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segunda-feira, 21 de maio de 2012

A inocência é a nova vítima da violência

Duas crianças no quintal resolvem brincar que são apresentadores de um telejornal. Ajeitam a mesa e se sentam cobrando "postura" uma da outra. Ambas desejam boa tarde aos seus telespectadores imaginários e começam a improvisar/noticiar os fatos do dia.

"Um homem atropela e mata uma mulher com uma criança nos braços. Outro homem assalta uma loja. Uma mulher mata uma pessoa...". Tragédia após tragédia, as notícias são dadas naturalmente ao "público".

Nada de boas notícias na "pauta" dos pequenos âncoras? A fantasia resolve então entrar na brincadeira e um lobisomem surge, após atacar e matar algumas pessoas em uma fazenda. Quebrando o clima de tragédia e sangue, surge uma notícia de forte chuva que causará alagamentos em várias partes da cidade.

Alguns erros são cometidos pelas crianças e logo elas recomeçam a apresentação, detalhando e "melhorando" cada vez mais as tragédias anunciadas anteriormente. O telejornal é interrompido para que eles possam ir ao colégio.

Enquanto isso, na tv, as notícias reais são apresentadas à população. Assaltos, crimes, denúncias de abusos de crianças, problemas nos hospitais, muito choro e desespero por parte de alguns entrevistados. Apenas a previsão do tempo pareceu ser melhor que a noticiada pelas crianças.

E agora, com qual dos "telejornais" eu ficarei? Só nos restaram as péssimas notícias? Por quê as crianças noticiaram tantas tragédias e coisas ruins? O que nossas crianças esperam do futuro? Ainda haverá futuro para a inocência?

Casuarina e Roberto Silva - Jornal da Morte (uma edição extra)

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