Aviso!

Proibida a reprodução ou uso dos textos do autor do blog sem a sua prévia autorização.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Momento Carlos Drummond de Andrade e Cartola

Cartola, no moinho do mundo

Você vai pela rua, distraído ou preocupado, não importa. Vai a determinado lugar para fazer qualquer coisa que está escrita em sua agenda. Nem é preciso que tenha agenda. Você tem um destino qualquer, e a rua é só a passagem entre sua casa e a pessoa que vai procurar. De repente estaca. Estaca e fica ouvindo.

Eu fiz o ninho.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.

Aí você fica parado, escutando até o fim o som que vem da loja de discos, onde alguém se lembrou de reviver o samba de Cartola; Na Floresta (música de Sílvio Caldas).

Esse Cartola! Desta vez, está desiludido e zangado, mas em geral a atitude dele é de franco romantismo, e tudo se resume num título: Sei Sentir. Cartola sabe sentir com a suavidade dos que amam pela vocação de amar, e se renovam amando. Assim, quando ele nos anuncia: "Tenho um novo amor", é como se desse a senha pela renovação geral da vida, a germinação de outras flores no eterno jardim. O sol nascerá, com a garantia de Cartola. E com o sol, a incessante primavera.

A delicadeza visceral de Angenor de Oliveira (e não Agenor, como dizem os descuidados) é patente quer na composição, quer na execução. Como bem observou Jota Efegê, seu padrinho de casamento, trata-se de um distinto senhor emoldurado pelo Morro da Mangueira. A imagem do malandro não coincide com a sua. A dura experiência de viver como pedreiro, tipógrafo e lavador de carros, desconhecido e trazendo consigo o dom musical, a centelha, não o afetou, não fez dele um homem ácido e revoltado. A fama chegou até sua porta sem ser procurada. O discreto Cartola recebeu-a com cortesia. Os dois convivem civilizadamente. Ele tem a elegância moral de Pixinguinha, outro a quem a natureza privilegiou com a sensibilidade criativa, e que também soube ser mestre de delicadeza.

Em Tempos Idos, o Divino Cartola, como o qualificou Lúcio Rangel, faz o histórico poético da evolução do samba, que se processou, aliás, com a sua participação eficiente:

Com a mesma roupagem
que saiu daqui
exibiu-se para a Duquesa de Kent
no Itamaraty.

Pode-se dizer que esta foi também a caminhada de Cartola. Nascido no Catete, sua grande experiência humana se desenvolveu no Morro da Mangueira, mas hoje ele é aceito como valor cultural brasileiro, representativo do que há de melhor e mais autêntico na música popular. Ao gravar o seu samba Quem Me Vê Sorrir (com Carlos Cachaça), o maestro Leopold Stockowski não lhe fez nenhum favor; reconheceu, apenas, o que há de inventividade musical nas camadas mais humildes da nossa população. Coisa que contagiou a ilustre Duquesa.

* * *

Mas então fiquei parado, ouvindo aa filosofia céptica do Mestre Cartola, na voz de Silvio Caldas. Já não me lembrava o compromisso que tinha que cumprir, que compromisso? Na floresta, o homem fizera um ninho de amor, e a mulher não soubera corresponder à sua dedicação. Inutilmente ele a amara e orientara, mulher sem brio não tem jeito não. Cartola devia estar muito ferido para dizer essas coisas tão amargas. Hoje não está. Forma um par feliz com Dona Zica, e às vezes a televisão vai até a casa deles, mostra o casal tranqüilo, Cartola discorrendo com modéstia e sabedoria sobre coisas da vida. "O Mundo é um moinho..." O moleiro não é ele, Angenor, nem eu, nem qualquer um de nós, igualmente moídos no eterno girar da roda, trigo ou milho que se deixa pulverizar. Alguns, como Cartola, são trigo de qualidade especial. Servem de alimento constante. A gente fica sentindo e pensamenteando sempre o gosto dessa comida. O nobre, o simples, não direi o divino, mas humano Cartola, que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. O som calou-se, e "fui à vida", como ele gosta de dizer, isto é, à obrigação daquele dia. Mas levava uma companhia, uma amizade de espírito, o jeito de Cartola botar lirismo a sua vida, os seus amores, o seu sentimento do mundo, esse moinho, e da poesia, essa iluminação.

Carlos Drummond de Andrade, publicado na edição do Jornal do Brasil de 27/11/1980

Cartola - O mundo é um moinho

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dicionário Musical: amor (4)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Cássia Eller e Fabão - Nada vai mudar isso


Zeca Baleiro - Meu amor, meu bem, me ame


Paula Fernandes - Pássaro de fogo


Jorge Vercilo e Ana Carolina - Abismo


Roberta Sá - Mais alguém


Leoni e Rodrigo Maranhão - Falando de amor


Paula Toller - Meu amor se mudou pra Lua


Cazuza - O Nosso Amor a Gente Inventa (História Romântica)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dicionário Musical: amor (3)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Titãs - Porque eu sei que é amor


Bebel Gilberto - Samba e amor


Herbert Vianna e Sandra de Sá - Vamos viver


Roberto Carlos e Cláudia Leite - Amor perfeito



Lulu Santos - Certas coisas


Alcione - Gostoso veneno


Caetano Veloso - Nosso estranho amor


Marisa Monte - Tema de amor

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Inverno infernal

Inverno tá acabando? Só se for mesmo, aqui nem começou. - minha mãe conversava com a notícia na TV e ria. Enquanto isso o dia seguia quente e muito seco. Mesmo para os calangos do cerrado a seca já estava insuportável. A poeira rapidamente formava uma camada sobre os móveis, por mais que fossem limpos.

Na esquina da outra quadra um redemoinho se formava. O pequeno furacão vermelho de poeira levantou de repente levando papéis, folhas, sacos plásticos e tudo ao seu alcance. A mulher com o filho nos braços teve logo os cabelos embaraçados. A criança tapava os olhos com as pequenas mãos enquanto gargalhava.

Ao longe, meninos soltavam pipa, admiravam o fenômeno e riam da mulher com a criança. O vira-latas olhou, mas não se interessou pela cena. Preocupava-se apenas com os carros na pista, temia que pudessem impedí-lo de atravessar e chegar até o campo. Enquanto isso o vendaval passava, deixava pra trás mulher, criança, campo e se desfazia no ar.

Abandonou então seus papéis, sacos, folhas e lixos flutuando e dançando no ar. Agora tudo caía lentamente por cima das casas, entre os galhos do ipê amarelo (com poucas flores). A grama queimada se cobria da poeira vermelha. Uma tentativa de disfarçar a morte vinda com a seca de 4 meses e um descuidado cigarro acesso caído.

No céu, o azul já não era tão bonito como antes. Sem nuvens, sem a intensidade anil de semanas atrás. Inverno seco, quente, empoeirado chegando ao fim, mas onde estaria a chuva de primavera que não apontava no horizonte? Por que as cigarras ainda não começaram a chamar a chuva? Não sei, enquanto isso... segue o seco.

Marisa Monte - Segue o seco

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dicionário Musical: amor (2)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Tim Maia - Eu amo você


Os Paralamas do Sucesso - Cuide bem do seu amor


Nana Caymmi - Só louco


Lobão - Rádio blá


Marina Lima - Pessoa

Erasmo Carlos e Djavan - De tanto amor


Marisa Monte e Arnaldo Antunes - Amor I love you

sábado, 18 de setembro de 2010

Momento Pedro Juan Gutiérrez

"É assim dia após dia, primeiro Vênus, depois o Sol. Isso é eterno.
Tudo o que é importante, as coisas mais importantes, são duráveis.
E você sabe que elas estão lá e podemos agradecer por elas."

"Não me interessa o decorativo, nem o bonito, nem o doce, num o delicioso. (...)
A arte só serve para alguma coisa se é irreverente, atormentada, cheia de pesadelos e desespero.
Só uma arte irritada, indecente, violenta, grosseira, pode nos mostrar a outra face do mundo, a que nunca vemos ou nunca queremos ver, para evitar incômodos a nossa consciência."

"Sexo não é para gente escrupulosa.
Sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, de saliva, hálito e cheiros fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é?
Se é só ternura e espiritualidade etérea, reduz-se a uma paródia estéril do que poderia ser. Nada."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dicionário Musical: amor

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Legião Urbana - Antes das seis*

*O vídeo é uma montagem feita com uma animação francesa

Djavan - Um amor puro



Roberta Campos - Quem sabe isso quer dizer amor*


*cenas da novela Viver a vida, Rede Globo de Televisão

Chico Buarque - Eu te amo


Ivete Sangalo - Meu maior presente


Nenhum de Nós e Duca Leindecker - Paz e amor


Gal Costa e Elis Regina - Amor até o fim

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Momento Carpinejar

Ouvidos de orvalho
(Fabrício Carpinejar)

Na eternidade, ninguém se julga eterno.
Aqui, nesta estada, penso que vou durar
além dos meus anos, que terei
outra chance de reaver o que não fiz.
Se perdoar é esquecer, me espera o pior:
serei esquecido quando redimido.

Não me perdoes, Deus. Não me esqueças.
O esquecimento jamais devolve seus reféns.

A claridade não se repete. A vida estala uma única vez.

O fogo é uma noz que não se quebra com as mãos.
A voz vem do fogo, que somente cresce se arremessado.
Não há como recuar depois de arder alto.
Fui lançado cedo demais às cinzas.

Somos reacionários no trajeto de volta.
Quando estava indo ao teu encontro,
arrisquei atalhos e travessas desconhecidas.
Acreditei que poderia sair pela entrada.
Ao retornar, não improviso.

Minha conversão é pelo medo,
orando de joelhos diante do revólver,
sem volver aos lados,
na dúvida se é de brinquedo ou de verdade.

O vento faz curva. Não mexo nos bolsos,
na pasta e na consciência,
nenhum gesto brusco de guitarra,
a ciência de uma mira
e o gatilho rodando próximo
do tambor dos dentes.

Derramado em Deus, junto meu desperdício.

Vou te extraviando no ato de nomear.
Melhor seria recuar no silêncio.

Cantamos em coro como animais da escureza.
Os cílios não germinaram.
Falta plantio em nossas bocas, vegetação nas unhas,
estampas e ervas no peito.
Suplicamos graves e agudos, espasmos e espanto,
compondo esquina com a noite.

Cantar não é desabafo,
mas puxar os sinos
além do nosso peso,
acordando a cúpula de pombas.

Somos fumaça e cera,
limo e telha,
névoa e leme.
O inverno nos inventou.

Não importa se te escuto
ou se explodes meus ouvidos de orvalho:
morre aquilo que não posso conversar?

Ficarei isolado e reduzido,
uma fotografia esvaziada de datas.
Os familiares tentarão decifrar quem fui
e o que prosperou do legado.
Haverei de ser um estranho no retrato
de olhos vivos em papel velho.

Escrevo para ser reescrito.
Ando no armazém da neblina, tenso,
sob ameaça do sol.
Masco folhas, provando o ar, a terra lavada.
Depois de morto, tudo pode ser lido.

Vejo degraus até no vôo.
Tua violência é a suavidade.
Não há queda mais funda
do que não ser o escolhido,
amargar o fim da fila,
ser o que fica para depois,
o que enumera os amigos
pelos obituários de jornal,
o que enterra e se retrai no desterro,
esfacela a rosa ao toque
na palidez das pétalas e velas,
vistoriando cada ruga
e infiltração de heras entre as veias,
nunca adulto para compreender.

Não há nada de natural na morte natural.
Divorciar-se do corpo, tremer ao segurar
as pernas, acomodar-se no finito
de uma cama e deitar com o tumulto
que vem de um túmulo vazio.


Poema do livro Biografia de uma árvore
(www.fabriciocarpinejar.com.br)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Recado para um amigo distante

Um amor se mede pelo dor que sua ausência causa. Acho que essa semana perdi um dos meus amores. Não perdi, apenas afastou-se momentâneamente. Um dos meus grandiosos amigos foi embora em busca de seus sonhos. Por dois anos não terei o Cubano nas andanças por Brasília. Agora nossas caminhadas terão de ser feitas pelas ruas europeias, começando por Londres e terminando em Lisboa ou Madri, quem sabe?

Certo mesmo, enquanto isso, é a saudade que ficará. Das lembranças que tenho a mais recente e mais importante é, talvez, a que me marcará pra sempre. Sem detalhes, sem relatos, mas foi no dia que mais precisei da sua amizade tive a confirmação do quanto podia, posso e poderei confiar nele.

Grande amigo, grande homem, portador de grande valor moral como não se encontra atualmente. O mundo precisa de cubanos, precisa conhecer seres humanos como ele. Que a europa aproveite ao máximo sua estadia. Vai meu Preto, vai realizar teus sonhos, porque nossos caminhos jamais se perderão. Quando se ver só, lembre-se que estou sempre contigo.

Paulinho Pedra Azul - Recado para um amigo solitário

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Música Animada - 7

A música e a animação continuam a gerar belos vídeos. Hoje trago Ed Motta e Débora Blando interpretando canções de animações da Disney (Tarzan e Atlantis o reino perdido, respectivamente). A empresa americana é referência em filmes de animação e séries animadas, quando se une à música brasileira o resultado não poderia ser outro senão grandes canções e vídeos.

Ed Motta - Dois mundos


Ed Motta - No meu coração você vai sempre estar


Ed Motta - Grande homem


Debora Blando - Junto com teu sonho

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Momento Carlos Drummond de Andrade

Poema de sete faces
(Carlos Drummond de Andrade)

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Samuel Rosa - Poema de sete faces

Trilhas Sonoras - 7

As trilhas sonoras continuam a marcar a história da música e da teledramaturgia brasileira. Hoje as novas estrelas do cenário musical, Maria Gadú e Paula Fernandes se apresentam ao lado de Jota Quest e dos Titãs.

Paula Fernandes - Quando a chuva passar


Jota Quest - Amor maior


Titãs - Pelo avesso


Maria Gadú - A história de Lily Braun

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dor de saudade

Acordei com o peito apertado. Doía uma dor não-física, mas não posso dizer que minha alma doía. Era saudade. Dor de saudade, de uma intensidade gigantesca como se eu estivesse há semanas sem te ver. Daí veio o desespero, porque faziam poucas horas que nós estávamos juntos.

Fiquei com medo de ter baixado a guarda demais. Com os punhos sempre erguidos eu esperava a qualquer momento o golpe, por isso a defensiva. Posição de combate de quem esteve em muitas brigas, mas você me desarmou. Me deixou de olhos fechados depois do beijo, sorrindo e esperando outro beijo. E agora?

O peito doía e a cabeça se confundia. Não queria amar. Não queria pensar que amar poderia me deixar fraco e jogar por terra todo o fortalecimento que adquiri nos últimos meses. A agonia aumentou, o café forte e amargo acelerou ainda mais a andança pelo corredor. Do quarto pra sala, da sala pra cozinha, da cozinha pra varanda, da varanda pro escritório...

- Alô?, bom dia! - falei de olhos fechados e sorrindo. Do outro lado você parecia me oferecer um sorriso, retribuindo o voto de bom dia. Sorri, mas me vi mais apreensivo. Agora precisar te ver, te tocar, te sentir, te beijar. Até que ouvi: - Amor, tô com saudades de você e não sei o que faço. Acho que nos vermos todos os dias está sendo pouco, vamos ter de morar juntos - me disse. Nós dois rimos e concordei.

Desliguei e a saudade chegou em seu último estágio de tortura. Sua ausência tinha preenchido todos os espaços. Me entreti com a internet e aos poucos foi amenizando o desespero. Em algum momento, quase uma hora depois, voltou aquela saudade, mas dessa vez era você quem me ligava. Parecia ter sentido a saudade que eu sentia. Como se ela emanasse algo tão forte que havia chegado até você. A sua desculpa para me ligar em um curto espaço de tempo era de querer apenas ouvir minha voz.

Desisti de temer te querer. Deixa ser o que tiver de ser. Teremos um ao outro enquanto for permitido, se um dia formos embora é porque já não há mais razão pra ser. Só o tempo sabe ao certo. Agora é nosso melhor momento, então vamos vivê-lo.

Djavan - Cigano

Momento Roberto Shinyashiki

"A pior maneira de não chegar a determinado lugar é pensar que já se está lá."

"Quando alguém se dedica a alimentar ilusões, perde oportunidades."

"Você tem mais valor do que qualquer cargo."

"A melhor cura do baixo-astral é abrir os olhos para o mundo."

"A felicidade é feita de pequenas pérolas que você cultiva a cada dia, a cada hora."

"Enquanto você acreditar, o medo não vai se instalar."

"Ser amigo de si próprio é compreender seus erros e ser seu cúmplice para enfrentar os desafios."

"Não desfrute somente o sol, aprecie também a lua."

"A felicidade é uma experiência ligada à sabedoria."

"Sua vida muda quando você muda."

"O primeiro passo para promover uma mudança é libertar-se da imagem que você transmite aos outros."

"Negar as próprias aspirações é um desperdício de energia que faz falta para suas realizações."

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dicionário Musical: calma

Calma: calor atmosférico; hora mais quente do dia; calmaria; tranquilidade; quietude.

Natiruts - Naticongo


Mart'nália e Zélia Duncan - Calma


Casuarina - Meu drama (Senhora Tentação)


Roberta Campos - Idade do céu


Los Hermanos - De onde vem a calma


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Momento Adélia Prado

Corridinho (Adélia Prado)

O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Encontros Internacionais 13

Moska e Johansen, Bethânia e Portuondo, encontros internacionais dos mais belos.

Paulinho Moska e Kevin Johansen - No voy a ser yo


Maria Bethânia e Omara Portuondo - Cio da terra

Momento Clarice Lispector

Um vislumbre do fim
(Clarice Lispector)

“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai.

Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria.

Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente.

Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta.

Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eternos agostos

Lá se foi agosto! Alguém disse, juntamente com um suspiro aliviado. Tentei ainda olhar pro fundo do ônibus e encontrar quem festejava o fim do oitavo mês. Não deu pra saber. Com tantos sorrisos, acho que todos no grupo compartilhavam daquele alívio.

Sorri, coloquei meus fones e apenas observei a vida lá fora. Admirei (mais uma vez) o caminho de volta pra casa. Ao longe um Ipê Amarelo ainda mostrava-se parcialmente florido. Lindo, como todos os ipês. Foi então que pensei no meu agosto. Por quê insistem em dizer que esse é um mês ruim?

Fui tão feliz, como sempre sou e estou em cada agosto, que não entendo o mal associado a ele. Se pudesse minha vida seria feita por doze agostos. Assim como se é. Seco, quente, empoeirado, mas florido e com o céu limpo e azul. Um ano totalmente "agostoso", como apelidei o mês.

Ontem, com meu amor nos meus braços, pude ver como um mês de intensa e extrema felicidade pode apagar todo o restante que tenha sido ruim. Já era setembro, mas ainda era tão bom como agosto. A noção de semana, mês e ano acabava ali. Tudo tinha se tornado um agosto eterno.

No fundo eu já sabia que este ano me seria um grande ano. As boas novas ainda estão chegando. Dosadas e muito bem distribuídas com o bom gosto de agosto. Por isso, chega dessa bobagem de pensar em meses ruins, anos ímpares/pares bons, ou dias de azar e sorte. A vida vem em ciclos e momentos para reflexão e para refazer planos e mudar atitudes.

Sei que, uma vez no ano, meu ipê há de florescer e convidar abelhas e borboletas para dançarem comigo. Tenho você, tenho meus agostos a cada vez que o mundo parecer cruel demais. Por isso te espero a cada fim de dia. Eternos agostos em minha vida.

Roberta Campos - Mundo inteiro

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Clássico é clássico!

Clássicos não faltam no repertório dos Paralamas do Sucesso. Na estrada desde meados dos anos 1980, a banda de rock consolidou-se no cenário musical brasileiro e latino. O sucesso trouxe como resultado um público fiel a cada show e inúmeras versões feitas por bandas e cantores, também fãs do trabalho "paralâmico".

Chimarruts - Meu Erro


Cássia Eller - Lanterna dos Afogados


Greice Ive - Uma Brasileira


Maria Gadú - Loirinha Bombril