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sábado, 4 de outubro de 2014

Intolerância Eleitoral



Desde o início do período eleitoral me mantive quieto quanto a intenção de voto ou a defesa desse, ou daquele candidato nas minhas redes sociais. Ainda me manterei sigiloso quanto ao meu voto, mas me manifesto contrário as declarações do presidenciável Levy Fidelix.

Democracia não dá o direito de ofender ou discriminar quem quer que seja. A democracia tem, entre outras premissas, a liberdade de expressão, sim! (entendendo que a liberdade de expressão não é ofensa e discriminação) Bem como a democracia preza pela igualdade nos direitos.

Um candidato à presidência não poderá, jamais, defender suas opiniões religiosas, acima da garantia igualitária de direitos para todos os cidadãos. Independente de opção/escolha afetiva e sexual, classe social e etnia.

Por isso é sempre importante lembrar que um pastor não pode impor os dogmas do cristianismo a um país, bem como um rabino, um babalorixá, um padre ou qualquer outro líder religioso não poderá impor suas crenças, caso sejam eleitos enquanto políticos.

O presidente deve ser o primeiro a garantir direitos iguais a todos. Assim sendo, ele não pode impedir a garantia do direito ao casamento por pessoas do mesmo sexo. Ele não deve ofender pessoas por terem uma opção ideológica/religiosa/cultural/musical/sexual... diferente da dele, especialmente por ser/querer o cargo máximo do Poder Executivo.

Os homoafetivos não são doentes para serem tratados "bem longe daqui" e a psicologia já afirmou que o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é uma doença, contrariando o presidenciável. A declaração de Levy ofende todos que lutam pela igualdade dos direitos, os homoafetivos, os simpatizantes e defensores da causa LGBT's e dissemina a intolerância e o ódio, ofendendo também quem luta por dias de mais amor, respeito e paz em nosso país.

Talvez ele não ofenda a 99,9% dos brasileiros como foi declarado, mas ofenda uma boa parte. A parte que busca por dias de mais respeito para com o próximo. A parcela que sabe que a igualdade dos direitos é o principal passo para um Brasil melhor.

Que essa eleição mostre a maturidade do eleitor brasileiro e que, principalmente, possamos afastar da liderança do nosso país aqueles que são intolerantes, preconceituosos, racistas e retrógrados que se valem da religião e da ignorância do eleitor para seu benefício político/financeiro.

Quando o "país do futuro" apresenta candidatos intolerantes e preconceituosos pode ser um sinal de que ainda estamos no passado.


Jorge Vercilo - Avesso

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Sobre beijos e intolerância

Engraçado como um beijo causa tanto incômodo. Enquanto isso, cenas de violência, nudez e sexo passaram desapercebidas pela crítica do espectador de Em Família.

Desde sua estreia eu já vi: 
- uma personagem ser estuprada; 
- outro, espancado e (quase) enterrado vivo pelo galã da trama; 
- uma outra que humilha o pai, incentiva a filha a cair na putaria e passa o dia com um copo na mão;
- e por último, uma personagem que é suspeita de matar a empregada para ficar com a filha e agora descobriu que a criança é fruto de uma pulada de cerca do ex-marido (que ela largou pra ficar com o então pai da menina).

Com tantas polêmicas que me pareceram mais incômodas e absurdas, por quê o casamento (que igual a todos têm um beijo) é a cena mais "desnecessária" para ser exibida em horário nobre?

Há, nesse burburinho inconformado, que precisa de postagens irritadas nas redes sociais, justificativas cristãs por parte de alguns e argumentos intolerantes e exagerados de outros, todas as formas de preconceito possíveis.

Alguns comentários vêm até precedidos de um "não tenho nada contra...", ou "tenho até amigos que são..." para tentar amenizar, disfarçar, mas apenas escancarando e evidenciando, sem querer querendo, o preconceito em se assumir um preconceito.

Não tragam os trechos bíblicos como explicação, porque isso não serve de base para nenhum debate, ou de argumento para se justificar algo. Mas mesmo se insistirem em tornar a conversa mais religiosa, lembrem-se dos trechos do livro sagrado em que se fala do não-julgamento ao próximo, do amor e do respeito ao outro e que Deus será quem irá julgar a cada um conforme seus atos.

Não digam, os mais puritanos, que todo esse alarde é em defesa das crianças. Assim como aconteceu com a nossa geração em relação a anterior, nossos filhos, sobrinhos, netos e afilhados saberão entender e lidar muito melhor com as diferenças. E não será porque a rede Globo desvirtua e destrói a família, mas sim porque eles terão uma capacidade superior de entendimento do mundo.

Para essa geração será imprescindível perceber que há outras formas de amar, constituir uma família e, principalmente, respeitar o outro. 


Marisa Monte - Beija Eu