Hoje levantei muito cedo, pouco mais das 4 da manhã já estava de pé. Desci as malas da minha mãe, ainda olhei para a minha vazia e mantive a minha decisão. Logo brinquei com minha avó, já pronta para as obrigações religiosas do dia.
Abracei minha mãe com um abraço apertado e já cheio de saudade. Saudade não por esses 15 dias em que ela estará fora, mas pelos próximos meses que virão pela frente. Seu cheiro ficou em mim como um conforto à uma criança que precisa do colo materno. Eles (mãe, pai e irmão) partiram e na minha cabeça veio o medo da nova vida que levarei daqui pra frente.
Tranquei o portão e minha vó já perguntou se eu não a levaria na igreja. Velhinha sem vergonha, agora sei de quem puxei o lado das chantagens sentimentais. kkkkkkkkkkkk Só precisava esperar 20 min., então resolvi ficar acordado e levar, ela e meu avô, até a igreja.
Na volta a casa parecia maior. Sem gente, sem movimento, sem meu pai tocando seu bandolim no quarto, sem o rádio da cozinha ligado ou minha mãe cantarolando. Sim, ainda era cedo. Não era nem 5h30 da matina, mas o silêncio me pareceu maior, mais profundo. Naquele instante sabia o que tinha de fazer. Fui para o meu quarto, acendi a luz, peguei meu livro de orações e sentado na minha cama comecei a conversa.
Pode parecer loucura, exagero ou mesmo cena, mas Deus também entrou no quarto comigo. Sem afetações religiosas ou beatices, acredito Nele e sei que o lance que rolou neste fim de noite não foi habitual nem comum. O livro no meu colo ficou fechado em boa parte da conversa. Já nas primeiras frases meu rosto estava lavado, aliviado.
Num pequeno flashback meus últimos meses vieram à tona. Minha cabeça parecia ter tudo preparado, como num discurso pronto. O abraço da minha mãe me veio na lembrança, as lágrimas que a minha vó vai chorar daqui algumas semanas e os desafios do futuro também. Não vou mentir, o passado também veio, mas dessa vez sem culpas, pesos ou remorsos. Hoje eu tinha a certeza do quanto acertei também. Entendi que mais um ciclo da minha vida terminava e outro começava.
Agradeci e quanto mais rezava, quanto mais conversava com Deus, as lágrimas iam tirando qualquer sentimento ruim que ainda pudesse estar em mim. Foi bom, foi especial e sincero. Lágrimas felizes, calafrios e um bem-estar que espero sentir outras vezes.
Pedi por mim e por quem Deus quis afastar do meu caminho. Logo me veio a resposta, a explicação para esse afastamento e comecei a avistar novos rumos. Enfim, agora havia uma conversa.
Não apenas eu falava, Alguém me respondia e eu ouvia atentamente.
César Camargo Mariano e Pedro Mariano - Se eu quiser falar com Deus
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segunda-feira, 8 de março de 2010
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