domingo, 8 de dezembro de 2013
Brasil: O país do futuro (distante)
A primeira pesquisa aponta o Brasil em 72º lugar no ranking da corrupção. Uma ligeira "melhora" para nós que, no ano passado, estávamos em 69º. A classificação é feita com base em opiniões de especialistas, empresários, agências de risco, investidores e pesquisas de 13 entidades internacionais sobre a percepção que eles têm sobre a transparência do poder público dos países avaliados.
Já na educação o Brasil também vai mal. Dos 65 países classificados, ele está em 58º lugar. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) avalia três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. As avaliações acontecem a cada três anos e em 2012 a matemática foi a área avaliada. Apesar de sermos o país que apresentou a maior melhora na pontuação, o índice ainda é preocupante.
Retomo ao primeiro parágrafo, onde falava sobre o entusiasmo e a euforia sobre o sorteio do campeonato mundial de futebol. Porque não fomos avaliados quanto ao desempenho em Copas do Mundo? Existe em todos nós um monstruoso conformismo quanto às questões avaliadas e citadas acima. Concordamos que somos um país corrupto e nossa educação a pior. Mas o que fazemos quanto a isso?
Buscamos a melhor escola particular que cabe no nosso orçamento e lá matriculamos nossa cria. E quanto a corrupção? "Isso aí não tem jeito", "É tudo igual, só muda a sigla do partido", argumentam alguns. Outros são bem claros, "voto em branco", ou então "voto no fulano, é tudo corrupto, mas ele é melhor pra mim".
É isso companheiros, não estamos nem aí para as pesquisas, avaliações, índices e pontuações. Queremos a taça, a sexta estrela no peito. Nosso conformismo, enquanto não nos afeta diretamente, faz com que isso não seja nenhum problema direto. As manifestações que reivindicavam 6 milhões de coisas (tudo, ao mesmo tempo, agora) que ocorreram este ano, foram apenas um alvoroço (#ogiganteacordou), disperso com alguns tiros de borracha, sanções presidenciais meia-boca e misteriosos grupos de mascarados (que não eram ninjas, mas surgiram do nada) para desarticular estrategicamente o movimento.
E a cereja do bolo é que a mídia divulga essas pesquisas para cumprir seu papel social de levar a informação ao povo, mas principalmente para que as classes média e alta digam: "Eu quero é novidade!", enquanto leem a informação de seus smartphones, tablets, notebooks e afins, assistem em suas TVs de LED/LCD (já compradas para o mundial), ou escutam no rádio dos seus carros.
Legião Urbana - 1965 (Duas Tribos)
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Brasília não é corrupção!

Me irrita muito essa imagem deturpada que fazem do meu cerrado. Longe de ser a cidade perfeita, Brasília não chega nem perto do que imaginam ou pintam por aí como verdade. Desigualdade social, grilagem de terras, “coronéis” e otras cositas más, infelizmente, fazem parte do cenário, mas estão presentes em todo lugar onde exista o ser humano.
É um absurdo falarem tão mal daqui, assim como não se pode dizer que o Rio de Janeiro seja um reduto de marginais, violência e drogas. O Rio representa um país pós-colonizado cheio de mazelas, preconceitos e desigualdade social. A Cidade Maravilhosa é o resultado de mais de 500 anos de degradação social (entre outras) e mesmo assim ainda é linda e cheia de inúmeras qualidades.
Brasília não é constituída por marajás, nem tão pouco somos todos filhos e parentes de políticos. Dos quase 2,5 milhões de habitantes, que vivem no Distrito Federal, poucos estão no seleto grupo dos afortunados. Um retrato fiel do nosso país e com as mesmas feridas que se encontram em São Paulo, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Florianópolis e tantas outras capitais e cidades do nosso país. Nossa capital não é uma ilha isolada do mundo, alheia a tudo o que acontece. Ela sofre dos mesmos problemas e desfruta de muitas das qualidades também.