Aviso!

Proibida a reprodução ou uso dos textos do autor do blog sem a sua prévia autorização.
Mostrando postagens com marcador Samba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Samba. Mostrar todas as postagens

domingo, 31 de outubro de 2010

Samba de boca de urna

A música sempre "falou" dos mais diversos assuntos e com o tema política não seria diferente. Ainda que o samba tenha sido (e algumas vezes ainda seja) considerado alienado, mostrou-se sempre atual em sua crônica moderna do nosso país. E hoje é dia, de mais uma vez, o eleitor (seja ele sambista ou não) decidir os rumos que dará ao Brasil.

A escolha dos próximos governadores e do presidente da república é feita por meio do proceso eleitoral, democraticamente. É na urna que o eleitor mostra que detém o poder e é através do voto que ele transfere temporariamente a decisão aos políticos.

Poder que não se limita ao ato de votar, mas que começa neste instante e se estende por quatro anos de vigilância e cobrança junto aos cidadãos eleitos para nos representar. Daí a responsabilidade e a importância presentes no voto.

Se pudesse levaria este samba paras os locais de votação. Fazendo uma boca de urna às avessas e desejando que sejamos, como na música de Dicró, eleitores corruptos e não troquemos nossos votos por promessas, sacos de cimentos ou tijolos. Que a democracia ocupe o lugar do coronelismo arcaico e colonial.

Dicró - O político

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dia do Samba - Parte 2

As tias e tios eram famosos chefes de cultos afro-descendentes (ialorixás, babalorixás, babalaôs) e sempre promoviam encontros de dança, além dos rituais religiosos (candomblés). Com as reformas urbanísticas muitos deles foram para uma região da cidade conhecida como Cidade Nova, mas que o compositor Heitor dos Prazeres nomeou de “Pequena África”.

Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Nelson Sargento - Pelo telefone


A Cidade Nova passava então a ter grande importância por reunir, na casa das tias, os pioneiros compositores do estilo e lá que o samba começa a dar seus primeiros passos, nas rodas promovidas por seus frequentadores. Um ritmo bem diferente do que conhecemos hoje, mas que começou a se formar em meio a festas do candomblé, ao ritmo lundu, pernadas de capoeira e a marcação do pandeiro.

Dudu Nobre - Vou botar teu nome na macumba/Posso até me apaixonar


Não apenas o samba era permitido na casa das tias. Os terreiros eram lugares livres onde tudo e todos sempre foram bem vindos. Seja por tocar sambas, lundus, polcas e batucadas, ou por receber negros, brancos, mestiços, pobres e ricos.

Velha Guarda da Portela, Monarco e Vanessa da Mata - Onde a dor não tem razão


Assim mais um capítulo na história do Brasil começa. O samba nasce, a contragosto de uma alienada elite, interessada na moda e na cultura européia. As favelas se erguem na cidade maravilhosa mostrando seu propósito de exclusão contra negros, mestiços e pobres brasileiros. Mesmo assim o intercâmbio cultural entre as classes sociais cariocas nunca foi perdido.

Seu Jorge - Tive razão


Por mais reprimida que fosse a cultura negra conseguiu encontrar muitos simpatizantes pelo caminho e se fortalecer. Simpatizantes como Heitor Villa-Lobos e Noel Rosa que, para um olhar mais preconceituoso, não faziam parte daquele mundo. Hoje vemos um ritmo em plena forma, nas suas mais variadas vertentes e com mais de 90 anos de gravação do primeiro samba.

Marcelo D2 - A maldição do samba

Dia do Samba - Parte 1

No Brasil do início do século XX a paisagem do Rio de Janeiro começou a mudar de maneira vertiginosa. Capital da recém proclamada República, o Rio via os cortiços se espalharem pela cidade e junto deles o aumento da população negra. Em grande parte sua transformação era impulsionada pela abolição da escravatura que levou muitos “ex-escravos” para a cidade.



Mart'nália e Caetano Veloso - Pé do meu samba





No início da década de 1890 já havia mais de meio milhão de habitantes na cidade, sendo que apenas a metade era natural da capital. O Rio atraía milhares de pessoas e se transformava em um epicentro político, social e cultural do país. Diante do grande crescimento demográfico, a elite carioca queria tornar a capital em um lugar mais civilizado.



Zeca Pagodinho - Quando a gira girou





O conceito de civilização, defendido pela elite carioca da época, tinha na verdade outras intenções. A de retirar do centro da cidade a parcela pobre e negra da população. É nesse momento histórico que nascem as favelas cariocas. A parcela humilde da sociedade se vê obrigada a subir os morros e construir seus barracos.



Ney Matogrosso e Moreira da Silva - Na subida do morro





A exclusão dos negros aconteceu não apenas no ponto habitacional, quando o governo os retirou da cidade, ela aconteceu em todos os aspectos. Escolas e fábricas também não os aceitaram, alegando que faziam isso para estarem compatíveis com as exigências do mercado urbano.




Exaltasamba e Racionais MC's - Favela





Foi essa exclusão que motivou ainda mais os negros a reforçarem sua cultura e sua forma de sociabilização, transmitidas pelas instituições religiosas afro-brasileiras. São nas festas ou reuniões familiares que eles se libertam do olhar preconceituoso da sociedade. A realização das festas acontecia, em sua maioria, na casa das
tias, ou tios (como eram conhecidos), espalhados pela cidade.



Nelson Sargento e Teresa Cristina - Agoniza mas não morre



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Encontros Musicais - 18/11

Nossos encontros de hoje trazem"casais" de bambas. É o samba pedindo passagem para desfilar em grande estilo na passarela do Brasil Musicado. Começamos pelos bambas Elza Soares e Jorge Aragão.

Jorge Aragão e Elza Soares - Malandro


Luiz Melodia e Cássia Eller - Juventude transviada


Chico Buarque e Mart'nália - Sem compromisso


Arlindo Cruz e Sandra de Sá - Casal sem vergonha

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio 2016

Na última sexta-feira (01/10) vimos o Rio de Janeiro ganhar o direito de sediar as Olimpíadas de 2016. Que isso seja o sinal de grandes mudanças e melhorias para a cidade maravilhosa. Mais esporte, mais educação, melhores condições de vida e o fim de tanta violência.

Mas estou aqui pra trazer o belo vídeo de apresentação da cidade ao comitê. Com belíssimas paisagens e ao som de uma de nossas canções mais conhecidas, levamos o melhor da cidade para encantar o mundo.

Cidade Maravilhosa

sábado, 8 de agosto de 2009

Parabéns papais!!!

A figura paterna sempre foi fundamental em nossa sociedade, ainda patriarcal em muitos lugares. Em alguns recantos do Brasil são os pais que direcionam e tentam comandar a vida de seus pequenos.

Os trapalhões




Claro que esse modelo têm se tornado ultrapassado a cada dia, uma vez que as mulheres assumem mais e mais a responsabilidade financeira do lar. Ato que remolda a família brasileira para uma estrutura matriarcal.

Elis Regina - Como nossos pais



Mas ainda assim, os pais são figuras importantes dentro da "instituição família", seja ela considerada falida ou não. Sejam eles considerados caretas por seus filhos.

Legião Urbana - Pais e Filhos




E na nossa música muitos pais fizeram e fazem da nossa música uma instituição consolidada e bem sucedida. Parabéns aos papais músicos, brasileiros, ouvintes e apaixonados por sua cria.

Beth Carvalho - Coisinha do pai



Parabéns aos pais que, infelizmente, já não estão por aqui. Mas que deixaram saudade e hoje são homenageados pelos herdeiros.

Pato Fu - Canção para você viver mais



E parabéns aos vovôs. Pais de nossos pais e que algumas vezes substituem os filhos e cuidam dos netos com o mesmo amor e dedicação (ou mais).

Zé Ramalho - Avohai


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Música Animada

Indiscutivelmente a música e os desenhos animados formam uma das melhores parcerias que já se viu. E não é de hoje que se produz esse tipo de material. Na década de 1940, Walt Disney criou alguns episódios onde o Pato Donald vem ao Brasil conhecer as belezas e encantos tropicais de nossa terra. Para isso foi criado um personagem que apresentou nosso país ao colega lá de cima, o brasileirinho Zé Carioca.

Ary Barroso - Aquarela do Brasil



Muitos dizem que o verdadeiro motivo destes especiais seria a segunda guerra mundial. De acordo com as teorias, era preciso recrutar forças aliadas e criar no povo brasileiro um sentimento que nos aproximasse dos norteamericanos e em seguida nos motivasse a guerrear. Mito, teoria da conspiração ou verdade, agora isso não importa muito. Bom mesmo é ver a nossa música tipo exportação e, por sinal, muito bem.

Aurora Miranda - Os Quindins de Yaya



Tudo bem, nunca vi uma Bahia tão carioca e tão alva, mas essa discussão deixaremos pra depois. Aqui queremos música e bem brasileira, por favor.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Samba: do Brasil para o universo

Sem entrar na discussão que tenta definir se veio da Bahia ou se veio do Rio, o samba é antes de tudo brasileiro. Mas não posso negar que foi lá de cima dos morros cariocas que ele encontrou seu cantinho. Num cortiço, numa roda, num terreiro, num Brasil de mulatas, preconceito e musicalidade.

Samba é patrimônio cultural nacional. Se muitos se preocupam em saber de onde veio, quero mesmo é saber aonde ele vai parar. Para o samba não existe fronteira e não há quem não ouça e comece a se requebrar, mesmo sem querer ou sem saber.

Está certo, muitos não gostam. Mas saiba que outros milhares amam. Milhares que cantam pra ver sua escola sair consagrada na avenida e outros tantos que foram apresentados ao ritmo e nunca mais foram os mesmos. Como no vídeo abaixo, cheio de gringos no samba.

Carmem Miranda - Mamãe eu quero



Mas também tem Mestre Jedi na roda. Pra mostrar que samba é bom e contagiou todo o universo: "Que a força esteja com vocês".

Nelson Cavalquinho - Degraus da vida

Música bem-humorada, ou humor bem musicado?

Humor e música sempre foram parceiros de sucesso. Principalmente se falamos de Antonio Carlos, ou Mussum, o eterno trapalhão.

Integrante dos Originais do Samba, o músico ficou mais conhecido pelo seu trabalho no humorístico da TV Globo, Os Trapalhões. Ao lado de Didi, Dedé e Zacarias protagonizou um dos maiores programas humorísticos do país e por décadas divertiu e encantou o público.



Mangueirense e sambista, Mussum também levou um pouco de sua musicalidade ao programa. Há 15 anos o artista nos deixou, mas sua arte e música ainda vivem. Confira abaixo trechos do programa MPB Especial com Originais do Samba na TV Cultura em 1972.

Cacildis! Salve Mumu da Mangueira.