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sábado, 17 de setembro de 2011

Auto-Protesto

Mais do que eles possam chocar a qualquer um, eu me espanto imensamente com meus desenganos. Repuguino meus erros, por mais que saiba que (enquanto na condição de ser humano) estarei sujeito a eles.

Dói esse vício nojento em persistir naquilo que me faz tão mal. Mas dói mais ainda saber que o mal, de certa forma, vem de quem quero tanto bem. Acordar tenso, com a cabeça preocupada a cada instante não é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Parece existir uma teimosia cruel dentro de mim que me faz trilhar os caminhos mais torturantes. Sim, é tortura querer um beijo que traz tudo isso no final. Um orgasmo que já não alivia como antes.

Ainda existem os prazeres. Prazer que foi até melhor e maior um dia. O carinho e o afeto no sexo e no beijo de antes já se esvaíram ralo abaixo. E pra piorar nem eu levo fé que se possa resgatar tudo isso algum dia. E eu, mais do que qualquer pessoa possa imaginar me pergunto: Por quê?

Se não for tortura é, no mínimo, masoquismo ou loucura em estágio avançado. Tenho essa consciência, o que torna tudo pior. Mas há algo que me prende. Amarração do amor?, já levantaram essa hipótese. Quem sabe não seja, não posso eliminar isso do quadro de possibilidades. Se fosse já seria uma boa explicação.

Como me libertar? Como respirar sossegado? Tenho tido muita pena do meu algoz, mas me esquecido de quem é quem nesse meu regime escravagista. Preciso relembrar-me em que ponta do chicote estou. Sou eu o meu torturador. Por vezes penso até que reforçar as preces possa ser outro artifício eficaz ao meu alento.

Me falta coragem, me falta deixar de ser covarde e parar de trocar minha felicidade por medo ou qualquer outra coisa. Além de louco, covarde, viciado, acho que tenho prostituído meu bem-estar. Em troca desse abuso nem tenho recebido tanto prazer assim, tampouco dinheiro.

Repensando todo o discurso, pena sinto mesmo é de mim. Sou um fraco! Mas isso vai mudar, vou me sabotar. E será bem antes que muitos tomem conhecimento dessa fraqueza. O amor não vai me destruir.


Zélia Duncan e Fernanda Takai - Boas razões

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