Parabéns Brasília!
Pablo Neruda
"Em terra percebo a amplidão da cidade: Brasília não tem portas porque é espaço claro, extensão mental, claridade construída.
Burle Marx, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a trilogia procriadora de cidades radiantes.
A catedral: uma rosa férrea que abre na altura grandes pétalas até o infinito. Brasília isolada no seu milagre humano, no meio do espaço brasileiro, é como uma imposição da suprema vontade criadora do homem.
Daqui nos sentiremos dignos de voar aos planetas"
Amigo de outros notórios comunistas, como Oscar Niemeyer (em visita a Brasília, Neruda ficou encantado com os significados da cidade para a construção do novo mundo) - Correio Braziliense, 12 de julho de 2004
Oswaldo Montenegro e Zeca Baleiro - Leo e Bia
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quinta-feira, 21 de abril de 2011
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Momento Pablo Neruda
Poema 20
(Pablo Neruda)
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada
e tiritam, azuis, os astros ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e ela por vezes também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, às vezes eu também a amava.
Como não amar seus grandes olhos fixos.
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa ainda sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto cai o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la?
A noite está estrelada e ela não está comigo.
É isso apenas. Alguém canta ao longe. Ao longe.
Minha alma não se conforma com tê-la perdido.
Como se quisessse tocar-lhe meu olhar a busca.
Meu coração a busca e ela não está comigo.
A mesma noite branqueia as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Eu não a amo, é certo, mas quanto a amei.
Minha voz buscava o vento pra tocar ao seu ouvido.
De outro. Há-de ser de outro. Como dantes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Eu não a amo, é certo, mas amo-a talvez.
É tão curto o amor, tão longo o olvido.
Porque em noites como esta a tive em meus braços,
Minha alma não se conforma com tê-la perdido.
Embora esta seja a dor última que ela me causa
e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo.
(Pablo Neruda)
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada
e tiritam, azuis, os astros ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e ela por vezes também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, às vezes eu também a amava.
Como não amar seus grandes olhos fixos.
Podia escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa ainda sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto cai o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la?
A noite está estrelada e ela não está comigo.
É isso apenas. Alguém canta ao longe. Ao longe.
Minha alma não se conforma com tê-la perdido.
Como se quisessse tocar-lhe meu olhar a busca.
Meu coração a busca e ela não está comigo.
A mesma noite branqueia as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.
Eu não a amo, é certo, mas quanto a amei.
Minha voz buscava o vento pra tocar ao seu ouvido.
De outro. Há-de ser de outro. Como dantes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Eu não a amo, é certo, mas amo-a talvez.
É tão curto o amor, tão longo o olvido.
Porque em noites como esta a tive em meus braços,
Minha alma não se conforma com tê-la perdido.
Embora esta seja a dor última que ela me causa
e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo.
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