo abaixo. E pra piorar nem eu levo fé que se possa resgatar tudo isso algum dia. E eu, mais do que qualquer pessoa possa imaginar me pergunto: Por quê?

Se não for tortura é, no mínimo, masoquismo ou loucura em estágio avançado. Tenho essa consciência, o que torna tudo pior. Mas há algo que me prende. Amarração do amor?, já levantaram essa hipótese. Quem sabe não seja, não posso eliminar isso do quadro de possibilidades. Se fosse já seria uma boa explicação.

Como me libertar? Como respirar sossegado? Tenho tido muita pena do meu algoz, mas me esquecido de quem é quem nesse meu regime escravagista. Preciso relembrar-me em que ponta do chicote estou. Sou eu o meu torturador. Por vezes penso até que reforçar as preces possa ser outro artifício eficaz ao meu alento.

Me falta coragem, me falta deixar de ser covarde e parar de trocar minha felicidade por medo ou qualquer outra coisa. Além de louco, covarde, viciado, acho que tenho prostituído meu bem-estar. Em troca desse abuso nem tenho recebido tanto prazer assim, tampouco dinheiro.

Repensando todo o discurso, pena sinto mesmo é de mim. Sou um fraco! Mas isso vai mudar, vou me sabotar. E será bem antes que muitos tomem conhecimento dessa fraqueza. O amor não vai me destruir.


Zélia Duncan e Fernanda Takai - Boas razões

terça-feira, 13 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Felicidade, a culpa é sua

Nesse ata e desata da vida ficam sempre as perguntas pairando no ar. Sem saber se vai ou se fica, se sim ou se não, doce ou salgado, quente ou frio, muito ou pouco... levamos os dias. Mas afinal, o que queremos da vida?

Entre quereres e poderes dificilmente vamos ter uma opção que caiba nos dilemas da razão e da emoção. As mais românticas podem se derreter pelas flores e declarações recheadas de amor de algum ex-namorado dos mais calhordas.

Mas elas sabem que não deveriam, nem mesmo, ouvir o que eles têm pra dizer por todo o sofrimento que já foi causado. Ainda assim algumas, ou muitas, vão se seduzir. Outras vão desprezar as investidas, mas não haverá um meio termo. Alguma que possa se seduzir e desprezar simultâneamente.

Talvez venha daí a resposta pra pergunta feita lá em cima: Queremos ser felizes! A ideia do sofrimento, da tristeza, é abominada por todo mundo. A busca pela realização é um saga que todos nós queremos. Inclusive aqueles que se dizem os mais felizes, buscam por mais dessa felicidade.

A romântica, busca esse amor ilusório enquanto a racional, busca a fidelidade e o respeito, mais até do que as flores e a declaração de amor. Faço então uma nova pergunta, o que nos faz feliz? Onde está nossa felicidade?

Essa nossa constante transferência de responsabilidade da felicidade é o que nos causa tanto mal. Acreditar que o "ser feliz" depende sempre de outros e não de nós é o que gera a decepção, a expectativa depositada noutro.

Muitas vezes o outro nos decepciona por, talvez, acreditarmos que felicidade é algo alheio a nós. Felicidade não vem de fora pra dentro, o processo é inverso. O que alguém pode fazer por nossa felicidade é despertá-la dentro de nós.

Me questiono, volta e meia, por me ver nessa situação. Antes de atribuir a felicidade a quem quer que seja é importante lembrar que sentimentos são feitos pra serem sentidos. Por isso, sempre que impossível, quero sentir-me feliz.

Marcelo Jeneci - Felicidade

domingo, 4 de setembro de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Saudosista anônimo

Sou um medroso confesso (quanto à solidão). Aproveitando a deixa, confesso também ser possessivo, rancoroso, carente, chato, levemente depressivo e ciumento, além de outras coisas mais sutis que de vez em quando, como bom ser humano falho que sou, me permito sentir. Liberto mesmo só me encontro do saudosismo.

Deixei de viver o século XX e tenho pensado muito no XXII. Alguns sempre me dizem que não sou o mesmo, mas tudo bem, ninguém se manteve o mesmo também. Os corpinhos e modelitos variaram seguindo tendências, modas ou comodismos. Constante de lá pra cá só ficou o tempo. Permaneceu igual, passando por todos nós e deixando suas marcas.

O presente dura em média 1 segundo, já o futuro é eterno, ainda que nossos corpos não sejam. Talvez venha um ou outro afirmar convicto, com certo ar superior, de que é lógico que “ninguém é imortal”, mas eu acredito que sou, que somos. Sou porque não me limito, ou me defino apenas pelo meu corpo, mas pela minha essência.

Alma, pensamentos, ações... enfim, uma lista grande de coisas que podem definir uma pessoa (ou definir essa essência citada acima). Se eu lhe perguntasse agora, caro amig@, como você é? Você se definiria por estatura, cor da pele, dos olhos, cabelos e pronto? Acho que não, por isso acredito somente na mortalidade do corpo, ou da matéria (como dizem os mais espiritualistas).

Como aprendi na doutrina espírita, Deus é eterno, nós somos imortais. A eternidade divina está na lógica de que Deus sempre existiu e sempre existirá, por isso é eterno. Nós somos imortais porque desde o momento em que passamos a existir (nossa alma) não poderemos mais inexistir.

O presente é especial? Sim, muito! Não o menosprezo, tampouco deixo de vivenciá-lo. O que quero dizer é que tenho aprendido (verdadeiramente) o valor dos sonhos. Não quero passar a vida sendo um velho chato que acredita que chegou ao fim e só enxerga a vida pelo retrovisor. Enquanto lá fora a estrada segue na minha frente exigindo atenção e admiração.

Minha relação com o tempo tem sido mais proveitosa. Saborear os instantes e por vezes vivê-los intensamente. Sem exageros, entendendo que tudo tem seu limite, hora e local pra ser e acontecer. O que me remete àquele lance de destino que falei aqui há dias, em um outro post.

Vivo o agora pensando no por vir, numa espécie de caderneta da vida (planejando a longo prazo). Antes a vivência era baseada unicamente no passado. Enxergava o que vivi como ideal e modelo para todo o restante. Tudo deveria ser igual para que pudesse ser válido, ou proveitoso. E nesse meio tempo em que deixei de vivenciar o momento tentando enquadrá-lo em modelos e padrões já vividos, fui infeliz sem entender ou perceber o por quê.

Os erros do passado agora fazem sentido, enxergo as razões de terem ocorrido. Enxergo minha parcela de culpa e como estes erros me ajudaram. Ainda estou longe do ponto de equilíbrio. Por vezes tenho sentido que preciso jogar pitadas de passado e de futuro nesse presente. Mas já estou liberto do saudosismo extremo.

Há alguns anos e muitos dias que não tenho pensamentos saudosistas. Estou limpo, lembrando diariamente daquela máxima de que “é um dia de cada vez”.

Capital Inicial - Primeiros Erros

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Momento Caio Fernando Abreu

"Volta que eu cuido de ti e dou um jeito qualquer de tu ficares bom e então nós podemos ir embora.
Qualquer outro lugar onde tu possas ficar completamente bom do meu lado e para sempre,
volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca."

"Primeiro a chuva, depois o arco-íris.
Acostume-se a ordem é essa."

"O meu dia só existe porque você existe dentro dele.
Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco,
como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas.
E se você vem, fica tudo maior, mais amplo, sei lá,
mas é como se eu existisse de um jeito mais completo."

"Fica? Passa? Vai? Volta? (...)
Não sei nada, mas foi lindo."

"Foi por não ser vela que o vento não apagou.
Era vagalume, tinha uma vida inteira pra brilhar!"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Momento Dalai Lama

por Dalai Lama

Esta noite, gostaria de falar a vocês sobre a importância da bondade e da compaixão. Ao discutir esses temas, não me vejo como budista, Dalai Lama ou tibetano, mas sim como um ser humano e espero que vocês, no auditório, pensem em si mesmos dessa maneira. Não como americanos, ocidentais ou membros de um determinado grupo, pois essas condições são secundárias. Se interagirmos como seres humanos, podemos chegar a esse nível. Caso eu diga "sou monge" ou "sou budista", as afirmações serão, em comparação com a minha natureza de ser humano, temporárias. Ser humano é básico. Uma vez nascido assim, não se poderá mudar até a morte. Outras condições, ser ou não instruído, rico ou pobre, são secundárias.

Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns são criados essencialmente por nós mesmos, com base em diferenças de ideologia, religião, raça, situação econômica ou outros fatores. Chegou, portanto, o momento de pensarmos em níveis mais profundos. Em nível humano, condição essa que deveremos apreciar e respeitar em todos os que nos cercam. Devemos construir relacionamentos baseados na confiança mútua, na compreensão, no respeito e na solidariedade, independentemente de diferenças culturais, filosóficas ou religiosas.

Todos os seres humanos são iguais. Feitos de carne, ossos e sangue. Todos queremos a felicidade e evitar o sofrimento e temos direito a isso. Em outras palavras, é importante compreender a nossa igualdade. Pertencemos todos a uma família humana. O fato de brigarmos uns com os outros deve-se a razões secundárias, e todas essas discussões são inúteis. Infelizmente, durante muitos séculos, os seres humanos usaram todos os métodos para ferir uns aos outros. Muitas coisas terríveis aconteceram, resultando em mais problemas, mais sofrimento e desconfiança. E, consequentemente, em mais divisões.

O mundo hoje está cada vez menor em vários aspectos, particularmente o econômico. Os países estão mais próximos e interdependentes e, nesse quadro, torna-se necessário, pensar mais em nível humano do que em termos do que nos divide. Assim, falo a vocês apenas como um ser humano e espero, sinceramente, que vocês estejam escutando com o pensamento: "Sou um ser humano e estou ouvindo outro ser humano falar".

Todos queremos a felicidade; nas cidades, no campo, mesmo em lugares remotos, as pessoas trabalham com o objetivo de alcançá-la, entretanto, devemos ter em mente que viver a vida superficialmente não solucionará os problemas maiores.

Há muitas crises e medos à nossa volta. Por meio do grande desenvolvimento da ciência e da tecnologia, atingimos um estado avançado de progresso material, que é necessário. Não podemos, no entanto, comparar o progresso externo com nosso progresso interior. As pessoas queixam-se do declínio da moralidade e do aumento da criminalidade, mas esses problemas não serão resolvidos, se não procurarmos desenvolver nosso interior.

No passado remoto, se houvesse uma guerra, os efeitos seriam geograficamente limitados, porém hoje, em função do progresso, o potencial de destruição ultrapassou o concebível. No ano passado estive em Hiroshima, no Japão. Mesmo tendo informações a respeito da explosão nuclear lá ocorrida, era muito diferente estar no local, ver com meus próprios olhos e encontrar pessoas que realmente sofreram com aqueles acontecimentos. Fiquei profundamente emocionado. Uma arma terrível tinha sido usada. Embora possamos considerar alguém como inimigo, temos de levar em conta que essa pessoa é um ser humano e que tem direito a ser feliz. Olhando para Hiroshima e refletindo a respeito, fiquei ainda mais convencido de que a raiva e o ódio não são meios para solucionar problemas.

A raiva não pode ser superada pela raiva. Quando uma pessoa tiver um comportamento agressivo com você e a sua reação for semelhante, o resultado será desastroso. Ao contrário, se você puder se controlar e tomar atitudes opostas "compaixão, tolerância e paciência", não só se manterá em paz, como a raiva do outro diminuirá gradativamente. Do mesmo modo, problemas mundiais não podem ser solucionados pela raiva ou pelo ódio. Sentimentos como esses devem ser enfrentados com amor, compaixão e pura bondade.

Pensem em todas as terríveis armas que existem, mas que, por si mesmas, não podem iniciar uma guerra. Por trás do gatilho há um dedo, movido pelo pensamento, não por sua própria força. A responsabilidade permanece em nossa mente, de onde se comandam as ações. Portanto, controlar em primeiro lugar a mente é muito importante. Não estou falando de meditação profunda, mas apenas de cultivar menos raiva e mais respeito aos direitos do outro. Ter uma compreensão mais clara da nossa igualdade como seres humanos.

Ninguém quer a raiva, ninguém quer a intranqüilidade, mas por causa da ignorância somos acometidos por sentimentos como esses. A raiva nos faz perder uma das melhores qualidades humanas, o poder de discernimento. Temos um cérebro bem desenvolvido, coisa que outros mamíferos não têm. Esse órgão nos permite julgar o que é certo e o que é errado. Não apenas em termos atuais, mas em projeções para daqui dez, vinte ou mesmo cem anos. Sem nenhum tipo de pré-cognição, podemos utilizar nosso bom senso para determinar o certo e o errado. Imaginar as causas e seus possíveis efeitos. Contudo, se nossa mente estiver ocupada pela raiva, perderemos o poder de discernimento e nos tornaremos mentalmente incompletos. Devemos salvaguardar essa capacidade e, para tanto, temos de criar uma companhia de seguros interna: autodisciplina, autoconsciência e uma clara compreensão das desvantagens da raiva e dos efeitos positivos da bondade. Se refletirmos a respeito dessas questões com freqüência, podemos incorporar a idéia e, então, controlar a mente.

Por exemplo: pode ser que você seja uma pessoa que se irrita facilmente com pequenas coisas. Com desenvolvida compreensão e conscientização, isso pode ser controlado. Se você fica geralmente zangado por dez minutos, tente reduzi-los para oito. Na semana seguinte, reduza para cinco e, no próximo mês, para dois. Depois, passe para zero. É assim que desenvolvemos e treinamos nossa mente. É o que penso e também o que pratico.

É perfeitamente claro que todos necessitam de paz interior, que só pode ser alcançada por meio da bondade, do amor e da compaixão. O resultado é uma família em paz, felicidade entre pais e filhos, menos brigas entre casais. Em uma nação, essa atitude pode criar unidade, harmonia e cooperação com saudável motivação. Em nível internacional, precisamos de confiança e respeito mútuos, discussões francas e amistosas, com motivações sinceras e um esforço conjunto no sentido de resolver problemas. Tudo isso é possível.

Precisamos, porém, mudar interiormente. Nossos líderes têm feito o melhor que podem para resolver nossos problemas, mas, quando um é resolvido, surge outro. Tenta-se solucionar este, surge mais um em outro lugar. Chegou o momento então de tentar uma abordagem diferente.

É certamente difícil realizar um movimento mundial pela paz de espírito, mas é a única alternativa. Caso houvesse outro método mais fácil e prático, seria melhor, porém não há. Se com armas pudéssemos chegar à paz duradoura, muito bem. Transformaríamos todas as fábricas em produtoras de armamentos. Gastaríamos todos os dólares necessários, se conseguíssemos a definitiva paz, mas tal é impossível.

As armas não permanecem empilhadas. Uma vez desenvolvidas, alguém irá usá-las. O resultado é a morte de criaturas inocentes. Portanto, a única maneira de atingirmos uma paz mundial duradoura é por meio da transformação interior. E, mesmo que essa transformação não ocorra durante esta vida, a tentativa terá sido válida. Outros seres humanos virão; a próxima geração e as seguintes. E o progresso pode continuar. Sinto que, apesar das dificuldades práticas, e, mesmo correndo o risco de que tal visão seja considerada pouco realista, vale a pena o esforço. Assim, aonde quer que eu vá, expresso essas idéias e sinto-me muito motivado porque mais pessoas têm sido receptivas a elas.

Cada um de nós é responsável por toda a humanidade. Chegou a hora de pensarmos nas outras pessoas como verdadeiros irmãos e irmãs e nos preocuparmos com seu bem-estar. Mesmo que você não possa se sacrificar inteiramente, não deverá esquecer-se das dificuldades dos outros. Temos de pensar mais sobre o futuro em benefício de toda a humanidade. Se você tentar dominar seus sentimentos egoístas e desenvolver mais bondade e compaixão, em última análise, você é quem irá sair beneficiado. É o que chamo de egoísmo sábio. Pessoas egoístas tolas só pensam em si mesmas, e o resultado é negativo. Egoístas sábios pensam nos outros, ajudam da melhor forma e também colhem os benefícios. Essa é minha simples religião. Não há necessidade de templos ou de filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso coração são nossos templos. A filosofia é a bondade.

(Texto extraído da obra A Policy of Kindness, Snow Lion Publications, 1990.)
www.dalailama.org.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Momento Chico Xavier

Cada pessoa

é aquilo que crê;

fala do que gosta;

retém o que procura;

ensina o que aprende;

tem o que dá

E vale o que faz.



Sempre fácil, portanto,

para cada um de nós

reconhecer

os esquemas de vivência

em que nos colocamos.


Emmanuel, Psicografado por Chico Xavier

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Destino

Muitas pessoas acreditam na ação do destino. Acontecimentos que estariam programados para se realizarem em suas vidas. Inevitavelmente para essas pessoas os encontros e desencontros da vida seriam "culpa" desse agente conspirador e tão influente nas vidas de todos.

Quanto a mim... simpatizo com esse tal destino. Acho até poética a ideia de que amores foram unidos por causa dele. Pela sua vontade e força vidas e sonhos foram realizados. Seria ele um deus? Se tudo depende tanto da sua influência estaríamos fadados a eterna manipulação e realização dos seus caprichos?

Bem, acho que esse lance de crer que o destino define tantas coisas é complexo demais para ser verdade. Acredito que certos encontros já estejam planejados muito antes do nascimento dos casais. Acredito também em muitos acontecimentos que fujam até da vontade das pessoas a quem afeta, mas não tudo.

Viver é tão incerto que não dá pra pensar numa vida toda pré-estabelecida sem que nada seja feito fora do programado. Mas confesso que certos "lances" intrigam pela forma como procedem. Sempre me vi envolto nos fenômenos que ele me proporcionou. Quase sempre de uma forma bem planejada, por vezes me levando a crer em sua divindade.

Há anos venho esperando por um acontecimento. Hoje ele finalmente chegou até mim e, garanto, foi no momento exato pra acontecer. Foi destino, foi espiritual, foi apenas resultado da semente plantada lá atrás?

Não sei se o destino, ou se foi a espiritualidade que proporcionou o melhor momento para sua realização. Fico com a segunda hipótese, até por ela se encaixar com aquilo que acredito.

Certo mesmo é que este acontecimento foi fruto de uma decisão tomada lá atrás. Optando por fazer; fiz, consegui e hoje recebi o resultado dessa escolha. Poderia ter seguido inúmeros caminhos, sendo então eu o programador da minha vida.

O destino, como alguns chamam, apenas apresenta a opções. Nos entrega o cardápio e abaixo de cada escolha os ingredientes detalham o que pode nos esperar lá na frente. Acredito que tenha sido tudo isso, foi o que deveria ser e agradeço por merecer tudo o que já me aconteceu e foi dado.

Colhendo e plantando, o destino é muito mais um terreno fértil que irá nos dar os frutos que desejamos colher, do que um deus que não nos permite fazer escolhas nem tomar decisões sobre nossas vidas.

Jorge Vercilo - Monalisa

terça-feira, 26 de julho de 2011

Momento Pitágoras

"Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."

"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."

"Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance."

"A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus."

"O defeito é um monstro que não procria."

"Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la."

quinta-feira, 21 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Salmos

Salmo 70

1. No Senhor procuro paz,
não quero me sentir perdido.

2. O Senhor é justo, livre-me e defenda-me.
Ouça-me, Oh, Deus, e salve-me.

3. O Senhor é meu rochedo,
onde tenho abrigo.
O Senhor é minha fortaleza,
quem me defende,
pois o Senhor é minha rocha e minha cidadela.

4. Deus meu,
tire-me os maus pensamentos,
das mãos de ímpios e opressores.

5. O Senhor é minha segurança e
minha esperança, desde os tempos da
minha juventude.

6. No Senhor sou protegido desde
minha concepção. No seio materno
Ele me amparou,
e por isso sempre tenho esperanças.

7. Acreditei que minha proteção Divina
vinha do sofrimento. Eu estava errado.

8. Aprendi que Deus é alegria,
e coloquei em meus lábios apenas louvores,
todos os dias.

9. Não me deixe agora na velhice,
quando não mais tenho forças para trabalhar.
Oh! Senhor, não me abandone jamais.

10. As pessoas que não pensam como eu
parecem estar contra mim,
sinto-me perseguido.

11. Eles dizem:
"Deus o abandonou, você nunca terá liberdade".
Sinto-me só,

12. não fique tão longe de mim, Oh, Deus,
apresse meu socorro.

13. Que as pessoas com pensamentos contrários
se confundam e se arrependam de me
desejar coisas ruins.
De confusão e vergonha se cubram.

14. Eu, entretanto,
tenho paciência,
e dia-a-dia, me dedico,
cada vez mais, a enaltecê-Lo.

15. Meus lábios dirão o quanto o Senhor é justo, e
como sempre me auxilia.
Oh! Senhor, cuja grandeza não tem limites.

16. Narrarei a todos o
quanto o Senhor é poderoso!
Proclamarei e darei conhecimento
de Sua justiça.

17. O Senhor me instruiu desde a juventude,
Oh! Deus, e até hoje
proclamo Suas maravilhas.

18. Não me abandone na velhice.
Quero proclamar a força de Seu braço
a toda geração presente.
Que este poder se estenda a todas
as gerações vindouras.

19. E que Sua justiça atinja os céus,
Oh! Deus.
Graças ao Senhor, que faz
coisas grandiosas.
Não há nada igual ao Senhor.

20. O Senhor colocou sobre mim
inúmeras provações. Mais uma vez, o Senhor
fará com que eu viva
e, das doenças, o Senhor há de me
livrar novamente.

21. Faça crescer minha dignidade.
O Senhor é meu consolo.

22. Oh! Deus,
celebrarei na lira
o quanto é leal o santo rei de Israel.
Hei de entoar
salmos ao som da cítara.

23. Através do canto
meus lábios vibrarão com minha alma,
agora em paz.

24. Minhas palavras proclamarão,
o dia inteiro, o quanto o
Senhor é justo.
Porque os que buscam nos
pensamentos negativos
são frustrados e cheios de vergonha.
Eu sou feliz!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Forte ou fraco?

Com a xícara em minhas mãos me questionei, como se fosse um personagem de Shakespeare segurando o crânio. - Forte ou fraco, o que beber?, após a gaiatisse ri sozinho. Lembrei-me da infância, no tempo em que o café doce me encantava.

Tempos em que o bom era o gosto docinho, saboroso e encantador, principalmente para uma criança. Talvez a vida fosse assim, doce e saborosa como o café. E quem falou que ainda hoje ela não seja tão saborosa e doce quanto antes?

No meu diálogo comigo mesmo (que os professores de português e colegas jornalistas vejam isso como uma licença poética), o que em tese seria um monólogo, mas não foi, lembrei-me que hoje a preferência é pelo café de gosto forte.

O doce de antes não me agrada mais. Por quê sou incapaz de encontrar o meio termo entre o doce e o forte. Onde dosar, no açúcar ou na cafeína? Por quê mudar tanto um paladar? Perdeu-se o quê desde os tempos de menino?

Preciso aprender a dosar esse açúcar, não perdê-lo e nem exagerar na mão. Muitas vezes acho que tenho perdido essa medida na vida. Se por vezes ela vem forte, margeando o amargo, outras torna-se melada e enjoativa.

Se não achar uma solução entre o doce e o forte, quem sabe adicionar leite, chocolate e outras boas misturas para tornar melhor o meu café.

Fernanda Takai - Com açúcar, com afeto

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Momento Caio Fernando Abreu

"O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato."

"Apague minhas interrogações.
Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física,
dois corpos ocuparem o mesmo lugar."

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo,
e ninguém suspeitar dos traumas,
das quedas, dos medos, dos choros."

"Vai passar, tu sabes que vai passar.
Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? "

"Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"

"Dói muito, mas eu não vou parar. A minha não-desistência é o que de melhor posso oferecer a você e a mim neste momento."

“Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.”

sábado, 9 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Momento Fabrício Carpinejar

Poemas do livro Cinco Marias
(Fabrício Carpinejar)


Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.

...

Eu fui uma mulher marítima,
as rugas chegaram antes.

Eu fui uma mulher marítima,
paisagem e pêssego,
uma faísca
entre a corda do barco
e a rocha.

Eu fui o que não sou.
Depois que inventaram o inconsciente,
a verdade fica sempre para depois.

...

A mãe orquestrava a horta.
Reservava espaço para ervas daninhas
e seu alfabeto de moscas.
Não mexia na ordem de Deus.
Louvada seja
a esmola de uma hortaliça.

...

Acerto o relógio pelo sol.
Percorro as dez quadras
de meu mundo.
As ruas são conhecidas
e me atalham.

...

Meu medo se interessa por qualquer ruído.
Hoje quero alguém para conversar enquanto dirijo,
baixar os faróis em estrada litorânea,
enxergar pelas mãos.

...

Fazer as coisas pela metade
é minha maneira de terminá-las.

Os poemas aqui publicados integram o livro inédito Cinco Marias.
fonte: www.carpinejar.com.br

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Momento Mário Quintana

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!



A BELA E O DRAGÃO

As coisas que não têm nome assustam,
escravizam-nos, devoram-nos...
Se a bela faz de ti gato e sapato,
chama-lhe, por exemplo, A BELA
DESDENHOSA.
E ei-la rotulada, classificada,
exorcizada, simples marionete
agora, com todos os gestos
perfeitamente previsíveis,
dentro do seu papel de
boneca de pau.
E no dia em que chamares a um dragão
de JOLI, o dragão
te seguirá por toda parte como um cachorrinho...

Sapato Florido (1948)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hipócritas...

Hiprócritas...

bradam ao mundo que são pais, postam frases nas redes sociais e até choram, mas só são capazes de assumir sua paternidade virtual;

se fazem de arrependidos, juram fidelidade e amor eterno, pedem perdão, mas antes que a lágrima seque já refizeram os mesmos erros;

falam sobre tudo, debatem, adoram questionar o mundo, mas desconhecem tudo sobre a vida e no fundo esperam que o mundo se exploda;

são sempre vítimas, pobres coitados, excluídos, julgam todos e querem sempre demonstrar que são bons homens, mas no momento de distração destróem sonhos e famílias sem exitar;

fumam, bebem, esmurram paredes, gritam, traem, têm amantes, se reproduzem e adoram fazer piadas sobre homossexuais, mas na calada da noite entre becos escuros e bares isolados amam outros homens e adormecem no colo de travestis.

Zélia Duncan - Imorais

sexta-feira, 17 de junho de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

Momento Paulo Leminski

"Você nunca vai saber o que vem depois de sábado,
quem sabe um século muito mais lindo e mais sábio,
quem sabe apenas mais um domingo..."

"DANÇA DA CHUVA
senhorita chuva
me concede a honra
desta contradança
e vamos sair
por esses campos
ao som desta chuva
que cai sobre o teclado"

"essa a vida que eu quero,
querida
encostar na minha
a tua ferida"
[do livro La Vie en Close]

"esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Momento Guimarães Rosa

"Mas quem é que sabe como? Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera..."

"Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa".

"A colheita é comum, mas o capinar é sozinho"

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

"As pessoas não morrem, ficam encantadas."

"Passarinho que se debruça - o vôo já está pronto!"

"Qualquer amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."

"Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça dos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é."

terça-feira, 17 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Salmos

Salmo 91

1. Quem habita na proteção do Altíssimo
pernoita à sombra de Shaddai,

2. dizendo a Iahweh:
Meu abrigo, minha fortaleza,
meu Deus, em quem confio!

3. É ele quem te livra do laço
do caçador que se ocupa em destruir;

4. ele te esconde com suas penas,
sob suas asas encontras abrigo.
Sua fidelidade é escudo e couraça.

5. Não temerás o terror da noite
nem a flecha que voa de dia,

6. nem a peste que caminha na treva,
nem a epidemia que devasta ao meio-dia.

7. Caiam mil ao teu lado
e dez mil à tua direita,
a ti nada atingirá.

8. Basta que olhes com teus olhos,
para ver o salário dos ímpios,

9. tu, que dizes: Iahweh é o meu abrigo,
e fazes do Altíssimo teu refúgio.

10. A desgraça jamais te atingirá
e praga nenhuma chegará à tua tenda:

11. pois em teu favor ele ordenou aos seus anjos
que te guardem em teus caminhos todos.

12. Eles te levarão em suas mãos,
para que teus pés não tropecem numa pedra;

13. poderás caminhar sobre o leão e a víbora,
pisarás o leãozinho e o dragão.

14. Porque a mim se apegou, eu o livrarei,
protegê-lo-ei, pois conhece o meu nome.

15. Ele me invocará e eu responderei:
"Na angústia estarei com ele,
livrá-lo-ei e o glorificarei;

16. saciá-lo-ei com longos dias
e lhe mostrarei a minha salvação".


Cid Moreira - Salmo 91

Momento Chico Xavier

Chico Xavier - Deus pode

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Divagações sobre o amor e sobre o amar

Amor...
já vi tantos poetas falaram dele, tantas canções cantarem seus prazeres, seus sofreres.
Será que ele existe? Me perguntaram entre choros, lamentos e prantos.
Fiquei calado. Jamais poderei falar o que sei sobre o amor e os amores.
Já o encontrei, mas não posso descrevê-lo, apenas sinto, e pronto!

Paulinho Moska - Vênus

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Momento Caio Fernando de Abreu

''Querendo dizer que não,
que agora não,
que desse jeito não,
que assim não,
que não mais,
quem sabe nunca.''

''De repente a gente se encontra numa esquina,
num outro planeta,
no meio duma festa ou duma fossa,
a gente se encontra, tenho certeza.''

''Vai menina, fecha os olhos.
Solta os cabelos. Joga a vida.
Como quem não tem o que perder.
Como quem não aposta. Como quem brinca somente.''

''Meu coração é um sorvete colorido de todas as cores,
é saboroso de todos os sabores.
Quem dele provar, será feliz para sempre.''

''Uma vontade de chegar perto,
de só chegar perto, te olhar sem dizer nada,
talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas…
Dizer que te considero e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero.''

sábado, 23 de abril de 2011

Simplismente amigos

É na hora da dor que o verdadeiro amigo se faz presente. Os ausentes, estes preferem não se envolver, ou acreditam não poderem fazer muito. Não podemos cobrar isso de ninguém, mas devemos sempre reavaliar com quem podemos contar.

Soube do caso de um rapaz que saiu do seu bairro, atravessou toda a cidade (cerca de 50 km) e foi visitar um casal de amigos que havia perdido um bebê. Justo, acho até nobre. Mas até hoje não entendi porque esse mesmo rapaz não foi capaz de visitar uma amiga, que morava algumas ruas depois da sua, para dar-lhe os pêsames pela morte do pai?

Eu sei, é tão difícil tentar comparar ou avaliar atitudes iguais a essa. Mas meu coração não consegue entender algo do tipo sem que não tenha havido uma avaliação de amizade por parte do rapaz. Para aqueles que tenho como amigos e pessoas queridas não meço esforços. Naturalmente, não me abalo nem me movo por quem não conheço, ou não tenho apreço.

Me emocionei muito, quando em um momento de aflição, uma querida amiga veio passar a madrugada ao meu lado na porta do hospital. Apenas para estar ali ao meu lado, como aquilo me fez bem. Não que todos deveriam ter feito isso, mas esperava que os ausentes fizessem algo.

Foi assim que entendi que para cada grupo de amigos-ausentes sempre haverá um amigo-presente (ou simplismente, amigo). Alguém que ligará todos os dias, mandará mensagens, chorará contigo ou ficará ao teu lado esperando por notícias. E para estes jamais faltará ombro, colo e todo o restante. Destes jamais vou me perder.


Paulinho Moska e Pedro Morais - Reflexos e reflexões

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Brasília 5.1

Parabéns Brasília!

Pablo Neruda

"Em terra percebo a amplidão da cidade: Brasília não tem portas porque é espaço claro, extensão mental, claridade construída.
Burle Marx, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a trilogia procriadora de cidades radiantes.

A catedral: uma rosa férrea que abre na altura grandes pétalas até o infinito. Brasília isolada no seu milagre humano, no meio do espaço brasileiro, é como uma imposição da suprema vontade criadora do homem.

Daqui nos sentiremos dignos de voar aos planetas"

Amigo de outros notórios comunistas, como Oscar Niemeyer (em visita a Brasília, Neruda ficou encantado com os significados da cidade para a construção do novo mundo) - Correio Braziliense, 12 de julho de 2004

Oswaldo Montenegro e Zeca Baleiro - Leo e Bia

domingo, 10 de abril de 2011

Momento Paulo Coelho

Sabendo Esperar
(Paulo Coelho)


O guerreiro da luz precisa de tempo para si mesmo. E usa este tempo para o descanso, a contemplação, o contato com a alma do mundo. Mesmo no meio de um combate, ele consegue meditar.

Em algumas ocasiões o guerreiro senta-se, relaxa, e deixa que tudo que está acontecendo ao seu redor continue acontecendo. Olha tudo a sua volta como se fosse um espectador, não tenta crescer nem diminuir – apenas entregar-se sem resistência ao movimento da vida.

Aos poucos, tudo que parecia complicado começa a tornar-se simples. E o guerreiro se alegra.

Simone e Zélia Duncan - Idade do Céu

Encontros Musicais: 10/04

Ivete Sangalo e Seu Jorge - Pensando em nós dois


Racionais Mc's e Jorge Ben Jor - Umbabarauma

sábado, 26 de março de 2011

Salmos

Salmo 102

1 Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.

2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.

3 Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.

4 O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.

5 Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.

6 Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.

7 Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.

8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.

9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,

10 por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.

11 Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.

12 Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.

13 Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.

14 Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.

15 As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,

16 quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,

17 atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.

18 Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.

19 Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,

20 para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;

21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,

22 quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.

23 Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.

24 Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.

domingo, 20 de março de 2011

Momento Cora Coralina

POEMINHA AMOROSO
(Cora Coralina)

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

quinta-feira, 17 de março de 2011

Encontros Internacionais 16

Hoje é a vez das talentosas Paula Toller e Rosa Passos convidarem artistas internacionais para o nosso encontro.

Paula Toller e Kevin Johansen - Glass (I'm so brazilian)


Rosa Passos e Yo-Yo Ma - Chega de saudade

quarta-feira, 16 de março de 2011

Hora de recomeçar

Desde o final da última semana assisto comovido ao drama japonês que tomou conta dos noticiários. Tanta destruição, tanto caos que me pergunto como deve estar os sonhos de um povo que não deve dormir há dias?

Cinco mulheres na tv foram personagens desse sofrimento. A primeira rodeava escombros e pilhas de carros, casas e todos os destroços levados pelo tsunami, ou derrubados pelo terremoto. A sua busca era por encontrar vivo o sobrinho. A aflição de uma tia, uma mulher que perdeu tudo, menos a esperança.

Depois vieram duas senhoras, a mais nova de cabelos quase todos negros era quem se destacava. Sua serenidade em falar e gesticular, talvez uma característica daquele povo, contrastava com seu olhar assustado. A outra senhora, mais velha, mais baixa e levemente mais robusta se apresentava mais agitada e falante. Mas foi a primeira quem disse que há dois dias elas estavam sem comer.

A quarta personagem era uma senhora sorrindo, parecia estar feliz com toda aquela destruição. Pelo menos seria essa a impressão de algum desavisado que ligasse a tv naquele instante. Sua alegria era que, após a tragédia, ela havia conseguido voltar à sua rua, nos destroços da sua casa e encontrar sua carteira com documentos e cartões de crédito. Agora ela podia comprar comida e água.

Por fim, duas jovens também caminhavam por seus escombros. Tão novas, tão cheias de vida e "perdidas" por entre montes de desilusão. Ali imaginei uma mente tentando achar um futuro quando tudo em volta está no chão. Estas duas faziam uma busca, mas não por entes levados pelas águas, nem soterrados por concreto, tampouco por documentos. Nas mãos luvas de borracha e uma sacola com alguns alimentos, reviravam os lixos buscando por comida, bebida... restos e migalhas capazes de saciar a fome.

O que pensar de tudo isso? Como sorrir? A quem culpar? Por onde andará Deus?, perguntarão alguns. Outros radicais dirão que Deus castigou a nação japonesa pela sua maioria não cristã. Mas então onde Buda estava para permitir tudo isso?

A pergunta certa seria o que temos de aprender com tudo isto. Qual lição receberemos nesse momento? Essa é uma boa chance de praticarmos a caridade. Estender a mão pra quem precisa de tanto, de tudo. Nós, do terceiro mundo ajudar a terceira maior economia mundial. Com tantas toneladas de grãos e alimentos que desperdiçamos todos anos será que ajudaríamos o Japão? Mataríamos a fome da África miserável e faminta? Saciaríamos o Haiti devastado também por um terremoto?

Com o passar dos anos e as tragédias tornando-se maiores e rotineiras é preciso enxergar o óbvio, o anormal. O caos, a tragédia e a devastação pode alcançar qualquer um, todos nós. Este é um tempo de transformações íntimas e profundas do ser humano. Talvez o apocalípse cristão, mas para que morramos na ignorância e mediocridade do homem velho para o nascimento de um ser melhor para si e para o próximo.

Ainda podemos melhorar. Há tempo para garantir o futuro àquelas jovens revirando lixo no Japão. Podemos saciar a fome das senhoras desabrigadas e rezar pela tia aflita em busca do sobrinho. Podemos muito e no final recomeçarmos, todos, e sorrir.

sábado, 12 de março de 2011

A vó que escolhi pra mim

Segundo o espiritismo, antes de virmos para cada nova vida fazemos nossas escolhas (de um modo geral, respeitando os mais diversos casos). Optamos por pessoas e situações com as quais iremos nos deparar para que possamos alcançar, ou caminhar rumo, a evolução espiritual. Crendo nisso sei que fiz a melhor escolha no quesito família e amigos. Mas de longe minha avó paterna é uma das figuras mais fantásticas que habitam no meu universo.

Ativa, falante, religiosa ela se esquece dos seus 80 e poucos anos e quase sempre faz suas estripulias. Ela é uma daquelas pessoas de sentimentos transbordando. Lágrimas e sorrisos estão sempre prontos para brotarem de seu rosto marcado pelo tempo e pelas histórias. Geniosa, teimosa, mas que sabe reconhecer erros e pedir perdão como poucos fazem (me incluindo entre os muitos que não fazem).

A última peça pregada pela mocinha rendeu 40 dias de cama. Um martírio para uma criatura que não fica parada nem dormindo. Ainda assim continua com suas obrigações religiosas, mantendo de pé o pilar religioso da nossa família. Mulher de fé e força, que voltou a estudar no auge dos 70 anos, mas que também chora e lamenta por ultimamente não estar na cozinha ou saindo de casa.

Ultimamente tenho tentado manter o bom humor e alto astral dela. Durante o passeio na cadeira de rodas do quarto para o banheiro roubo um beijo, para a sua raiva e alegria. Ou mesmo quando a ajudo a responder suas palavras cruzadas, enquanto fico ao seu lado dizendo besteiras. E no mísero esforço que faço para colocá-la na cadeira, conduzí-la pela casa e devolvê-la pro repouso ela fica com pena de mim. Dá pra acreditar?

Enfim, essa é a figuraça da minha avó. Por motivos diversos quis o mundo superior que ela tirasse merecidas férias dos afazeres do lar e percebesse que não é tão jovem quanto antes. Mas se bem a conheço, logo ela teima e começa a correr da gente casa afora.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Momento Clarice Lispector

Em homenagem ao mês da mulher, postagens de grandes mulheres. Começo pela genialidade de Clarice Lispector.

A importância da maternidade
(Clarice Lispector)

“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

Dicionário Musical: amor (10)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Cássia Eller - Todo amor que houver nessa vida



João Bosco - Quando o amor acontece


Sandra de Sá - Retratos e canções


Léo Jaime - Eu preciso dizer que te amo


Maria Bethânia - Amor de índio


Armandinho - Eu juro


Pepeu Gomes e SNZ - Mil e uma noites de amor

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Trilhas Sonoras - 7

Lulu Santos já fez parte da lista de artistas que deram voz as aberturas de Malhação. Assim caminha a humanidade abriu por anos na novela global.

Lulu Santos - Assim caminha a humanidade


Quando se fala em telenovela a canção Retirantes, de Dorival Caymmi, se eternizou como tema de abertura de uma das novelas brasileiras mais famosas em todo o mundo, A escrava Isaura.

Dorival Caymmi - Retirantes


A continuação do filme Tropa de Elite trouxe na trilha sonora os roqueiros dos Paralamas do Sucesso com a música O calibre.

Os Paralamas do Sucesso - O Calibre


Lenine coleciona algumas canções em trilhas de novelas. Em Passione, o cantor e compositor pernambucano teve uma de suas canções como tema da abertura.

Lenine - Aquilo que dá no coração

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dicionário Musical: azul

Azul: da cor do céu.

Leila Pinheiro - Todo azul do mar


Ed Motta - Azul da cor do mar / Se me lembro faz doer


Lulu Santos - Tudo azul


Djavan - Azul


Caetano Veloso - Araçá azul

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A fórmula secreta do amor

Tudo na vida tem uma medida certa? Se assim for, qual seria a medida certa do amor? O amor... ai, ai. Alguém viu em alguma receita, mundo afora, a medida exata para se amar?

Quais serão as doses e quantidades precisas para se fazer uma saborosa receita de amor? Pitadas de respeito, carinho, atenção, compreensão, admiração, amizade, tesão, parceria... o que compõe essa apetitosa refeição que sempre buscamos nos servir?

O problema é quando tudo desanda. Quando será que amar passa a ter um amargor? O prazeroso gosto de mel dá lugar ao fel da desilusão. Seria o erro amar demais, esperando fidelidade, respeito e reciprocidade na intensidade do sentimento?

De fato o amor é a tal fórmula milagrosa para uma vida feliz. Mas não o amor homem e mulher, nem homem e homem, nem mulher e mulher. Amor pelo outro tendo ou não uma conotação sexual dentro disso. E sabe qual o ingrediente secreto? Perdão.

Lenine - A medida da paixão

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Momento Carlos Drummond

Não se mate (Carlos Drummond de Andrade)

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.

Encontros Musicais: 31/01

Os encontros de hoje trazem a participação de grandes nomes da música brasileira. Barão Vermelho convida uma das vozes mais potentes que nossa música já viu, ninguém menos que Ed Motta.

Em seguida, Arnaldo Antunes conta com a ajuda da guitarra inconfundível do amigo Edgard Sacandurra. Enquanto Skank e Nando Reis fecham o post de hoje homenageando o mestre luiz Gonzaga.

Barão Vermelho e Ed Motta - Quem me olha só


Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra - Judiaria


Skank e Nando Reis - Vem morena

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Encontros Internacionais 15

Entra ano, sai ano, todos querem abrasileirar suas músicas. Começamos por Natiruts e a participação porto riquenha de Willy Rodriguez.

Natiruts e Willy Rodriguez (Banda Cultura Profética) - Au de cabeça


Seguimos com Paulinho Moska e o amigo argentino Kevin Johansen, um dos mais "brasileiros" entre os artistas internacionais.

Paulinho Moska e Kevin Johansen - Waiting for the Sun to Shine


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Música Animada - 10

E a música continua animada. Abrimos os trabalhos ao som do Ludov, cantando a sina da sua princesa.

Ludov - Princesa



O clipe abaixo faz parte do álbum do Capital Inicial em homenagem ao Aborto Elétrico, grupo de rock de Brasília que deu origem à Legião Urbana e ao próprio Capital. Pra quem conhece, ou mora na capital federal, logo identifica os locais por onde os personagens passam.

Capital Inicial - Anúncio de Refrigerante

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dicionário Musical: amor (9)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.


Vanessa da Mata - Amado*

*cenas do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain

Frejat - Como é grande o meu amor



Natiruts - Deixa o menino jogar



Leila Pinheiro e Roberto Menescal - Oceano


Jay Vaquer - Pais e filhos



Secos e Molhados - O patrão nosso de cada dia




Cidade Negra - A sombrada maldade

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Novos caminhos

Doze meses se foram e com eles tantas coisas passaram. Pessoas, momentos e histórias que me lembraram que ainda estou vivo. Quando se chora, ri e se tem esperança é porque a maquininha do coração ainda está a pleno vapor. Pulsa e sente tudo o que se pode sentir.

Essa semana o ônibus fez um trajeto pelo meu passado. Me assustei quando percebi que havia regressando no tempo. De alguma maneira aquilo me fez mal, me assustou pensar que tudo estaria novamente em minha vida.

Desci do coletivo e te vi ali me esperando no terminal. Me fez ver que tenho você. Bastou para o meu peito deixar escorrer as mágoas. Encheu-se dos nossos momentos e me fez sorrir. Deixei o sofrimento seguir seu caminho enquanto eu sigo o meu contigo.

Tive tantos motivos pra dizer que foi meu pior ano, mas por outro lado tive um motivo suficientemente especial pra fazer de 2010 meu melhor ano. Eu sei, agora está tudo bem. Sigo meu caminho pela vida.

Ana Carolina e Seu Jorge - Pra rua me levar

sábado, 1 de janeiro de 2011

Momento Chico Xavier

"Você nasceu no lar que precisava,
Vestiu o corpo físico que merecia,
Mora onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com suas posses,

Possui os recursos financeiros coerentes com suas necessidades...
nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas,

Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu espontaneamente para sua realização,
Teus parentes, e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com sua afinidade.
Portanto, seu destino está constantemente sob seu controle.

Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa,
modifica tudo aquilo que te rodeia a existência.
Seus pensamentos e vontades são a chave de seus atos e atitude...
São fontes de atração e repulsão na sua jornada de vivência.

Não reclame nem se faça de vítima.
Antes de tudo, analise e observe.
A mudança está em suas mãos.

Reprograme sua meta, busque o bem e viverá melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Chico Xavier