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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Momento José Saramago

"Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer. Então sabemos tudo do que foi e será. O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam. Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos. Com doçura. Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites. Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela. Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste."

"Cada dia traz sua alegria e sua pena, e também sua lição proveitosa"

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais."

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Canções Amigas

Hoje posso dizer que é post comemorativo. Afinal, minha irmã gêmea comemorou ontem mais um ano de vida. Como assim, irmã gêmea que faz aniversário em outro dia? Coisas da vida. Carol é uma grande amiga, seus olhos azuis, pele banca e os cabelos longos e lisos em nada se assemelham aos meus olhos castanhos, pele morena e os cabelos negros encaracolados.

Nossas palhaçadas, brincadeiras e sintonia nos fizeram perceber que fora o físico, nossas semelhanças são bem maiores do que estes pequenos detalhes fisiológicos. Parabéns irmã. Muita felicidade, paz e bem na sua vida, sempre. Beijão do seu gêmulo Vinishhhh! (hehehe)

Jason Mraz - I'm yours

Momento Kant

"A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir."

"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade."

"A missão suprema do homem é saber o que precisa para ser homem."

"Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como objetivo, nunca como simples meio."

"Belo, é tudo quanto agrada desinteressadamente."

"A amizade é semelhante a um bom café; uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Momento Sêneca

"É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la. "

"Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las."

"É parte da cura o desejo de ser curado."

"Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico."

"Nada é tão lamentável e nocivo como antecipar desgraças."

"As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos fatos reais."

"Os desejos da vida formam uma corrente cujos elos são as esperanças."

Enterrando meus mortos II

Estava angustiado e andando de um lado para o outro. Enquanto minha avó disfarçava o choro, meu avô estava sentado, olhando para o horizonte e com a cabeça distante. Até que as outras duas cachorras latiram, avisando que minha tia havia chegado. Era hora de buscar nossa cachorra para enterrá-la.

Eu e minha tia fomos, relativamente bem. Conversamos um pouco e logo chegamos até a clínica. Subimos a longa escadaria e lá em cima um funcionário magro, alto e de expressão fechada nos recebeu. Assim que soube o que procurávamos se mostrou sereno e compreensivo com a nossa perda. A feição já era outra.

De lá de dentro ele surgiu com a Husky nos braços. Foi difícil ver, por mais que soubesse. Meus olhos logo se encheram de lágrima e me adiantei aos dois e fui descendo as escadas. Pensei em colocá-la no porta-malas, mas minha tia logo se adiantou e disse, "ela vai lá dentro, no banco". Entendi como seria respeitoso e carinhoso esse ato. Abri o carro, colocamos alguns papelões no banco de trás e a forramos com o lençol, o mesmo que usamos para carregá-la até o carro para trazê-la até o veterinário.

Lúcia (minha tia) foi até a recepção para pagar as despesas do tratamento enquanto fiquei no carro com a cachorra. Não deu pra segurar por muito tempo. Chorei, chorei e novamente a acariciei como fiz durante sua agonia. Mas dessa vez ela não respirava, não olhava para o nada, ou mesmo para mim. A língua, já roxa, estava com a ponta para fora da boca no lado esquerdo. Não podia duvidar que ela estiva morta.

Peguei o telefone e liguei para a minha avó, pedi que ela avisasse ao meu avô que a "cova" estava pequena e que ele aumentasse o espaço. Um dos motivos da minha preocupação era que o corpo da cachorra começava a ficar rígido. As patas dianteiras não podiam mais ser dobradas e as traseiras possuíam um mínimo de flexibilidade. Ao fazer o pedido minha voz engasgou, mas respirei e terminei a conversa.

Tentei me recompor, mas meus olhos já estavam tão vermelhos que era impossível negar o choro. Chorei mais um pouco e enxuguei meu rosto. Cobri o quanto pude o corpo branco e peludo. Mesmo sem vida ela ainda era uma cachorra linda, talvez a mais bonita que eu já tenha visto. Lúcia voltou e parou por alguns segundos a olhando. Entrou, ligou o carro e fomos embora. Calados, ouvia apenas o choro quase silencioso da minha tia. Enquanto uma mão segurava o volante, outra se ocupava em secar lágrimas que escorriam pelo rosto. Quieto, apenas mantive o silêncio.

Perto de casa, minha tia achava estar errando o caminho. Um pouco desnorteada com o que estava acontecendo, mas a avisei de que estávamos no caminho certo. Entramos pela área verde, onde a "cova" estava aberta, mas meu avô tentava aumentá-la. A dificuldade se dava pelo enorme coqueiro de dendê, a cerca de dois a três metros, com suas raízes dificultando a escavação. Peguei a enchada e fui ajudá-lo, enquanto isso minha vó vinha para olhar pela última vez sua cachorra.

Enquanto ela e a Lúcia choravam eu tentava (apenas tentava) não pensar muito no que estava fazendo. Peguei a pá e retirei a terra de dentro do buraco. Muita terra pra um buraco relativamente pequeno. Logo minha vó me chama e linda e inocentemente me pergunta, "Meu filho, ela não está respirando? Acho que eu a vi respirando!". Sorri e com a mão em seu ombro expliquei que infelizmente a cachorra não respirava mais.

Decepcionada ela se afastou do carro, ainda enxugando o rosto e repetindo, "coitada, ela sofreu tanto...". E de fato, sofreu muito. Seus uivos de dor e desespero ainda ecoavam na minha cabeça, mas de alguma forma a morte dela me soava mais como um alívio do que como uma perda. Talvez por isso eu tenha chorado pouco. Minha tia colocou o carro próximo ao local onde enterraríamos a cachorra. Eu e meu avô tiramos o corpo do banco do carro com a ajuda do lençol e a colocamos na cova. Quando a terra começou a cair sobre seu corpo minha vó logo nos deu as costas e apressou o passo para dentro de casa.

Respirei fundo e não olhei para dentro do buraco quando puxei a terra que cobriria seu rosto. Terminei, peguei o carro e coloquei na garagem. Minha vó abriu o portão para mim, enquanto tentava não mostrar o rosto lavado com tanto choro. As outras cachorras me cheiravam e pareciam entender tudo o que se passava. A minha cachorra (Labrador) ficou quieta, apenas me acompanhando. Lavei minhas mãos e me abaixei para "falar" com ela. Seus olhos estavam me olhando com uma certa dose de tristeza e estranhamente ela não fez o alarde de sempre. Não pulou em cima de mim, não me lambeu, não mordeu minha mão, apenas sentou-se e balançou o rabo enquanto eu a acariciava.

Pensei no dia que ela morrer, mas logo mudei o pensamento para não sofrer por antecipação. Tudo no seu tempo, sem antecipar ou precipitar nada. Acho que a lição dos últimos meses tem sido essa. E os mortos dentro de mim? Estavam momentaneamente enterrados.

Tim Maia - Ela partiu

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Enterrando meus mortos

O dia amanheceu lindo, como tem sido nos últimos dias, mas talvez um pouco mais frio. É impressionante como vazios rapidamente representam um grande espaço físico e sentimental nas nossas vidas. Com a falta dela não seria diferente. Ela morreu, pelo choro constante da minha vó não era difícil perceber que isso de fato tinha acontecido.

Ontem pela noite estive ao lado da nossa Husky Siberiano (de cerca de 13 anos) por todo tempo. Quando me afastava, em busca de algum telefone, ou algo para ajudá-la, os gritos começavam a ser ouvidos de longe. Foi cruel, desumano, vê-la sentir tanta dor e não ter o que fazer. Mas não podia apenas esperar que ela passasse a noite deitada sofrendo até a morte.

Sim, cogitamos o sacrifício, mas minha vó abominou a ideia e disse que se fosse preciso passaria dias e noites com ela até que ela morresse, mas que não a sacrificássemos. Os belos olhos azuis claros (tão claros que estavam próximos do branco) me olhavam a implorar por um alívio. Pediam socorro de qualquer maneira.

De repente um uivo estrondoso e longo e ela vomitou algo escuro. Sangue, ou algo misturado a ele. O desespero aumentou. Ver o preto em contraste com o pêlo branco era algo que não podíamos ignorar, mesmo que ousássemos fazer isso. Entre telefonemas consegui achar o número do veterinário, já que em uma cidade com 120 mil habitantes não existe um que atenda 24hs. Depois de termos feito uma ronda em busca de algum lugar para levá-la.

O médico não podia atendê-la, mas nos indicou uma clínica. Retirando o que disse há pouco, havia um consultório veterinário que atendia 24hs. Corremos para lá sob a recomendação da minha vó de que não sacrificássemos a nossa cadela. Dessa vez era eu quem dirigia, sob a supervisão do meu pai. Sem carteira, sem celular, corri o quanto pude, tomando cuidado com o sacolejo dentro do carro.

Ajudei a levá-la, junto com o funcionário da clínica, até o consultório. Soro, medicamentos... agora era esperar. Todo o atendimento feito. Todas as preces realizadas. Ela uivou mais uma vez, mas agora doeu mais e foi bem mais alto do que todas as outras vezes. Seu olhar não tinha mais foco, inconsciente com tanta dor ela já não sabia e nem sentia ao certo o que se passava.

Tentando segurar o choro fiquei ali, acariciando sua cabeça. Do jeito que só eu fazia, e sabia. Mas era difícil. Sabia que ela morreria, por mais que estivesse ali. E cada carícia era dada como se fosse a última, e de fato foi. A respiração era ofegante, a boca e o focinho estavam secos. Saí do consultório com uma pequena ponta de esperança de que pudesse vê-la hoje pela manhã, mas acordei com o telefonema avisando da sua morte.

Seu coração parou e o meu disparou. A partir de hoje não haverá mais seus uivos de alegria. Seus pulos, seus pêlos, seu jeito. Enfim, morrer também pode ser um alívio quando se está sofrendo e morrendo aos poucos. Saber que ela morreu foi aliviante, acima de tudo. Foram lágrimas tristemente aliviadas. Agora, vou descer e ir até a área verde para ajudar meu avô a enterrá-la. Não vai ser fácil, como nunca foi com os outros cachorros que tivemos, mas foi-se o tempo de facilidades.

Tornar-se homem, adulto, implica em níveis maiores de dificuldade na vida. Foi então que tomei consciência de que ainda tenho muitos mortos dentro de mim para enterrar.

Coldplay - Fix you


domingo, 25 de abril de 2010

Boa Noite, manhã!

Há pouco me debrucei na varanda e me vi encantado pela noite, o luar e o céu se encontram em divina sintonia. Talvez fosse belo por ser em Brasília, ainda não conheci outro céu tão apaixonante e encantador. Cenário perfeito para se assistir e curtir até o amanhecer. Desde ontem tenho notado essa persistência celestial em me encantar.

Ontem já me rendi, ainda que discretamente, a todos os encantos noturnos. Olhava o céu, olhava ao longe minha cidade e, acompanhado, via o frio exigir agasalhos e abraços. Que belo refúgio, que belo cenário. Próximo à piscina, antes da noite cair e de todos chegarem, Apolo e Titã já haviam brincado comigo e me lambido as mãos e os braços. Em algum momento dessa distração canina o (ainda) pequeno Golden Retrivier (Apolo) sentou-se e olhou para o alto. Instinto canino prevendo a grande noite. Procurei o que tanto encantava o filhote e já vi um belo entardecer.

Todos nos divertimos muito. Estávamos bem servidos de bebidas, comidas e minha dose ácida de humor. Mesmo os recém-conhecidos caíam na roda e logo eram sacaneados ou riam das sacanagens que fazíamos com os outros. Esqueci que quanto mais novo e cheio de hormônios, mais sacana se é. A adolescência é mesmo um momento cheio de energia e impulsividade (acho que ainda trago um pouco disso).

A casa estava bem localizada naquele paraíso, por também ser linda. Sabe aqueles lugares que você entra e é bem recebido? A boa energia dali e dos moradores nos contagiava. Com a chegada da manhã cada um encontrou seu canto, sua companhia e deitou. Alguns ainda ficaram ali esperando o nascer de outro grande dia, mas me dei por satisfeito com tudo o que já havia recebido.

Procuramos nosso canto, em meio a brincadeiras, ajeitamos tudo e nos deitamos. Entre sorrisos e tanta coisa boa rimos ao nos desejar "Boa Noite", às 5h30 da manhã, sob aquela bela lua.

MPB 4 - A Lua

sábado, 24 de abril de 2010

Momento Guimarães Rosa

"As coisas mudam no devagar depressa dos tempos."

"Penso que chega um momento na vida da gente em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir no topo de cada dia, o máximo da eternidade..."

"O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo."

"O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão."

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Momento Mário Quintana

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver...
Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"

Bilhete
"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília 5.0

Minha bela cidade chega aos 50 anos. Uma senhora menina, com problemas, com virtudes, feita de gente e sujeita a erros e acertos. Uma cidade viva, ampla, com espaços para não sufocar aqueles que se apaixonarem pela sua arquitetura. Uma cidade seca, empoeirada, verde, concretada e coberta pelo céu mais bonito do mundo. Parabéns Brasília, te amo!

Alceu Valença - Te amo Brasília




Os Paralamas do Sucesso - Vital e sua moto




Biquini Cavadão - Eduardo e Mônica




Djavan - Linha do Equador





Legião Urbana - Dezesseis




Os Paralamas do Sucesso - Brasília 5:31


Brasília 5.0

Minha bela cidade chega aos 50 anos. Uma senhora menina, com problemas, com virtudes, feita de gente e sujeita a erros e acertos. Uma cidade viva, ampla, com espaços para não sufocar aqueles que se apaixonarem pela sua arquitetura. Uma cidade seca, empoeirada, verde, concretada e coberta pelo céu mais bonito do mundo. Parabéns Brasília, te amo!

Alceu Valença - Te amo Brasília


Os Paralamas do Sucesso - Vital e sua moto


Biquini Cavadão - Eduardo e Mônica


Djavan - Linha do Equador


Oswaldo Montenegro e Zeca Baleiro - Léo e Bia


Legião Urbana - Dezesseis


Os Paralamas do Sucesso - Brasília 5:31

terça-feira, 20 de abril de 2010

Meu... e seu

O problema de estar solteiro é quando você sente saudade até das manias do outro. Aí tudo desanda e vem à tona. Aí o outro já se torna você, porque você não consegue mais se ver sem o outro. Dois em um, ou quase isso.

E agora, pra onde correr? Como sair de dentro da gente, ou expulsar essas saudades (mesmo sem querer isso)? Não dá pra procurar a pessoa que a gente gosta e quer em outras pessoas. Elas nunca poderão ser ela, e por mais que tentem ser não se engana o coração.

Se eu pudesse correria agora e bateria na sua porta. Sem dizer nada te abraçaria, te beijaria e não te largaria nunca mais. Só que ao chegar lá a porta estaria fechada e você não estaria, se estivesse não me atenderia. Mas ainda assim não deixo de pensar nessa hipótese.

Já perdi o sono por sentir teu cheiro. Já senti até o seu gosto na minha boca. E nesse meio tempo venho sentindo muitas coisas, todas relacionadas a você. Naquela madrugada te ouvir me fez bem, me fez acreditar (por um instante) que tudo estava bem.

Mas não vou viver na espera e na expectativa da sua volta. Mesmo que isso seja um desafio e tanto. É... não nego o amor, mas não posso esconder que amar sozinho não rola. Deixa esse amor aquecido e acolhido aqui dentro, como as suas lembranças bem guardadas na gaveta.

Um dia ele se transforma, se retribui, ou se apaga, mas "desse amor" não falarei aqui novamente. Ele é só meu... e seu.

Greice Ive - Apenas mais uma de amor

Momento Manuel Bandeira

"Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não."

"Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora. " (Petrópolis 25/2/1947)

"Quero a delicia de poder sentir as coisas mais simples"

"Aceitar o castigo imerecido
não por fraqueza, mas por altivez.
no tormento mais fundo o teu gemido
trocar num grito de ódio a que o fez.
As delícias da carne e pensamento
com que o instinto da espécie nos engana,
sobpor ao generoso sentimento
de uma afeição mais simplesmente humana.
Não tremer de esperança e nem de espanto.
Nada pedir nem desejar senão a coragem
De ser um novo santo. sem fé num mundo além do mundo.
E então morrer sem uma lágrima que a vida
Não vale a pena e a dor de ser vivida."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Te encontrei na gaveta

É só me distrair que encontro você pela casa. Hoje foi o dia de te encontrar em um cartão, na gaveta do meu guarda-roupa. Logo me veio a pergunta: Onde estávamos no meu aniversário ano passado, hein? Lembrei! Lembrei, sorri e me entristeci, mas segui o dia.

O cartão falava sobre a felicidade e não se importar com bobagens. Talvez essa lembrança e essa repentina tristeza não passem disso: bobagens. No fim fomos todos bobos. Cada um com sua respectiva carga de bobagem.

Mas... o dia e a vida seguem, bobos como sempre. E as lembranças permanecem na gaveta, guardadas.

Paulinho Moska - O bilhete no fim

sábado, 17 de abril de 2010

Momento Cecília Meireles

Marcha
(Cecília Meireles)

As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentameno.

Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.


Fagner - Canteiros/Na hora do almoço/ Águas de Março

Momento Fernando Pessoa

"Nasci, sujeito como os outros, a erros e defeitos (…)
Mas nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência."

"
A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."

"
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

"Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito."

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Canções Amigas

Na minha ainda curta história de vida nunca faltaram personagens cômicos. Pessoas que parecem ter saído do universo dos quadrinhos, de algum desenho animado ou de algum filme dos mais fantásticos e fantasiosos já produzidos. Ronaldo é assim, inexplicável. Uma figura!

Amigo feito nos tempos de faculdade. Companheiro das cervejas semanais. Que cara sem noção! Um ser humano dos mais engraçados, mesmo quando tenta não ser. Sacaneia a própria mãe, se sacaneia e tem uma vida, no mínimo, feliz (talvez por rir de tudo que lhe aconteça).

Parceiro de gosto musical, parceiro de show do Nenhum de Nós. Amigo de rock anos 80, de longas conversas sobre Legião, Paralamas e tantos outros daquela geração. Grande amigo, grande Ésper (kkkkkk).

Biquini Cavadão - Camila

Momento Paulo Leminski

"Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?
"

"As aparências enganam, mas, enfim, aparecem, o que já é alguma coisa."

"Ou me perco no que não sou, caio em mim para nunca mais sair ou me empenho nos acontecimentos, e idem. Ou pelo menos fico assíduo nisso."

"O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube,
nada que não seja hoje
jamais houve.
"

"Mas vice e versa e vide a vida.
Nada se parece com nada.
A fita não coincide
Com a tragédia encenada."


"Um Deus também é o vento
só se vê nos seus efeitos."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pequenas dúvidas e questionamentos sobre o tal do amor

Ai, ai... o amor! Quantas vezes já não foi suspirado por aí? Quantas vezes não foi exaltado? Quantas vezes culpamos este sentimento pelo nosso sofrimento? Quantas vezes a gente já não acreditou amar? Até surgir no peito um novo relacionamento e trazer um sentimento maior, ou não.

Por que é que não entregam o amor com bulas, indicando a dosagem e os horários para tomar? Aliás, amor é remédio pra algo? Amor demais também é veneno, não? Amor próprio, amor de mãe, de filho, de pai, de avó, de amigo, de avô, de tio, de irmão, de parceir@. Amor, amor, amor... que conversa é essa desse post?

Tanto a aprender, tanto a ensinar. Dúvida cruel. Ai, ai... o amor!

Nenhum de Nós - Feedback

terça-feira, 13 de abril de 2010

Momento Saint-Exupéry

"É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência."

"A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio."

"A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica."

"As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações."

"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

"Eu não preciso de ti.
Tu não precisas de mim.
Mas,
se tu me cativares, e se eu te cativar...
ambos precisaremos, um do outro."

Dicionário Musical: beijo

Ouvi dizer que hoje é Dia do Beijo. Então vamos ao que interessa, beijar na boca.

Beijo: Ósculo; contato afetivo dos lábios de alguém com uma pessoa, animal ou coisa, produzindo uma leve sucção.

Ivete Sangalo - Na base do beijo


Cidade Negra - Eu também quero beijar


Marisa Monte - Beija eu

Entre olhares e flertes

Todos nós temos algo de instintivo. Sabe aquelas intuições, sensações e estalos que são decisivos? Acho que o que rolou foi um pouco disso. Um anjo, um espírito, uma brisa leve... sussurou no meu ouvido que você me olhava. Logo meus olhos cegos foram diretamente guiados até os seus.

Entre nós, olhares. Um espanto, Será comigo?! Confirmação vinda com o segundo, o terceiro, o quarto olhar e a insistência em buscar em mim algo capaz de saciar seus desejos. Agora também tenho os meus desejos. Meus olhos buscam seus interesses e fazem deles os meus. Trocam-se olhares e vontades nos nossos flertes noturnos.

Em algum dado momento o olhar, já tão entregue ao óbvio, se via hipnotizado pelo outro. Quando se dava conta despertava e desviava, assustado. Não queria demonstrar e, por quê não dizer?, não queria enxergar que naquele ambiente não havia mais nada que desse foco à sua visão. Foi loucura minha ou você me olhou sorrindo?

Adquiri, rapidamente, o vício de te olhar por minutos seguidos. Eu podia ficar ali, te olhando a noite toda. Me dar por satisfeito pelo fato de saber (apenas pelo olhar) que compartilhamos quereres. Confesso que minha vontade, por um momento, era de poder ver o que tanto os seus olhos viam de encantador.

Quis me ver te olhando, mas ficar ali parado não era o que os nossos olhares queriam ver. Olhos precisam de cenas, movimentos. Buscam consequências para tudo isso. Talvez por isso os seus dispararam e acertaram, entre outras partes, o meu peito.

Morri! Agora você carrega o meu corpo contigo. Me leva pra sua casa e retira do meu corpo todos os vestígios desse crime tão passional.

Ira! - Flerte Fatal

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Momento Manoel de Barros

"Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas
é de poesia que estão falando."

"Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro,
envergá-las pro chão, corrompê-las, -
até que padeçam de mim e me sujem de branco."

"Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito"

"Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas.
Consegui não descobrir."

"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos."

domingo, 11 de abril de 2010

Pouco tanto tempo

Depois de tanta tempestade é difícil olhar para o céu e não temer a destruição, mesmo nas mais belas manhãs. Nem as minhas melhores previsões podiam garantir tão belo(s) dia(s) em minha vida. Que coisa melosa e poética, podem dizer alguns. Mas só mesmo mel e poesia seriam símbolos perfeitos para tudo isso. O gosto bom e doce (do mel) e o encaixe perfeito (das rimas), ambos com suas sutilezas. Ah! Quero mais finais (e iniciais) de semana assim.

Sutís detalhes que constroem tudo. Acho que é isso, cada detalhe em você tem me feito bem. Te descobrir tem sido muito bom, principalmente por descobrir que posso esperar e ter de você tudo o que mais preciso nesse momento. Nesse "pouco tanto tempo" tem sido muito bom me descobrir em você e com você.

Onde fica o botão do replay? Que todo dia seja ontem, seja "sábadomingo", seja hoje, sejamos apenas nós.

Zélia Duncan - Tudo sobre você

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Momento Martha Medeiros

Pedaços de mim

Eu sou feito de sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Já tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sorriso legendado

Hoje, pelas ruas, um carro parou ao meu lado tocando, no volume máximo, a canção Pra você guardei o amor. Nando Reis e Ana Cañas, em um dos melhores momentos musicais dos últimos anos. Por motivos sonoros, musicais, pessoais e felizes esta é uma canção que sempre me traz boas recordações.

Sorri e segui meu caminho lembrando da minha "lua de mel" feita ano passado. Bons tempos, boas lembranças, mas assim como o sinal (agora aberto), prossegui meu caminho e a cabeça ficou cantarolando Nando. Agora sem o peso dos cachos, ajeitei o óculos escuros e acelerei rindo, enquanto minha mãe também cantava a música e entendia o significado daquele sorriso largo.

Um sorriso devidamente legendado, ou como diz a canção: "... explicação nenhuma isso requer".

Nando Reis e Ana Cãnas - Pra você guardei o amor

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dia de folga

Pensando, pesando, avaliando e ponderando... o meu Dia do Jornalista não foi um dos melhores dias da minha vida. Desânimos, desesperos, mas ainda assim tenho que concordar que não foi dos piores também. Hoje foi meu dia de pedir socorro e não estar muito para socorrer os queridos amigos em perigo.

No meu dia de folga recorri aos irmãos de vida e me permiti ser um pouco acolhido. Ainda tive forças, no início do dia, para me dedicar a um sofrer alheio. Já no fim do dia, no auge do mal-estar, o texto da minha mestre e amiga Adriane Lorenzon me levantou daquele mar de angústia.

Como sempre, belas palavras. E de fato concordei com o título, hoje fui um "animal insatisfeito" devidamente acomodado e certamente conformado.

Adriane Lorenzon - Nós animais insatisfeitos
http://drilorenparamaiores.blogspot.com/2010/04/nos-animais-insatisfeitos_7855.html


The Beatles - Yesterday

Momento Adélia Prado

“Dor não tem nada a ver com amargura.
Acho que tudo que acontece
é feito pra gente aprender cada vez mais,
é pra ensinar a gente a viver. Desdobrável.
Cada dia mais rica de humanidade”

"Não quero faca, nem queijo. Quero a fome."

"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre."

"Não tenho tempo algum, porque ser feliz me consome."

terça-feira, 6 de abril de 2010

Momento Vinícius de Moraes

"Deveria chamar-te claridade pelo modo espontâneo, franco e aberto, com que encheste de cor meu mundo escuro."

"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...mas é delicioso que eu saiba e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre..."

"Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido."

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."

Rio de (Janeiro) Abril

Desde o começo de 2010 o mundo vive uma série de catástrofes. O Rio de Janeiro passa, pela segunda vez, por essa onda de incidentes e tragédias. Depois de cerca de 15 horas de chuva, a cidade maravilhosa amanheceu em meio a deslizamentos e um completo caos urbano. As águas de abril continuam fechando o verão e tomando conta das ruas. Sim, as ruas são rios (não de janeiro), mas de devastação.

Não me digam que isso foi uma fatalidade, ou que não se pode prever essas catástrofes. O Rio é fruto de uma série de erros sociais e até mesmo de planejamento. As favelas começaram como uma maneira de "limpeza social" e milhares de famílias foram jogadas pra cima dos morros cariocas. Sem saneamento básico, ou qualquer outro tipo de direito. Apenas o de sobreviver como der e puder, enquanto os deslizamentos vão acontecendo, enquanto a violência toma conta da cidade.

O mundo vem dando seus sinais. Infelizmente o Rio sofrerá as consequencias disso por um bom tempo. Montanhas de um lado, mar do outro e no meio um extenso aterro que, dizem os mais velhos, o mar irá tomar de volta. Uma combinação que por si só já anuncia situações difíceis e em tempos de inconstâncias climáticas significa um permanente estado de alerta.

Salvem o Rio de Janeiro porque o Redentor sozinho não dá conta de tudo isso.

Nação Zumbi - Da lama ao caos*



Encontros Musicais 06/04

Mais uma vez os encontros de gerações acontecem aqui no Brasil Musicado. Começamos por Gilberto Gil e Maria Rita, homenageando a inesquecível Elis Regina.

Gilberto Gil e Maria Rita - Amor até o fim


Luiz Melodia e Cássia Eller - Juventude transviada


João Bosco e Yamandú Costa - Linha de passe


Gal Costa e Zeca Baleiro - Vapor Barato/À flor da pele


Sandra de Sá e Toni Garrido - Não vá

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Canções Amigas

Uma pessoa muito especial me faz lembrar dessa música. Uma canção triste que fala de despedidas. A lembrança que me vem não tem nenhuma relação com a despedida que nós vivemos, mas com a que essa pessoa viveu com a morte de seu pai há poucos anos, próximo ao reveillon.

Sempre me dizia que esta música trazia em sua memória a perda do pai. Infelizmente a vida fez com que nós também nos perdêssemos, mas muito antes fez com que perdesse o pai. Ainda não posso imaginar o tamanho dessa perda, mas pelos seus olhos eu pude sentir o quanto apertava dentro do seu peito.

Cuide-se e seja feliz, mesmo sem seu pai por perto.

Tim Maia - Gostava tanto de você

Olhares

Sem querer a gente senta em um lugar e quando olha para o lado um outro olhar também está buscando olhares. Toques acontecem, também sem querer, e de repente um sorriso, uma conversa e já foi. Outra história começa e quando você menos espera o destino está ali mostrando a força do "acaso".

Quando olham dentro dos seus olhos, parecendo buscar sua alma, é porque não há mais o que fazer. Pra que resistir se ambos querem o mesmo? Não resista, tem certas coisas que não podem ser muito pensadas, apenas feitas. Seguir o curso do rio e desaguar no mar, em algo maior e mais prazeroso.

E aquele sorriso me levou fácil. Sorriso, olhar, corpo, simpatia, beleza... Não sei pra onde estou indo, mas estou deixando me levar mesmo assim. As dúvidas, os medos e a insegurança eu deixei pra trás. Na minha cabeça ficaram apenas as certezas daquilo que quero, daquilo que sou e daquilo que preciso.

Um dia de cada vez, como se fosse um vício. Mas dias grandiosos, como tem de ser.

Ceumar - Seu olhar

sábado, 3 de abril de 2010

Comunicação e emoção

A comunicação é um processo muito gratificante, na grande maioria das vezes. Existem os contratempos, mas é muito bom fazer o seu trabalho e no final ver que a mensagem foi trasmitida de uma maneira clara e objetiva. Infelizmente temos de lidar com situações das mais delicadas para que essa informação seja levada ao público, independente de qual fato tenha ocorrido.

Ontem, no fim da noite fiquei triste com a cena do avião da esquadrilha da fumaça indo em direção ao solo. O espanto do público e os gritos de horror e desespero intensificaram a imagem já captada pelos olhos. Mortes não são em nada agradáveis. Na minha curta vida profissional já presenciei muito mais mortes do que todos os leitores desse blog podem imaginar.

Mortes cruéis, fúteis e muitas vezes fruto da insanidade humana, mas mesmo essa convivência com a morte não ameniza o impacto dela sobre mim. Em especial neste caso, onde um oficial da aeronáutica foi vítima de um acidente tão grave e chocante. Fica então minha pergunta, como comunicar isso? Como comunicar esta tragédia sendo você um amigo/colega da vítima?

Minha boa relação com a Força Aérea vem desde 2006, quando estagiei na institução. Participando de um exercício de simulação de guerra, feita em Anápolis (GO) entre o Brasil e os países vizinhos e tendo a França como convidada, pude conhecer muitos oficiais da instituição.

Colegas de comunicação e que hoje sentem a perda do amigo da esquadrilha da fumaça, mas que mesmo assim devem retrasmitir a informação à sociedade. Também foi na base da cidade goiana que, da pista de pouso, eu assisti a belíssima apresentação da esquadrilha.

Me senti como se fosse membro da comunicação da aeronáutica e talvez tenha sido por isso que me senti mal em ver tudo o que aconteceu. Um oficial, amigo dos tempos de Anápolis, falou por telefone a um telejornal da madrugada sobre a tragédia. Falou bem e de forma segura, até mesmo pela experiência com outras tragédias como a queda do avião da Gol, em 2006, ou mesmo do avião da AirFrance, em 2009. Mas como estar preparado pra isso? Falar da morte de um colega sem se envolver com tudo isso? Como gerenciar o problema institucional e o problema emocional da perda?

É nessas horas que digo aos amigos que comunicar não é tão fácil quanto parece.

Momento Santo Agostinho

"Dois homens olharam através das grades da prisão;
um viu a lama, o outro as estrelas."

"O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página."

"Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade"

"A medida do amor é não ter medida."

"Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria."

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Canções Amigas

Um amigo, em especial, vive muitas histórias intensas de amor, porém passageiras. Marcelo tem o dom de conhecer pessoas para viver dias inesquecíveis e logo depois ter de lidar com as despedidas.

Este amigo vem de longo tempo, desde os remotos anos 1990 (kkkkkkkkkkkk). Épocas de ensino fundamental, tempos de menino, e é com certeza a amizade mais antiga que conservo. Desde que dividimos a mesma sala de aula lá se vão cerca de 16 anos. Hoje compartilhamos as lembranças de criança e os sonhos de adulto.

A canção abaixo me lembra muito este meu velho amigo. Em especial sua história recente que, assim como a canção, une Brasil e Argentina e falam de um coração (vagabundo).

Mercedes Sossa e Caetano Veloso - Coração Vagabundo

Momento Jesus Cristo

"Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai à não ser por mim"

"A boca fala do que está cheio o coração."

"Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam."

“Não temais os que matam o corpo, pois não podem matar a alma.”

“Que aproveita um homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a própria vida?”

“Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgas sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos.”

“Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado.”

“Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja aquele que serve.”

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.”

Aulas de vôo

Fiz minha mãe chorar, mais uma vez. Não... nunca quis isso. O choro dela é de medo, de amor. Mãe coruja que quer ver seus filhotes dentro do ninho. Mas assim como a mamãe coruja, também preciso voar.

Para cada lágrima escorrida em seu rosto, um sorriso se fazia no meu. Sorriso de quem tem a certeza do quanto é amado. Sorriso de filho que acha a mãe boba. Sorriso de quem não é pai e não entende as aflições paternas e maternas.

Perdão mãe, perdão pai, agora é hora de aprender a voar.

John Lennon - Mother

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mentiras...

"Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira" Renato Russo

"Mentiras sinceras me interessam" Cazuza

"Arriscar ser derrotado/Por mentiras que vão/Mentiras que vêm punir/Um coração cansado de sofrer/E de amar até o fim/Acho que vou desistir" Marina Lima

"Minta pra mim, pra que eu viva meu sonho feliz assim" Jorge Aragão

"Quantas mentiras você condenava,/quantas você teve que cometer ?/Quantas canções que você não cantava,/hoje assobia pra sobreviver ..." Oswaldo Montenegro

"Eu não quero mais mentir. Usar espinhos que só causam dor." Nando Reis

"
Não vou pedir a porta aberta/É como olhar pra trás/Não vou mentir/Nem tudo que falei eu sou capaz/Não vou roubar teu tempo,/Eu já roubei demais" Ana Carolina

"Preste atenção ao que eles dizem/Ter esperança é hipocrisia/A felicidade é uma mentira/E a mentira é salvação" Renato Russo

"Você diz a verdade/ E a verdade é seu dom de iludir./Como podes querer que a mulher vá viver sem mentir?" Caetano Veloso

"Dizem por aí/Que o amor é uma mentira/Eu adoro mentiras/Eu amo você/E se o amor/For mesmo mentira/Eu gosto mesmo de mentiras/Eu gosto mesmo de você" Roberto Carvalho

"Pra que mentir, fingir que perdoou?" Cazuza

"Eu tranco a porta/Pra todas as mentiras/E a verdade também está lá fora/Agora a porta está trancada" Ana Carolina

"Mentira se eu disser/Que não penso mais em você" Samuel Rosa e Chico Amaral

Adriana Calcanhoto - Mentiras

Momento Mário Quintana

Das utopias
"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"

"Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."

"A amizade é um amor que nunca morre."

Do amoroso esquecimento
"Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"