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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ensaio sobre discursos inflamados, marginais, postes, vingadores e jornalistas juízes

"O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que invés de prestar queixa contra seus agressores ele preferiu fugir, antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau-de-galinheiro. 

No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso! A polícia desmoralizada! A justiça falha! O quê que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, claro!

O contra-ataque ao bandidos é o que eu chamo de legítima-defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite.E aos defensores dos direito-humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: Faça um favor ao Brasil, Adote um bandido!". Assim foi o discurso inflamado da jornalista do SBT, Rachel Sheherazade.

Quem deu o direito à jornalista de classificar o menor como "marginalzinho" e aos agressores de "vingadores"? O grande problema nisso tudo é alguém que está na frente das câmeras para milhões de pessoas (tem uma força e influência imensa) apoiar a violência, pregando o tal "olho por olho" como medida. Quem está na mídia precisa ser cauteloso ao falar. Mas sabemos que este não foi o primeiro, nem será o último discurso polêmico dela.


Engenheiros do Hawaii - Muros e Grades


Ainda q
ue se justifique pelo cansaço da impunidade e do abrandamento das leis para menores, o julgamento de qualquer ser-humano não deve ser feito nas ruas a revelia. Se assim for estaremos a um passo do caos e sem diferenciar pessoas do bem e os bandidos.


Para além de todo esse meu discurso no melhor estilo "defensor dos direitos-humanos", vemos inúmeros culpados nesse "conto de fadas". O menor "marginalzinho" que a colega não sabe e nem quer saber porque tornou-se um infrator e ela apenas sabe que tem um extensa ficha criminal, os "vingadores" que resolvem ir às ruas agredir quem transgride a lei, a jornalista que apoia a justiça feita com as próprias mãos, incentiva a posse de arma pelo cidadão e debocha da defesa aso direitos-humanos.

Trabalho há 3 anos com a população de rua. Sofri ameaças e agressões diversas, mas aprendi que, na maioria dos casos (especialmente de crianças e adolescentes), foram violentados e agredidos dentro de casa, sofreram as maiores violências possíveis por aqueles mais próximos e "confiáveis" e viram como refúgio as ruas e a marginalidade. E digo mais, nenhum quis estar num abrigo (principalmente público). Justifica a busca pelo crime, drogas e a violência? Não! tanto que conheço casos de pessoas que apesar de tudo mudaram sua história.


Criolo - Ainda há tempo


Talvez nenhum de nós tenha entendido plenamente o que a Rachel disse, mas garanto que alguns milhões ouviram a opinião dela como um apoio e incentivo à vingança, ao porte de arma, crítica ao governo, à justiça, à polícia e a falta de punição aos menores infratores (e no fim das contas acabou sendo tudo isso mesmo).

Como jornalista, digo que ela está eticamente errada. Como cidadão, entendo e apoio ela estar tão indignada com tanta impunidade, mas ainda assim não cabe a ela julgar quem quer que seja, aplaudir e incentivar o errado.


É preciso sempre estar bem atento àquilo que a TV/Rádio/Internet/Jornais nos vendem todos os dias. Há interesses, há muito mais do que nos levar notícias por trás do discurso inflamado de Rachel. No fim das contas foi-se a censura dos anos da ditadura e veio uma outra, pior. Velada, que nos traz a falsa sensação de ter acesso a tudo. E isso é mentira, recebemos as notícias maquiada de acordo com os interesses de quem a está noticiando e todos sabem disso.


Titãs e Rita Lee - A Televisão


Quando se fala uma coisa e interpretarem duas ou três existe um sério problema nisso. Quem tá exposto na mídia tem um poderio imenso perante o telespectador. Influencia muito na opinião e no pensamento de gente de pouca instrução (e até de quem tem acesso a muita informação, mas é alienado) e isso me assusta. Uma mensagem errada tem consequências trágicas. A história da comunicação traz vários casos. 

Rachel não está de todo errado, quando se coloca como uma cidadã indignada com os rumos da violência em nosso país, mas diferente do que seu discurso nos trouxe, o combate à violência nunca foi um problema exclusivo da justiça, polícia, governo e defensores de direitos humanos. Ela também tem seu papel/responsabilidade nisso. Bem como eu, você e qualquer outra pessoa, até mesmo o marginalzinho amarrado ao poste. Ninguém pode, nem deve ser um conformado com a impunidade e a violência extrema em que vivemos. O cidadão de bem não quer, não precisa, nem cogita ter uma arma em casa como solução à violência.

Estamos todos saturados de tanta violência, impunidade, escândalos e tragédias. Por isso, por todo esse clima tenso em que vivemos, qualquer faísca pode explodir. Precisamos nos indignar, reivindicar direitos, cumprir com deveres, mas (mais do que nunca) buscar a paz e a boa convivência. Precisamos de gente disposta a nos trazer novos caminhos, novas soluções para os velhos problemas e a melhor forma de se amenizar a violência. São certos discursos e pensamentos que incitam pessoas a acender rojões e lançá-los no meio da multidão, matando um cinegrafista, acreditando que isso é uma forma legítima de protesto à violência. Ou quem sabe, dizer que adolescentes negros e pobres circulando por um shopping oferecem perigo à classe média e aos ricos. Prudência, acho que foi isso que faltou à colega jornalista. 

Gabriel o Pensador - Até Quando?

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Um 2014 feliz pra caralho!

Passados os festejos de fim de ano, deixando 2013 para trás, parece que os efeitos psicológicos-energéticos-místicos da mudança de ano fizeram efeito por aqui. Mesmo desanimado com tanta coisa, por uma série de situações e momentos ruins, a contagem regressiva no dia 31 de dezembro revigorou minhas forças.

Uma esperança tomou conta de mim e logo planos vieram a mente. Lógico que tirá-los da cachola e colocá-los em prática é uma outra história, mas estar entusiasmado com isso e planejá-los também faz parte do processo de realização.

Não sei se foi o tal do 13 que azarou tudo, se o problema é o aquecimento global, o fim dos tempos, ou porque "o gigante acordo". Se foi um ano de sorte não foi pelas bandas de cá, a sorte deve ter aparecido só se foi pro ex-técnico e jogador Zagalo (que tem o número treze como "amuleto") ou para os ganhadores da Mega da Virada. 

Mas ainda assim foi um ano de momentos felizes. Nascimentos, casamentos, realizações... 2013 foi generoso ao permitir sorrisos também. Agora é a vez de 2014. Esperanças renovadas. Como se diz há mil anos: Ano novo, vida nova!

Tô meio que empolgado com esse ano novinho que vem aí, mas sem tentar demonstrar muito. Tô me segurando pra não sair falando por aí que sinto que este ano vai ser bom pra caralho! Meu medo é ser decepcionado e perceber que o tal ano da Copa, Eleições e tudo mais foi uma merda. 

Mas não tem estresse, lembrei que quem faz minha sorte sou eu. Lembrei que sou eu quem tem que correr atrás das paradas maneiras na minha vida. O tempo pra ser feliz é o agora. Aquele futuro maravilhoso que a gente almeja começa hoje. Então no fim das contas acho que tô certo, 2014 vai ser foda!

Titãs - Daqui pra lá

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O que falar para alguém que está prestes à morrer?

Há dias tive contato com o texto abaixo. Me deixou incomodado. Repensei tantas coisas, mas é óbvio que não me esqueci do que vivi há pouco tempo. O texto é uma reflexão sobre a vida, mesmo que fale de morte.   Espero que de alguma maneira ele possa tornar os dias que nos restam ainda melhores.

Não tenho muito, ou talvez tenha, mas não saiba, o que dizer sobre o diálogo entre o psicólogo Frederico e o paciente terminal R. Só peço a leitura, a reflexão será inevitável. Se alguém quiser compartilhar as sensações e sentimentos pós-leitura só colocar nos comentários.

=)


"O que falar para alguém que está prestes à morrer?" - Nota de Falecimento de R.

por Frederico Mattos




Meu nome é Frederico Mattos, tenho 31 anos, sou psicólogo e escrevo o http://www.sobreavida.com.br/, um blog sobre coisas da vida e relacionamentos. Um leitor me enviou esse email:


“Olá Fred,

Já que a Dona M. tomou coragem e confessou que nunca amou o marido de 30 anos eu tomei a liberdade de mandar esse e-mail.

Enviei logo cedo após receber meus remédios para que você pudesse ler logo que acordasse. Espero que não se importe.

Estou há uma semana internado num bom hospital e entre um mal-estar e outro tenho lido seu blog. Logo que me internei um amigo me disse: acho que agora é hora de pensar sobre a vida. Sou viciado em tecnologia, peguei meu iPad (foi a única coisa que pedi que os médicos não me tirassem) e digitei no Google “sobre a vida”. Surgiu seu blog e confesso que pensei “mais um blog de merda falando blábláblá”. Não dei confiança, mas depois de não achar nada muito interessante voltei ali.

Tenho 28 anos, minha barba cultivada com gosto para que eu aparente mais idade está caindo, isso me aborrece.
A questão que me intriga é que vou morrer e não sei o que fazer diante da morte. Vou morrer em breve, talvez eu não receba sua resposta. Claro que não estou pendente disso para morrer (isso está infelizmente fora de minhas mãos), mas filhadaputamente o padre que veio me visitar e não gostei do que ouvi. Sei que ele trouxe palavras bondosas, mas tão vazias de real sentido para mim que aproveitei que eu estava vomitando que nem um desgraçado para enxotar aquele velho de batina. Minha doença me consome rapidamente e não acredito em nada para além desta vida, nem preciso acreditar. Sou ateu (o máximo de fé que tenho é fazer figuinhas, pois mamãe me ensinou e lembro dela quando faço) e sinceramente não me culpo por isso.

Tive uma vida cheia de acontecimentos, aproveitei tudo mesmo, sem exageros ou excentricidades. Minha doença é um tipo de problema genético, raro e fatal. Os médicos não afirmam nada (eles sempre estão um pouco emburrados), mas já pesquisei na internet e realmente acho que vou bater as botas mais rápido do que eu queria.
Fiquei pensando o que você, como psicólogo, teria a dizer para alguém que tem algumas horas ou dias de vida ainda pela frente? Se eu não conseguir ler a resposta espero que ajude alguém nas mesmas condições ou que ajude qualquer um.

Abraço,
R.”


Caro R.

Acho que não estou em posição de aconselhar alguém que está em uma condição única e porque não dizer privilegiada como a sua. Sim, privilegiada. Estar diante do próprio fim e fazer a pergunta certa não é tão simples.

Já que você digitou no Google SOBRE A VIDA, vou falar algumas coisas que penso sobre a vida. Espero que sirvam.
Na vida eu finjo que não tenho medo da morte faz muito tempo. Eu tenho construído um castelo de certezas, de virtudes e de sentido para simplesmente negar o fato de que vou morrer, assim como você.

Na vida vi que todas as amizades que tenho são para me deixar menos sozinho comigo mesmo. Além disso evitar saber que tudo irá acabar de um momento para o outro. Mas elas dão um colorido diferente para o passar dos anos. Algumas valem a pena cultivar, outras são passageiras e deixam uma marca, algumas temos o dever moral de levar para a vida inteira.

Na vida não tenho certeza de nada e noto que a maior parte das pessoas não tem. Mas não perdemos a irresistível atração em fingir que sabemos de tudo. Antes eu ouvia os bons conselhos, agora duvido deles. Sempre me parecem demasiado polidos ou conservadores. Como aquelas tias velhas que tem medo de atravessar a rua e recomendam que você não faça o mesmo.

Com as críticas ainda tenho dificuldades, confesso que quando me dizem que sou metido a sabichão ainda fico meio doído. Acho que é pelo fato de que a pessoa ainda não me conheceu de verdade e me julga pelas minhas defesas. A prepotência que me resta é só um jeito falsamente forte que encontrei para que eu não seja inundado pelo mar de amor que sinto, mas me fragiliza.

Pelo visto você é uma pessoa que foi agraciada pelo bem estar financeiro. Isso é excelente, com o tempo aprendi que o dinheiro pode ser um grande amigo de boas realizações. Que ele é a chave mestra que reflete o fruto do meu trabalho e que me abre portas para conhecer coisas que eu nunca poderia sem ele. O dinheiro não é meu inimigo e nem meu amigo, apenas um cúmplice daquilo que quero ser. O meu dinheiro sou eu em forma de notas. O dinheiro de cada um reflete o que a pessoa é.

Também me parece que você é muito amado pelas pessoas. Essencialmente cercado de pessoas boas que te recomendam no momento mais difícil que pense sobre a vida. Isso parece que é a grande fórmula para viver e morrer feliz. Nos cercamos de muitas pessoas que nos fazem mal, nos colocam para baixo e subestimam nossa capacidade. Elas querem nos ajudar de um jeito que reforça nossa infantilidade e passividade na vida. Com o tempo procurei selecionar as pessoas do meu convívio. Conheci amigos maravilhosos, terminei relacionamentos que me faziam mal e cultivei bons hábitos como me encontrar sempre que possível com as pessoas que eu amo. Meus livros que eu tanto adorava ler com exclusividade absoluta agora estão um pouco de lado. Ainda os amo, mas livros sem pessoas são apenas folhas sem sentido. O verdadeiro livro que sempre quis escrever já está sendo escrito no longo dos meus dias. Acho que o seu livro não-publicado deve ter excelentes páginas e narrativas memoráveis. Deixe que isso te alegre, inclusive agora.

Com o tempo eu percebi que a cereja do bolo da minha vida não foi composta de grandes eventos ou celebrações. Mas foi no tecido invisível dos minutos discretos que ninguém reparava. Eu sempre soube que aqueles pequenos gestos de gentileza é que realmente fazem a diferença. Acordar um pouco mais cedo para dar a mão para uma pessoa. Levantar da cama antes e pegar o copo d’água. Consolar uma lágrima que não foi anunciada. Pequenas coisas pelas quais você não vai ganhar nenhum prêmio ou recompensa e ainda assim devem ser feitas.

Meu caro R. tenho medo, muito medo de tudo. Medo de falhar, fracassar, decepcionar, fraquejar, deprimir até parar com tudo e ficar maluco, as vezes enfrento dias difíceis (na minha cabeça) que penso que não vou aguentar. Mas administro esse medo da seguinte maneira, sei que são apenas medos, nada além disso. Um jeito meio menino de fantasiar as coisas maiores do que realmente são só para que depois eu brinque de super-homem. Afinal quanto maior meu obstáculo, mais eu acho que fui invencível na superação.

Hoje tenho rido muito mais de mim, sou um desastrado. Não sei cortar uma melancia sem sujar toda a pia e ela ficar parecida com um leque torto e feio. Me perco no transito, mesmo com GPS. Falo coisas fora de hora. Confesso meu amor antes do tempo. Tolero coisas intoleráveis por mais tempo que devia. Sou um bobo incorrigível. Mas, afinal, essa é a versão improvisada de mim mesmo, sei que com o tempo esse eu de hoje será uma lembrança pálida no eu de amanhã. Então rir de mim me ajudou a não me magoar tanto ou me levar tão à sério), afinal todos somos rascunhos da vida. Perdidos como ratos pelados.

Lidar com pessoas sempre foi um desafio para mim. Sou sensível ao extremo, um sorriso me levanta e um olhar de desaprovação me derruba. Comecei a entender, a duras penas que não posso ter controle do que os outros sentem por mim. Se você me odeia problema seu, se me ama também. Pode parecer uma visão radical ou uma fala grosseira. Mas se pudesse me ouvir agora dizendo isso seria com uma voz doce e com sorriso nos olhos. O ódio que sente por mim é responsabilidade sua, o amor que sente também. O máximo que posso fazer é dançar em volta do seu coração até que seu ódio se acalme e me veja humano (com o que tenho de bom incluído) e seu amor se consolide e me veja humano (com o que tenho de pior incluído).

Acho que o mais difícil de morrer deve ser imaginar que não veremos mais aqueles que amamos. Quando trabalhei com pessoas com câncer (doença nem sempre rápida e fatal) aprendi que a melhor despedida acontece com as relações que foram mais completas e sem falsidades. Se tivemos uma relação truncada, conflituosa e cheia de pendências o luto é mais difícil. Nesse momento tente diminuir as suas pendências e diga o que vem no fundo do seu coração para os outros. Não hesite, você não tem mais nada a perder. Literalmente.

Posso dizer que o amor e o trabalho sempre me guiaram. Mas sei que o amor é um enigma. Hoje me parece muito mais um grande campo em que muitos eventos acontecem por ali. Toda a vez que tentei cercar demais a pessoa amada ela se foi, deixar ela pra lá em demasia também não funcionou. A melhor garantia que posso oferecer hoje é que onde eu estiver estarei ali.

Já fique muito preso ao passado e tudo o que não funcionou ali. Também já fiquei afoito para que o futuro chegasse logo e ele nunca chegou quando eu queria. Então decidi colocar o rabo no meio das pernas e viver aquilo que eu consigo hoje. As vezes minha cabeça me engana e tenta me sequestrar para frente ou para trás. Então eu digo para minha mente “ei, dá uma olhadinha nesse momento entediante, podemos fazer algo com isso, que tal?” e numa fração de segundos a minha mente faceira corre para brincar comigo no presente de novo.

Sou tão jovem quanto você, então não encare como presunção tudo o que eu disse. Posso garantir que existem vidas muito mais interessantes que a minha para você tomar por exemplo. Minhas grandes vivências aconteceram mais no fundo do meu coração do que na vida concreta. No entanto, foi a vida que me coube viver e que me satisfez até agora. A sua vida é a melhor que você pode viver, olhe com compaixão por ela, nada acrescente nela e muito menos mutile. Tudo ali é do tamanho que devia ter. Até sua barba que se despediu de você.

Quando olhamos uma vela temos a ilusão de que ela irá apagar quando a cera chegar ao fim. As vezes acaba antes, outras a luz continua depois. No seu caso, sua vela está te surpreendendo, em alguns minutos. A minha pode me surpreender, assim com todas as pessoas que amamos. Estamos no mesmo barco.

Minha curiosidade (mal que não quero tirar de mim) vai me dizer para que dê um retorno caso tenha conseguido ler. Sei que os leitores do blog vão pedir o mesmo. Então se puder, mande um sinal de fumaça. Sei que esse texto vai ajudar mais quem ficará vivo (ou finge que está vivo como eu) por um pouco mais de tempo que você. Mas se te ajudar em algo, já fico mais que satisfeito.

Ah, se eu pudesse falar uma última coisa seria morra o mais vivo que puder

Um abraço meu caro, longa vida enquanto ela existir!

_______

Hoje recebo esse recado:

Meu irmão pediu que eu enviasse esse e-mail para você assim que falecesse. Ele me mostrou o texto do seu blog emocionado e falou coisas muito bonitas sobre o amor que sentia por todos nós e se desculpava se nem sempre estava tão presente quanto gostaria. Acrescento que ele partiu essa madrugada de sexta-feira tranquilamente e sem dor, abraçado com papai e seu iPad (inseparável, aposto que vai procurar o Steve Jobs). Sentiremos muito a falta daquele menino que sempre tinha uma palavra carinhosa e um sorriso pronto nos lábios.

"Querido Fred


Fiquei comovido com a honestidade em revelar aspectos da sua vida de um jeito tão afetuoso, gentil e claro. Eu também não sei cortar melancia direito. Achei de extremo carinho você não tentar me convencer de nada como fez o padre.

Nas suas palavras vi que a maior expressão do espiritual é a própria vida e as pessoas à nossa volta: o amor que me une à minha família e os meus amigos. Pensando assim, o meu quarto estava absurdamente lotado de coisas espirituais agora à pouco e pedi que todos me deixassem à sós por minutos para poder escrever essa mensagem. Prefiro que ela seja entregue à você quando eu morrer. Agora posso falar sem peso sobre a morte, pois sei que deixarei meu legado com todos: minha memória.

Meus amigos trouxeram um violão e me cantaram  músicas que eu gosto (uma delas). 

Titãs - Epitáfio

Meu pai fez bolo de laranja com suco de cajú de dar lombriga. Minha irmã recitou um poema de Vinícius de Moraes que me emociona. Minha namorada só chora e me beija (energia feminina pura) - bem que eu podia durar mais uns dias ;). Meu primo trouxe um pendrive com imagens do meu cachorro latindo para a camera. Mamãe já falecida, me veio fortemente na memória. Não tenho a pretensão de reencontrá-la, pois no meu coração ela nunca partiu. Estou meio sensível hoje! heheheh

Obrigado pela rapidez e prontidão em me responder, nem esperava um post para mim (mentira) e senti o carinho dos seus leitores. Se puder crie uma nota de falecimento no Facebook e peça a eles que compartilhem seu texto com todo mundo (quero ser um morto virtual famoso rsrsr). As pessoas à sua volta tem sorte em tê-lo em suas vidas, pena não ter sido seu paciente ou amigo. Fucei na internet (sou stalker) e vi que fará 31 anos em breve, parabéns psicólogo! 

Após cremado, quando as cinzas forem atiradas ao mar digam: aqui nada um homem feliz! :)

Seguirei seu conselho: quero estar bem vivo quando eu morrer!
Um abraço e longa vida a você também...
Do amigo que parte, R."

Hoje meu amor fica sem palavras e como foi pedido por R. se quiser compartilhe essa nota de falecimento.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dicionário Musical: cuidar

Cuidar: cogitar; imaginar; meditar; julgar; precaver; acautelar.

Titãs - Os cegos do castelo


O Teatro Mágico - Cuida de mim


Zélia Duncan - Cuide-se bem


Paula Lima - Cuidar de mim



Roberta Campos - Cuide bem do seu amor


Simone - Muito estranho (cuida bem de mim)



Ana Cañas - Luz antiga

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Clássico é Clássico!

Desde a década de 1980 os Titãs consolidaram-se no cenário musical. Uma banda que resistiu ao tempo e soube, como poucos, se adaptar ao feroz mercado fonográfico. Mesmo com a saída de Arnaldo Antunes e Nando Reis, além da morte de Marcelo Frommer, os roqueiros ainda são uma das mais importantes bandas nacionais. Os 25 anos de carreira lhe renderam clássicos e versões de outros artistas e fãs.

LS Jack - Amanhã não se sabe


Margareth Menezes - Cegos do Castelo


Marauê - Sonífera Ilha

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dicionário Musical: amor (3)

Amor: afeição profunda; objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; afeto a pessoas ou coisas; paixão; entusiasmo.

Titãs - Porque eu sei que é amor


Bebel Gilberto - Samba e amor


Herbert Vianna e Sandra de Sá - Vamos viver


Roberto Carlos e Cláudia Leite - Amor perfeito



Lulu Santos - Certas coisas


Alcione - Gostoso veneno


Caetano Veloso - Nosso estranho amor


Marisa Monte - Tema de amor

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Trilhas Sonoras - 7

As trilhas sonoras continuam a marcar a história da música e da teledramaturgia brasileira. Hoje as novas estrelas do cenário musical, Maria Gadú e Paula Fernandes se apresentam ao lado de Jota Quest e dos Titãs.

Paula Fernandes - Quando a chuva passar


Jota Quest - Amor maior


Titãs - Pelo avesso


Maria Gadú - A história de Lily Braun

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dia Mundial do Rock

Hoje o rock comemora o seu dia. O estilo que conquistou o mundo com os garotos de Liverpool (The Beatles) e é feito, nas mais variadas vertentes, pelos quatro cantos do planeta. No Brasil, o rock ganhou força na Jovem Guarda influenciado diretamente por Paul, John, Ringo e George.

Na década de 1980, o estilo volta às rádios brasileiras com uma nova geração. Novas bandas e novos roqueiros que protestavam, debochavam e falavam de amor sob o som das guitarras. O rock nacional se consolidava e mostrava que também tinha seu espaço no país do samba, da bossa nova e da mpb.

Legião Urbana - Quase sem querer


Os Paralamas do Sucesso e Edgard Scandurra - Trac Trac


Biquini Cavadão - Zé ninguém


Kid Abelha - Como eu quero


Lulu Santos - Tempos Modernos


Marina Lima e Liminha - Fullgás


Engenheiros do Hawaii - Infinita Highway


Barão Vermelho - Maior Abandonado/Milagres/Subproduto do Rock


Entre o intervalo de décadas da Jovem Guarda e o Rock anos 80, Rita Lee e Raul Seixas mantiveram o som vivo e pulsante. A dupla tornou-se a ponte entre as duas mais importantes gerações roqueiras do Brasil.

Não é à toa que Rita e Raul são considerados os vovôs do rock nacional. Rita Lee, ruiva e bela começou sua carreira entre os Mutantes. Raul Seixas saiu da Bahia para o Rio de Janeiro onde tocou na banda de Jerry Adriani durante a Jovem Guarda.

Titãs e Rita Lee - Televisão


Raul Seixas e Marcelo Nova - Carpinteiro do Universo

terça-feira, 4 de maio de 2010

Salve Hebert Vianna!

Poucos artistas tiveram uma história tão cheia de tramas e enredos como o nosso aniversariante de hoje. Entre as dificuldades Herbert Vianna renasceu e comprovou o status de grande ícone da música popular e do pop rock nacional.

Filho de militar, irmão do sociólogo Hermano Vianna, o vocalista dos Paralamas do Sucesso construiu ao longo dos seus 49 anos de vida, uma bem sucedida carreira. Fruto da geração do rock anos 80, Herbert é uma das figuras mais queridas no cenário musical.

Salve Herbert Vianna! Salve Os Paralamas! Salve a música brasileira!

Ira! e Os Paralamas do Sucesso - Envelheço na cidade


Herbert Vianna e Zélia Duncan - Partir, Andar


Herbert Vianna e Renato Russo - Nada por mim


Os Paralamas do Sucesso e Marisa Monte - O amor não sabe esperar


Leoni e Herbert Vianna - Por que não eu?


Fernanda Abreu e Herbert Vianna - Veneno da Lata


Gal Costa e Herbert Vianna - Lanterna dos Afogados


Daniela Mercury e Herbert Vianna - Só pra te mostrar


Titãs e Os Paralamas do Sucesso (part. Samuel Rosa) - O Beco


Herbert Vianna e Sandra de Sá - Vamos viver


Os Paralamas do Sucesso e Nando Reis - Pétalas


Herbert Vianna e Cássia Eller - Mr. Scarecrow


Os Paralamas do Sucesso e Frejat - Uns Dias

segunda-feira, 15 de março de 2010

Encontros Musicais - 15/03

Os encontros de hoje representam grandes parcerias que renderam álbuns inteiros com estes duetos. Começando pela parceria de Pedro Luís (e a sua parede) com o mestre Ney Matogrosso.

Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede - O mundo


Titãs e Os paralamas do Sucesso - Marvin


Fagner e Zeca baleiro - Palavras e Silêncio


Simone e Zélia Duncan - Mãos Atadas


Roberto Carlos e Caetano Veloso - Wave

domingo, 27 de dezembro de 2009

Dicionário Musical: paz

Paz: tranquilidade pública; concórdia; sossego; cessação de hostilidades; silêncio; descanso.

Natiruts - Em paz


Verônica Ferriani - Me deixa em paz


Gilberto Gil - A paz


Ivete Sangalo e Maria Bethânia - Muito obrigado, axé


Maria Rita - Minha Alma ( a paz que eu não quero)


Titãs - Pela paz


Paz! São os votos do Brasil Musicado para o 2010 de todos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Encontros Musicais 19/10

Eles são pop, são rock, são mpb, são samba... e por serem várias coisas a cada novo trabalho se encontram hoje para provar o quanto se misturam e se recriam.

Os Paralamas do Sucesso e Djavan - Uma brasileira


Titãs e Marisa Monte - Flores


O Rappa e Maria Rita - Rodo cotidiano

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Desigualdade faminta

Quando você estiver comendo e se sentir satisfeito antes de terminar a refeição, lembre-se que hoje é o dia mundial da alimentação. Só dizer isso não significa nada, então acompanhe os dados divulgados pela Organização da Nações Unidas (ONU) esta semana.

- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo e um bilhão de pessoas passando fome;
- Cerca de 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, 15 milhões a cada ano;
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual;
- A água potável não está disponível a 1,3 bilhão de pessoas no mundo;
- Aproximadamente 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso;

Gabriel o Pensador e Titãs - Cara feia


- A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo;
- Brasil é o 9º país com o maior número de pessoas com fome, tem 15 milhões de crianças desnutridas;
- 45% de nossas crianças, menores de cinco anos, sofrem de anemia crônica;
- Uma a cada sete pessoas morre de fome no mundo.

Toda essa miséria mundial é fruto da desigualdade social. Quem nunca ouviu aquela velha história em que poucos tem muito enquanto a maioria não tem nada. Não queria falar como minha vó, ou minha mãe, mas elas têm lá suas razões. Vamos pensar nisso.

Céu - O ronco da cuíca

sábado, 3 de outubro de 2009

Todo dia é dia de música popular brasileira - parte 7

Adriana Calcanhoto sutilmente envolve nossos ouvidos com sua voz serena. Mesmo quando dedica um álbum inteiro as crianças ela consegue ser pop e conquistar a todos. Admirada mundo à fora, em especial em Portugal, Calcanhoto é uma das mais talentosas compositoras da atualidade.

Adriana Calcanhoto - Metade


João Rubinato, ou como era realmente conhecido: Adoniran Barbosa, foi a prova concreta de que o samba podia ser feito na selva de pedra. Figura única de nossa música, irreverente, de voz rouca, o paulistano Adoniran fez samba para que todos pudessem admirar. Cantando o português de forma errada, se aproximou e conquistou o grande público.

Adoniran Barbosa - As mariposa


Tim Maia é outra daquelas figuras folclóricas de nossa música. Seja o sacana e bem-humorado ou o resmungão pedindo mais retorno, Tim deixa muitas saudades em seus fãs. Talentoso, de voz potente e bela, sua carreira de sucessos se confunde com o abuso de drogas. Talvez o defeito que mais tenha desagradado seus fãs, era o fato de que nem sempre ele aparecia nos seus shows e apresentações nas tvs.

Tim Maia - Do Leme ao Pontal


Dos grandes sambistas que você conhece atualmente, boa parte tem Beth Carvalho como madrinha. A cantora vem de uma época em que muitas mulheres estavam se destacando nas rodas de samba. Entre elas: Alcione, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Clementina de Jesus.

Beth Carvalho - As rosas não falam



O Rappa foi uma das boas surpresas da década de 1990. Com as críticas socias impregnadas em suas letras a banda carioca, sem um estilo definido, se definiu muito bem em cada protesto que cantou. Hoje, sem Marcelo Yuka, principal letrista, a banda perdeu o brilho de antes, mas ainda tem um público fiel onde quer que vá.

O Rappa - Minha Alma (a Paz que Eu Não Quero)


Alagoano de talento indiscutível, Djavan é unanimidade entre jovens e adultos. O compositor e cantor nordestino sabe muito bem levar o romantismo em suas canções. Na estrada há tanto tempo ainda se mantêm criativo e com talento de sobra.

Djavan - Te devoro


Dorival Caymmi compôs para nossos maiores intérpretes. O samba do baiano atravessou o mundo e está entre nossas músicas mais conhecidas internacionalmente. Entre suas principais intérpretes está Carmem Miranda. Caymmi deixou, além de uma bela obra, uma musical e talentosa família que continua levando seu nome e a tradicional música baiana adiante.

Dorival Caymmi e Gal Costa - Só louco


O rock da década de 1980 foi criativo e debochado com o fim da ditadura. Dentre as inúmeras bandas da época, os Titãs foram os que mais reuniram talentos em um só lugar. Mesmo com a saída de Arnaldo Antunes, Nando Reis e a morte de Marcelo Frommer, os paulistanos continuam emplacando hits ainda hoje. Os roqueiros sabem como se manter no voraz mecado e se renovar agradando e conquistando novos públicos.

Titãs - Porque eu sei que é amor


Acredito que o sonho de toda intérprete seja cantar como Maria Bethânia. A baiana talvez seja, atualmente, a nossa maior intérprete. Bethânia construiu sua carreira com seu canto e seu repertório, sem viver às margens do talento do irmão, Caetano Veloso. Assim como Clara, a cantora sempre trouxe em seu repertório canções que falassem dos orixás e dos elementos das religiões afrobrasileiras, mas também soube falar do amor.

Maria Bethânia - Olhos nos olhos


Se engana quem pensa que o Maranhão é lugar de pouca inspiração musical. Zeca Baleiro é um dos novos e geniais nomes da nossa música. O talentoso compositor é de uma nova geração que ainda tem muito para contribuir à nossa música.

Zeca Baleiro - Lenha


Se espanta quem ouve pela primeira vez, Clementina de Jesus. Com uma voz única a grande sambista é quase desconhecida atualmente. Uma de nossas grandes figuras musicais, ela está entre as maiores vozes negras de nosso país. Pena que pouca gente (re)conheça e admire seu trabalho.

Clementina de Jesus - Ensaboa



Brasília também contribuiu musicalmente para nossa música popular. O Natiruts deixou o Lago Paranoá e surfou em outras ondas por todo o país. A banda representa o mais bem sucedido caso de reggae dentro da nossa música, atualmente. Frutos da geração pós-Cidade Negra, os brasilienses sabem como levar seu público ao delírio.

Natiruts - Reggae power


A Legião Urbana foi, com certeza, a maior banda de rock do Brasil. Quem conseguiu compor e entender tão bem o que se passava com seus fãs como fez Renato Russo? Quem conseguiria fazer uma canção de quase dez minutos de duração se tornar um clássico e ser tocada em rádios? A Além desses e de tantos outros feitos, a Legião conseguiu vender milhões de cópias fazendo pouquíssimos shows. Em cada apresentação milhares de fãs se apertavam em estádios e ginásios para ver de perto as históricas apresentações da banda brasiliense.

Legião Urbana - Faroeste caboclo