Dia dos namorados, flores, declarações, pedidos de casamento, lágrimas dos solteiros, saudades dos viúvos... a data é marcada por lembranças. Todos têm alguma história para contar no dia de hoje.
Trago um clássico da literatura e da música popular brasileira. Vinicius de Moraes, o poetinha, que fez da nossa música uma das mais apaixonadas do mundo. Um dos que mais falou/cantou sobre o amor. Eterno apaixonado.
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude
Nana Caymmi - Eu Não Existo Sem Você/Soneto do Amor Total
quinta-feira, 12 de junho de 2014
domingo, 20 de abril de 2014
Quase Choros
Ao lado da minha cama, ela repousa numa foto. Congelada no tempo, permanece ali do meu lado. Meus olhos decoram cada detalhe, cada ponto dentro da moldura. Enquanto me lembro saudoso como eram os dias ao seu lado. Desesperançoso com aqueles que ainda virão.
O choro fica por um eterno instante, esperando. À mercê da última gota. E esse quase chorar se intercala entre uma prece e uma tristeza. Como aquelas certezas que o tempo se encarrega de trazer, mesmo sabendo que ele nunca levou qualquer ausência pra longe daqui.
Queria poder chorar, mas choro não se vulgariza, não se banaliza. Esse choro entalado, me corrói. Se prende e vai encharcando a alma. Pesando, inchando e prendendo tudo por dentro. Talvez por isso os lamentos sejam tão repetitivos e rotineiros.
Choro não sai, lágrima não cai, grito não sobressai e me fica e dúvida se talvez seja por isso que a mãe não volte.
Vanessa da Mata - Por Causa de Você
O choro fica por um eterno instante, esperando. À mercê da última gota. E esse quase chorar se intercala entre uma prece e uma tristeza. Como aquelas certezas que o tempo se encarrega de trazer, mesmo sabendo que ele nunca levou qualquer ausência pra longe daqui.
Queria poder chorar, mas choro não se vulgariza, não se banaliza. Esse choro entalado, me corrói. Se prende e vai encharcando a alma. Pesando, inchando e prendendo tudo por dentro. Talvez por isso os lamentos sejam tão repetitivos e rotineiros.
Choro não sai, lágrima não cai, grito não sobressai e me fica e dúvida se talvez seja por isso que a mãe não volte.
Vanessa da Mata - Por Causa de Você
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quarta-feira, 2 de abril de 2014
Telefonema aos Mortos
Semanas atrás, no meio da tarde, o telefone tocou e por um segundo pensei em não atender. Antes não tivesse. Do outro lado o homem perguntou pela minha mãe...
Não sei o que aconteceu. Gaguejei antes de avisá-lo, extremamente enfurecido, que ela havia falecido. Não sei se a informação foi indiferente a ele, ou se eu estava abalado demais e não me lembro se ele ao menos se desculpou. Continuou a conversa querendo saber se havia algum pensionista, fiquei ainda mais puto, encerrei a conversa e logo desliguei.
Nunca, desde sua partida, me senti tão desnorteado com essa situação. Não soube o que fazer, mesmo que alguns amigos sempre me digam que fui forte e reagi bem à perda dela, não soube o que fazer.
A sensação estranha foi como se a vida me tivesse ligado para me lembrar da morte. Uma "pegadinha" sem-graça rolou nesse dia. Abriu-se um novo corte, profundo. Acho que a coisa mais sutil e doce que consegui chamá-lo foi de FDP, daqueles ditos de boca cheia.
Não houve choro, de imediato. Revolta, talvez. Como alguém que recobra a consciência e se lembra de TUDO o que se perdeu "apenas" com a morte de uma pessoa. Como se as mágoas e tristezas, dos quase dois anos, ficassem entalados na garganta e de repente saíssem. Mas o choro, esse está por um triz, por uma saudade qualquer.
Não sei o que aconteceu. Gaguejei antes de avisá-lo, extremamente enfurecido, que ela havia falecido. Não sei se a informação foi indiferente a ele, ou se eu estava abalado demais e não me lembro se ele ao menos se desculpou. Continuou a conversa querendo saber se havia algum pensionista, fiquei ainda mais puto, encerrei a conversa e logo desliguei.
Nunca, desde sua partida, me senti tão desnorteado com essa situação. Não soube o que fazer, mesmo que alguns amigos sempre me digam que fui forte e reagi bem à perda dela, não soube o que fazer.
A sensação estranha foi como se a vida me tivesse ligado para me lembrar da morte. Uma "pegadinha" sem-graça rolou nesse dia. Abriu-se um novo corte, profundo. Acho que a coisa mais sutil e doce que consegui chamá-lo foi de FDP, daqueles ditos de boca cheia.
Não houve choro, de imediato. Revolta, talvez. Como alguém que recobra a consciência e se lembra de TUDO o que se perdeu "apenas" com a morte de uma pessoa. Como se as mágoas e tristezas, dos quase dois anos, ficassem entalados na garganta e de repente saíssem. Mas o choro, esse está por um triz, por uma saudade qualquer.
Engenheiros do Hawaii - Perfeita Simetria
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terça-feira, 11 de março de 2014
Pequenas Histórias Reais - Homem Comum
Era uma vez um homem comum que vivia, como quase todos os homens comuns, a eterna busca pela felicidade. Almejando sempre o que não tinha.
Cada vez que conquistava algo, queria outra coisa que não estava ao seu alcance porque achava que aquilo o faria feliz.
E foi assim com tudo em sua vida. As conquistas lhe tiravam o interesse. Importava-se apenas com os caminhos, não com os destinos.
Sem ninguém para amar, sem nada nas mãos, sem ter vivido plenamente cada dia, esperando que o amanhã fosse melhor, morreu só. Fim.
Os Paralamas do Sucesso - Um Pequeno Imprevisto
)
Cada vez que conquistava algo, queria outra coisa que não estava ao seu alcance porque achava que aquilo o faria feliz.
E foi assim com tudo em sua vida. As conquistas lhe tiravam o interesse. Importava-se apenas com os caminhos, não com os destinos.
Sem ninguém para amar, sem nada nas mãos, sem ter vivido plenamente cada dia, esperando que o amanhã fosse melhor, morreu só. Fim.
Os Paralamas do Sucesso - Um Pequeno Imprevisto
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domingo, 2 de março de 2014
(in)Sonia
A grande piada da noite chama-se insônia. A falta de sono, sim. Ela mesma, ou a falta dela. Aliás, chamar não chamei, mas tem quem vem sem nem ser bem quisto.
Mas minha mãe também faz falta, e não sei que nome dou pra isso. Seria também inSonia? A falta da Sonia. Quanto a esta, não adianta chamar, chorar, rezar ou procurar... Ficou só a essência diluída em lágrimas... foi-se.
E sempre me dizem que tem de ser assim. Têm coisas que se vão, são tão não mesmo quando precisamos do sim.
Sobram faltas nessa madrugada longa que vem por aí. Quer dizer, agora ela está bem mais curta. E não tô curtindo isso. Só me restam 2h e pouco de sono (ou quase isso) antes de me ajeitar pro rala...
Bora lá universo, conspira a meu favor. Apaga minha cabeça, minhas tristezas, meus cansaços, minhas ausências, minhas carências, minhas descrenças, minhas noias, minhas lombras, minhas lembranças, minhas mortes, meus cortes, minhas cicatrizes, meus desesperos, meus apelos, meus vazios, meus outros eus.
Amém. Agora posso tentar seguir.
Jota Quest - Só Hoje
Mas minha mãe também faz falta, e não sei que nome dou pra isso. Seria também inSonia? A falta da Sonia. Quanto a esta, não adianta chamar, chorar, rezar ou procurar... Ficou só a essência diluída em lágrimas... foi-se.
E sempre me dizem que tem de ser assim. Têm coisas que se vão, são tão não mesmo quando precisamos do sim.
Sobram faltas nessa madrugada longa que vem por aí. Quer dizer, agora ela está bem mais curta. E não tô curtindo isso. Só me restam 2h e pouco de sono (ou quase isso) antes de me ajeitar pro rala...
Bora lá universo, conspira a meu favor. Apaga minha cabeça, minhas tristezas, meus cansaços, minhas ausências, minhas carências, minhas descrenças, minhas noias, minhas lombras, minhas lembranças, minhas mortes, meus cortes, minhas cicatrizes, meus desesperos, meus apelos, meus vazios, meus outros eus.
Amém. Agora posso tentar seguir.
Jota Quest - Só Hoje
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Dor, mente
Tudo veio ao mesmo tempo. Toda a vida tentando ser lembrada em um único momento. Saudosismo, arrependimento, saudade, tristeza, alegria... os sentimentos também vieram de uma vez. O peito acelerava, disparava como quem vê um fantasma do passado ali na frente. Mãos trêmulas, palidez... a cabeça doeu, não sabia se por um efeito colateral ou como uma auto-defesa.
Enquanto sentia a dor, a cabeça tentava refazer a vida. Voltava no tempo e tentava mudar muitas coisas, coisas grandes demais para serem mudadas, coisas antigas demais, mas que transformaram os dias atuais. Quem ficou pra trás? Quem permaneceu ao seu lado? Quem encontrará amanhã? Quem reencontrará o caminho pra sua vida? Só se esquecera não pode fazer nada, nem mesmo mudar aquilo que foi feito, ou desfeito, lá atrás.
Não bastava fechar os olhos e reinventar seu mundo, cedo ou tarde é preciso encarar a realidade. Abrir os olhos e perceber o quanto uma escolha pode trilhar caminhos. Continua!, ouviu alguém gritar lá dentro. Olhou o horizonte e seguiu, tendo de fazer mais escolhas (talvez mais acertadas).
Maneva - Saudades do Tempo
Liah Soares - Tempo Perdido
Enquanto sentia a dor, a cabeça tentava refazer a vida. Voltava no tempo e tentava mudar muitas coisas, coisas grandes demais para serem mudadas, coisas antigas demais, mas que transformaram os dias atuais. Quem ficou pra trás? Quem permaneceu ao seu lado? Quem encontrará amanhã? Quem reencontrará o caminho pra sua vida? Só se esquecera não pode fazer nada, nem mesmo mudar aquilo que foi feito, ou desfeito, lá atrás.
Não bastava fechar os olhos e reinventar seu mundo, cedo ou tarde é preciso encarar a realidade. Abrir os olhos e perceber o quanto uma escolha pode trilhar caminhos. Continua!, ouviu alguém gritar lá dentro. Olhou o horizonte e seguiu, tendo de fazer mais escolhas (talvez mais acertadas).
Maneva - Saudades do Tempo
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Ensaio sobre discursos inflamados, marginais, postes, vingadores e jornalistas juízes
"O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que invés de prestar queixa contra seus agressores ele preferiu fugir, antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau-de-galinheiro.
No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso! A polícia desmoralizada! A justiça falha! O quê que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, claro!
O contra-ataque ao bandidos é o que eu chamo de legítima-defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite.E aos defensores dos direito-humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: Faça um favor ao Brasil, Adote um bandido!". Assim foi o discurso inflamado da jornalista do SBT, Rachel Sheherazade.
Quem deu o direito à jornalista de classificar o menor como "marginalzinho" e aos agressores de "vingadores"? O grande problema nisso tudo é alguém que está na frente das câmeras para milhões de pessoas (tem uma força e influência imensa) apoiar a violência, pregando o tal "olho por olho" como medida. Quem está na mídia precisa ser cauteloso ao falar. Mas sabemos que este não foi o primeiro, nem será o último discurso polêmico dela.
Engenheiros do Hawaii - Muros e Grades
Ainda que se justifique pelo cansaço da impunidade e do abrandamento das leis para menores, o julgamento de qualquer ser-humano não deve ser feito nas ruas a revelia. Se assim for estaremos a um passo do caos e sem diferenciar pessoas do bem e os bandidos.
Para além de todo esse meu discurso no melhor estilo "defensor dos direitos-humanos", vemos inúmeros culpados nesse "conto de fadas". O menor "marginalzinho" que a colega não sabe e nem quer saber porque tornou-se um infrator e ela apenas sabe que tem um extensa ficha criminal, os "vingadores" que resolvem ir às ruas agredir quem transgride a lei, a jornalista que apoia a justiça feita com as próprias mãos, incentiva a posse de arma pelo cidadão e debocha da defesa aso direitos-humanos.
Trabalho há 3 anos com a população de rua. Sofri ameaças e agressões diversas, mas aprendi que, na maioria dos casos (especialmente de crianças e adolescentes), foram violentados e agredidos dentro de casa, sofreram as maiores violências possíveis por aqueles mais próximos e "confiáveis" e viram como refúgio as ruas e a marginalidade. E digo mais, nenhum quis estar num abrigo (principalmente público). Justifica a busca pelo crime, drogas e a violência? Não! tanto que conheço casos de pessoas que apesar de tudo mudaram sua história.
Criolo - Ainda há tempo
Talvez nenhum de nós tenha entendido plenamente o que a Rachel disse, mas garanto que alguns milhões ouviram a opinião dela como um apoio e incentivo à vingança, ao porte de arma, crítica ao governo, à justiça, à polícia e a falta de punição aos menores infratores (e no fim das contas acabou sendo tudo isso mesmo).
Como jornalista, digo que ela está eticamente errada. Como cidadão, entendo e apoio ela estar tão indignada com tanta impunidade, mas ainda assim não cabe a ela julgar quem quer que seja, aplaudir e incentivar o errado.
É preciso sempre estar bem atento àquilo que a TV/Rádio/Internet/Jornais nos vendem todos os dias. Há interesses, há muito mais do que nos levar notícias por trás do discurso inflamado de Rachel. No fim das contas foi-se a censura dos anos da ditadura e veio uma outra, pior. Velada, que nos traz a falsa sensação de ter acesso a tudo. E isso é mentira, recebemos as notícias maquiada de acordo com os interesses de quem a está noticiando e todos sabem disso.
Titãs e Rita Lee - A Televisão
Quando se fala uma coisa e interpretarem duas ou três existe um sério problema nisso. Quem tá exposto na mídia tem um poderio imenso perante o telespectador. Influencia muito na opinião e no pensamento de gente de pouca instrução (e até de quem tem acesso a muita informação, mas é alienado) e isso me assusta. Uma mensagem errada tem consequências trágicas. A história da comunicação traz vários casos.
Rachel não está de todo errado, quando se coloca como uma cidadã indignada com os rumos da violência em nosso país, mas diferente do que seu discurso nos trouxe, o combate à violência nunca foi um problema exclusivo da justiça, polícia, governo e defensores de direitos humanos. Ela também tem seu papel/responsabilidade nisso. Bem como eu, você e qualquer outra pessoa, até mesmo o marginalzinho amarrado ao poste. Ninguém pode, nem deve ser um conformado com a impunidade e a violência extrema em que vivemos. O cidadão de bem não quer, não precisa, nem cogita ter uma arma em casa como solução à violência.
Estamos todos saturados de tanta violência, impunidade, escândalos e tragédias. Por isso, por todo esse clima tenso em que vivemos, qualquer faísca pode explodir. Precisamos nos indignar, reivindicar direitos, cumprir com deveres, mas (mais do que nunca) buscar a paz e a boa convivência. Precisamos de gente disposta a nos trazer novos caminhos, novas soluções para os velhos problemas e a melhor forma de se amenizar a violência. São certos discursos e pensamentos que incitam pessoas a acender rojões e lançá-los no meio da multidão, matando um cinegrafista, acreditando que isso é uma forma legítima de protesto à violência. Ou quem sabe, dizer que adolescentes negros e pobres circulando por um shopping oferecem perigo à classe média e aos ricos. Prudência, acho que foi isso que faltou à colega jornalista.
Gabriel o Pensador - Até Quando?
No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso! A polícia desmoralizada! A justiça falha! O quê que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, claro!
O contra-ataque ao bandidos é o que eu chamo de legítima-defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite.E aos defensores dos direito-humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: Faça um favor ao Brasil, Adote um bandido!". Assim foi o discurso inflamado da jornalista do SBT, Rachel Sheherazade.
Quem deu o direito à jornalista de classificar o menor como "marginalzinho" e aos agressores de "vingadores"? O grande problema nisso tudo é alguém que está na frente das câmeras para milhões de pessoas (tem uma força e influência imensa) apoiar a violência, pregando o tal "olho por olho" como medida. Quem está na mídia precisa ser cauteloso ao falar. Mas sabemos que este não foi o primeiro, nem será o último discurso polêmico dela.
Engenheiros do Hawaii - Muros e Grades
Ainda que se justifique pelo cansaço da impunidade e do abrandamento das leis para menores, o julgamento de qualquer ser-humano não deve ser feito nas ruas a revelia. Se assim for estaremos a um passo do caos e sem diferenciar pessoas do bem e os bandidos.
Para além de todo esse meu discurso no melhor estilo "defensor dos direitos-humanos", vemos inúmeros culpados nesse "conto de fadas". O menor "marginalzinho" que a colega não sabe e nem quer saber porque tornou-se um infrator e ela apenas sabe que tem um extensa ficha criminal, os "vingadores" que resolvem ir às ruas agredir quem transgride a lei, a jornalista que apoia a justiça feita com as próprias mãos, incentiva a posse de arma pelo cidadão e debocha da defesa aso direitos-humanos.
Trabalho há 3 anos com a população de rua. Sofri ameaças e agressões diversas, mas aprendi que, na maioria dos casos (especialmente de crianças e adolescentes), foram violentados e agredidos dentro de casa, sofreram as maiores violências possíveis por aqueles mais próximos e "confiáveis" e viram como refúgio as ruas e a marginalidade. E digo mais, nenhum quis estar num abrigo (principalmente público). Justifica a busca pelo crime, drogas e a violência? Não! tanto que conheço casos de pessoas que apesar de tudo mudaram sua história.
Criolo - Ainda há tempo
Talvez nenhum de nós tenha entendido plenamente o que a Rachel disse, mas garanto que alguns milhões ouviram a opinião dela como um apoio e incentivo à vingança, ao porte de arma, crítica ao governo, à justiça, à polícia e a falta de punição aos menores infratores (e no fim das contas acabou sendo tudo isso mesmo).
Como jornalista, digo que ela está eticamente errada. Como cidadão, entendo e apoio ela estar tão indignada com tanta impunidade, mas ainda assim não cabe a ela julgar quem quer que seja, aplaudir e incentivar o errado.
É preciso sempre estar bem atento àquilo que a TV/Rádio/Internet/Jornais nos vendem todos os dias. Há interesses, há muito mais do que nos levar notícias por trás do discurso inflamado de Rachel. No fim das contas foi-se a censura dos anos da ditadura e veio uma outra, pior. Velada, que nos traz a falsa sensação de ter acesso a tudo. E isso é mentira, recebemos as notícias maquiada de acordo com os interesses de quem a está noticiando e todos sabem disso.
Titãs e Rita Lee - A Televisão
Rachel não está de todo errado, quando se coloca como uma cidadã indignada com os rumos da violência em nosso país, mas diferente do que seu discurso nos trouxe, o combate à violência nunca foi um problema exclusivo da justiça, polícia, governo e defensores de direitos humanos. Ela também tem seu papel/responsabilidade nisso. Bem como eu, você e qualquer outra pessoa, até mesmo o marginalzinho amarrado ao poste. Ninguém pode, nem deve ser um conformado com a impunidade e a violência extrema em que vivemos. O cidadão de bem não quer, não precisa, nem cogita ter uma arma em casa como solução à violência.
Estamos todos saturados de tanta violência, impunidade, escândalos e tragédias. Por isso, por todo esse clima tenso em que vivemos, qualquer faísca pode explodir. Precisamos nos indignar, reivindicar direitos, cumprir com deveres, mas (mais do que nunca) buscar a paz e a boa convivência. Precisamos de gente disposta a nos trazer novos caminhos, novas soluções para os velhos problemas e a melhor forma de se amenizar a violência. São certos discursos e pensamentos que incitam pessoas a acender rojões e lançá-los no meio da multidão, matando um cinegrafista, acreditando que isso é uma forma legítima de protesto à violência. Ou quem sabe, dizer que adolescentes negros e pobres circulando por um shopping oferecem perigo à classe média e aos ricos. Prudência, acho que foi isso que faltou à colega jornalista.
Gabriel o Pensador - Até Quando?
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domingo, 12 de janeiro de 2014
O Vencedor
Hoje meu avô completa 90 anos. Acho que ele deve olhar pra trás e se sentir o homem mais feliz do mundo pela trajetória de conquistas que fez em quase um século.
Fugindo da falta de oportunidades do nordeste, conseguiu construir sua vida nas centenas de obras espalhadas pela futura capital do país. Ergueu seu pequeno castelo e foi soberano, seu feudo com todos ao seu redor. Sem estudos, com a vontade de conseguir algo melhor, fez sua história longe dos irmãos, pais, amigos...
Vindo num pau-de-arara em busca de sonhos, deixando pra trás o quintal de areia, repleto de mangueiras, coqueiros, araçás, cajueiros, jaqueiras, abacateiros e as ervas (para as mulheres da sua família benzerem a vizinhança e também a mim quando foi preciso), para conhecer o Cerrado de árvores tortas, como suas pernas.
Conquistou o que muitos outros conterrâneos não conseguiram. E não falo em riquezas e luxo, conseguiu uma casa, estudo e trabalho para seus filhos, lhes deu o suficiente para viverem dignamente e feliz.
Família, filhos, netos, bisnetos... 90 anos para ver e saber muito, mesmo estudando tão pouco (ou quase nada). Noventa com corpinho de setenta, disse uma amiga minha. Noventa com a disposição e o humor de vinte, digo eu. E posso afirmar que nos últimos 28 anos não conheci ninguém tão feliz e sábio.
Quantos de nós não teremos essa maravilhosa chance de viver quase um século, de ter uma saúde forte, uma família próspera e feliz, um casamento de quase 60 anos? Claro que houveram tristezas e perdas no meio do caminho, mas nada que não fizesse parte da vida de todo mundo.
Um João, um Silva, um negro, um nordestino, um semi-analfabeto, um sábio, um comediante, um filho, um irmão, um tio, um esposo, um pai, um avô, um bisavô, um vencedor por 90 anos consecutivos.
Sim, viver em um país de tantas desigualdades, preconceitos, violência e dificuldades não é nada menos do que uma vitória, uma dádiva, um prêmio dado só a quem for merecedor. E para quem acha isso muito se preparem, o pai dele passou os 100 e pelo jeito meu avô tá com disposição de passar também.
Hoje ele se encontra no hospital, recuperando-se de uma pneumonia/bronquite, mas tão tranquilo e engraçado como só ele sabe ser, conquistando fisioterapeutas, equipe de limpeza, enfermeir@s, médic@s e técnic@s de enfermagem.
Meu avô, o grande campeão de hoje!
Los Hermanos - O Vencedor
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Um 2014 feliz pra caralho!
Passados os festejos de fim de ano, deixando 2013 para trás, parece que os efeitos psicológicos-energéticos-místicos da mudança de ano fizeram efeito por aqui. Mesmo desanimado com tanta coisa, por uma série de situações e momentos ruins, a contagem regressiva no dia 31 de dezembro revigorou minhas forças.
Uma esperança tomou conta de mim e logo planos vieram a mente. Lógico que tirá-los da cachola e colocá-los em prática é uma outra história, mas estar entusiasmado com isso e planejá-los também faz parte do processo de realização.
Não sei se foi o tal do 13 que azarou tudo, se o problema é o aquecimento global, o fim dos tempos, ou porque "o gigante acordo". Se foi um ano de sorte não foi pelas bandas de cá, a sorte deve ter aparecido só se foi pro ex-técnico e jogador Zagalo (que tem o número treze como "amuleto") ou para os ganhadores da Mega da Virada.
Mas ainda assim foi um ano de momentos felizes. Nascimentos, casamentos, realizações... 2013 foi generoso ao permitir sorrisos também. Agora é a vez de 2014. Esperanças renovadas. Como se diz há mil anos: Ano novo, vida nova!
Tô meio que empolgado com esse ano novinho que vem aí, mas sem tentar demonstrar muito. Tô me segurando pra não sair falando por aí que sinto que este ano vai ser bompra caralho! Meu medo é ser decepcionado e perceber que o tal ano da Copa, Eleições e tudo mais foi uma merda.
Mas ainda assim foi um ano de momentos felizes. Nascimentos, casamentos, realizações... 2013 foi generoso ao permitir sorrisos também. Agora é a vez de 2014. Esperanças renovadas. Como se diz há mil anos: Ano novo, vida nova!
Tô meio que empolgado com esse ano novinho que vem aí, mas sem tentar demonstrar muito. Tô me segurando pra não sair falando por aí que sinto que este ano vai ser bom
Mas não tem estresse, lembrei que quem faz minha sorte sou eu. Lembrei que sou eu quem tem que correr atrás das paradas maneiras na minha vida. O tempo pra ser feliz é o agora. Aquele futuro maravilhoso que a gente almeja começa hoje. Então no fim das contas acho que tô certo, 2014 vai ser foda!
Titãs - Daqui pra lá
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
Descrença e Fé
Véspera de Natal e já não me sintia bem. Não apenas por mim, mas tenho a sensação que a cada ano o aniversário de Cristo fica menos empolgante para todos. Cada vez menos casas enfeitadas e pessoas mais desanimadas com a data.
Pra mim não era diferente, principalmente sem minha mãe e minha avó. Houve uma ceia, houveram presentes, mas os ausentes é que foram o tema desse ano. Fui cumprir a tradição consumista-natalina e levei meu presente para meu afilhado.
Um arremedo de rei-mago seguindo a estrela (pelo horário a única estrela no céu era o Sol, posicionado no rumo da casa dele) até o lar do pequeno filho de Deus (meu afilhado).
Presentes entregues, conversa feita e chego no horário de começar a oração familiar. Minha comadre com mãe, marido, filho, irmã e padrasto realizam o evangelho no lar, pequeno culto familiar tradicional do espiritismo que traz a leitura de trechos bíblicos, textos e orações para reflexão, discussão e análise da mensagem.
Grata surpresa para um coração aflito. A mensagem do dia falava da fé. Manifestada de centenas de formas, mas que independente disso levava a um mesmo objetivo. Durante as orações as ausências foram lembradas, mas quase que consoladas simultaneamente.
Como me aliviei. Como renovei minha simpatia pelo Natal. Claro que ainda foi foda e impossível sair ileso, mas foi menos dolorido (bem menos). Um dos meus irmãos viu seu primeiro Natal ao lado da filha, mas o segundo sem minha mãe. Voltar ao almoço de família no dia 25, na casa da nossa avó e não ter nenhuma das duas ali foi cruel demais pra todos, especialmente pra ele.
Como disse, não saímos ilesos, mas a fé me fez passar melhor por tudo isso. Acho que ainda vai levar muito tempo, ou talvez nunca seja como antes, para que o Natal recupere a alegria festiva de tempos idos. E é seguindo a doutrina que minha mãe adotou (especialmente após a perda do seu pai) que vou resistindo e seguindo, alimentando minha fé com migalhas de esperança.
Chico César - A Prosa Impúrpura de Caicó
Pra mim não era diferente, principalmente sem minha mãe e minha avó. Houve uma ceia, houveram presentes, mas os ausentes é que foram o tema desse ano. Fui cumprir a tradição consumista-natalina e levei meu presente para meu afilhado.
Um arremedo de rei-mago seguindo a estrela (pelo horário a única estrela no céu era o Sol, posicionado no rumo da casa dele) até o lar do pequeno filho de Deus (meu afilhado).
Presentes entregues, conversa feita e chego no horário de começar a oração familiar. Minha comadre com mãe, marido, filho, irmã e padrasto realizam o evangelho no lar, pequeno culto familiar tradicional do espiritismo que traz a leitura de trechos bíblicos, textos e orações para reflexão, discussão e análise da mensagem.
Grata surpresa para um coração aflito. A mensagem do dia falava da fé. Manifestada de centenas de formas, mas que independente disso levava a um mesmo objetivo. Durante as orações as ausências foram lembradas, mas quase que consoladas simultaneamente.
Como me aliviei. Como renovei minha simpatia pelo Natal. Claro que ainda foi foda e impossível sair ileso, mas foi menos dolorido (bem menos). Um dos meus irmãos viu seu primeiro Natal ao lado da filha, mas o segundo sem minha mãe. Voltar ao almoço de família no dia 25, na casa da nossa avó e não ter nenhuma das duas ali foi cruel demais pra todos, especialmente pra ele.
Como disse, não saímos ilesos, mas a fé me fez passar melhor por tudo isso. Acho que ainda vai levar muito tempo, ou talvez nunca seja como antes, para que o Natal recupere a alegria festiva de tempos idos. E é seguindo a doutrina que minha mãe adotou (especialmente após a perda do seu pai) que vou resistindo e seguindo, alimentando minha fé com migalhas de esperança.
Chico César - A Prosa Impúrpura de Caicó
domingo, 8 de dezembro de 2013
Brasil: O país do futuro (distante)
Nas últimas semanas duas pesquisas interessantes foram divulgadas a respeito do Brasil. Um pouco ofuscadas pela ansiedade dos torcedores brasileiros/mídia com o sorteio dos grupos da Copa 2014. Os dados classificam nosso país quanto à corrupção e a educação.
A primeira pesquisa aponta o Brasil em 72º lugar no ranking da corrupção. Uma ligeira "melhora" para nós que, no ano passado, estávamos em 69º. A classificação é feita com base em opiniões de especialistas, empresários, agências de risco, investidores e pesquisas de 13 entidades internacionais sobre a percepção que eles têm sobre a transparência do poder público dos países avaliados.
Já na educação o Brasil também vai mal. Dos 65 países classificados, ele está em 58º lugar. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) avalia três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. As avaliações acontecem a cada três anos e em 2012 a matemática foi a área avaliada. Apesar de sermos o país que apresentou a maior melhora na pontuação, o índice ainda é preocupante.
Retomo ao primeiro parágrafo, onde falava sobre o entusiasmo e a euforia sobre o sorteio do campeonato mundial de futebol. Porque não fomos avaliados quanto ao desempenho em Copas do Mundo? Existe em todos nós um monstruoso conformismo quanto às questões avaliadas e citadas acima. Concordamos que somos um país corrupto e nossa educação a pior. Mas o que fazemos quanto a isso?
Buscamos a melhor escola particular que cabe no nosso orçamento e lá matriculamos nossa cria. E quanto a corrupção? "Isso aí não tem jeito", "É tudo igual, só muda a sigla do partido", argumentam alguns. Outros são bem claros, "voto em branco", ou então "voto no fulano, é tudo corrupto, mas ele é melhor pra mim".
É isso companheiros, não estamos nem aí para as pesquisas, avaliações, índices e pontuações. Queremos a taça, a sexta estrela no peito. Nosso conformismo, enquanto não nos afeta diretamente, faz com que isso não seja nenhum problema direto. As manifestações que reivindicavam 6 milhões de coisas (tudo, ao mesmo tempo, agora) que ocorreram este ano, foram apenas um alvoroço (#ogiganteacordou), disperso com alguns tiros de borracha, sanções presidenciais meia-boca e misteriosos grupos de mascarados (que não eram ninjas, mas surgiram do nada) para desarticular estrategicamente o movimento.
E a cereja do bolo é que a mídia divulga essas pesquisas para cumprir seu papel social de levar a informação ao povo, mas principalmente para que as classes média e alta digam: "Eu quero é novidade!", enquanto leem a informação de seus smartphones, tablets, notebooks e afins, assistem em suas TVs de LED/LCD (já compradas para o mundial), ou escutam no rádio dos seus carros.
Legião Urbana - 1965 (Duas Tribos)
A primeira pesquisa aponta o Brasil em 72º lugar no ranking da corrupção. Uma ligeira "melhora" para nós que, no ano passado, estávamos em 69º. A classificação é feita com base em opiniões de especialistas, empresários, agências de risco, investidores e pesquisas de 13 entidades internacionais sobre a percepção que eles têm sobre a transparência do poder público dos países avaliados.
Já na educação o Brasil também vai mal. Dos 65 países classificados, ele está em 58º lugar. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) avalia três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. As avaliações acontecem a cada três anos e em 2012 a matemática foi a área avaliada. Apesar de sermos o país que apresentou a maior melhora na pontuação, o índice ainda é preocupante.
Retomo ao primeiro parágrafo, onde falava sobre o entusiasmo e a euforia sobre o sorteio do campeonato mundial de futebol. Porque não fomos avaliados quanto ao desempenho em Copas do Mundo? Existe em todos nós um monstruoso conformismo quanto às questões avaliadas e citadas acima. Concordamos que somos um país corrupto e nossa educação a pior. Mas o que fazemos quanto a isso?
Buscamos a melhor escola particular que cabe no nosso orçamento e lá matriculamos nossa cria. E quanto a corrupção? "Isso aí não tem jeito", "É tudo igual, só muda a sigla do partido", argumentam alguns. Outros são bem claros, "voto em branco", ou então "voto no fulano, é tudo corrupto, mas ele é melhor pra mim".
É isso companheiros, não estamos nem aí para as pesquisas, avaliações, índices e pontuações. Queremos a taça, a sexta estrela no peito. Nosso conformismo, enquanto não nos afeta diretamente, faz com que isso não seja nenhum problema direto. As manifestações que reivindicavam 6 milhões de coisas (tudo, ao mesmo tempo, agora) que ocorreram este ano, foram apenas um alvoroço (#ogiganteacordou), disperso com alguns tiros de borracha, sanções presidenciais meia-boca e misteriosos grupos de mascarados (que não eram ninjas, mas surgiram do nada) para desarticular estrategicamente o movimento.
E a cereja do bolo é que a mídia divulga essas pesquisas para cumprir seu papel social de levar a informação ao povo, mas principalmente para que as classes média e alta digam: "Eu quero é novidade!", enquanto leem a informação de seus smartphones, tablets, notebooks e afins, assistem em suas TVs de LED/LCD (já compradas para o mundial), ou escutam no rádio dos seus carros.
Legião Urbana - 1965 (Duas Tribos)
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Consciência... negros, brancos, índios e mulatos!
Desde a semana passada vejo um certo burburinho a respeito das cotas para negros em concursos públicos. Uma maioria, esmagadora, se posicionando contrária a ideia de que a medida adotada por universidades em todo o país se estenda às repartições públicas.
Acho válido o objetivo das cotas. Acredito na defesa da medida como um "reparador" dos danos causados em mais de 500 anos de discriminação e abuso contra uma grande parcela do nosso país. Não precisa ser um profundo conhecedor da história para saber o que se passou com os milhões de homens, mulheres e crianças arrancados do continente africano e levados mundo a fora para servir aos senhores e senhoras religiosos e bondosos (que contribuíram muito bem com o reino e iam à igreja aos domingos).
Um colega de jornalismo, professor de uma conceituada universidade federal, esbravejou quando me posicionei a favor da medida, anos atrás. Logo ele respondeu que não tinha culpa nenhuma de nada e não poderia pagar "Eu não fiz nada contra os negros". Fiquei sem entender. Um jornalista, professor universitário, intelectual, cineasta, com um discurso tão inflamado e cheio de ódio. Por quê?
Não consegui achar motivo, no fundo dos olhos verdes e da pele rosada do colega. Mas talvez todo o contexto em que ele se encontrava podia dizer por si só. Não tenho a pele negra, mas me considero negro por saber bem do meu passado, do meu avô com seus quase 90 anos e do meu bisavô que morreu com mais de cem anos. Ou mesmo do meu pai, mais claro do que eu, mas com um dos cabelos black powers e grisalhos mais maneros que conheço. Assim como sei das minhas raízes indígenas (da bisavó pega a laço que todos temos) e europeias também (com meus avós, bisavós e tios-avós de olhos verdes, azuis e cor-de-mel).
Meu bisavô nascido no início da década de 1880, viu um Brasil que nenhum de nós viu. Por pouco ele não nasceu escravo (salvo pelo "Ventre Livre"), mas sentiu o poder de uma discriminação de quase 400 anos sobre um povo que nunca teve direitos. Nasceu vendo pais analfabetos, morreu analfabeto e deixou uma dezena de filhos analfabetos. Com certeza virá alguém dizer que não estudaram porque não quiseram. Não, caras-pálidas! Não estudaram porque não puderam e o trabalho era fundamental para sua sobrevivência.
Trabalhar de domingo à domingo, sob Sol e chuva para garantir o mínimo do mínimo, recebendo muito pouco (ou quase nada). Ainda assim ultrapassou os cem, viu um século inteiro de pequenas melhorias, mas não o suficiente para que os filhos tivessem uma vida tão melhor quanto a dele. Alguns viveram e morreram na mesma casa minúscula, de teto baixo, quatro cômodos e que (muito tempo depois) ganhou o luxo de um banheiro dentro de casa.
Não quero, de maneira alguma, comover quem quer que seja com esses relatos, mas acho que as cotas reparam (ainda que tardiamente) um mal histórico. Os negros "recém-libertos" se viram escravos da miséria e ignorância numa escala ainda pior do que quando pertenciam aos seus senhores. O "favor" que a princesa lhes fez tinha, muito mais, uma pressão internacional por trás do que um bondoso gesto real. Os ex-escravos se viram livres, mas sem estudos e ninguém disposto a pagar por um serviço que antes eles faziam gratuitamente.
Quando os senhores se viam no direito de pagar por algo, a esmola era dada com a má vontade que dizem dar até dor de barriga em quem recebe. Sem estudos, moradia, emprego e logo sem saúde, o que fazer para não morrer de fome, nem ver seus filhos morrerem? A resposta se dá com milhares de negros presos por furtos e roubos, resultando numa triste relação de "amor" e ódio com a polícia e que todos sabemos o final.
Chico César - Respeitem meus cabelos brancos
A história do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, tem um importante capítulo a partir do momento em que recebeu milhares desses ex-escravos, dando origem à centenas de cortiços no centro da capital (com péssimas condições sanitárias) e, posteriormente, após uma política de "higienização social" criou-se as favelas cariocas. Quais oportunidades você acha que se criaram para os negros apenas nos cem anos que meu bisavô viveu? O que, magicamente, melhorou com a abolição?
O grande problema é que as cotas tornaram-se uma solução de médio prazo, hoje temos colhido bons resultados das medidas adotadas pelas universidades há cerca de dez anos. Mas que outras medidas, além das cotas, tem se buscado? (talvez elas existam, mas desconheço) Ainda se sofre muito com o preconceito no nosso país e as estatísticas comprovam onde é que "o bicho pega".
Uma pesquisa apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) traz dados preocupantes sobre a questão da violência contra a população negra do país. De acordo com o instituto o adolescente negro brasileiro tem quatro vezes mais chances de ser assassinado do que um branco. Ainda de acordo com a pesquisa, na década de 1980 a média de idade de negros vítimas de homicídio era de 26 anos, hoje ela é de apenas 20 anos. Segundo Daniel Cerqueira, chefe da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado das Instituições e da Democracia (Diest), mais de 60 mil pessoas são assassinadas a cada ano no Brasil, e “há um forte viés de cor/raça nessas mortes”, pois “o negro é discriminado duas vezes: pela condição social e pela cor da pele”¹.
Para a pedagoga Jussara de Barros "O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais. (...) marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade. Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutir e trabalhar para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país"².
Natiruts - Palmares 1999
A data é comemorada em 20 de novembro, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e um dos maiores combatentes da escravidão (ainda que alguns historiadores afirmem que até mesmo Zumbi teve seus escravos). Mas não vim aqui polemizar, nem desmerecer, ou supervalorizar ninguém. Afinal, o que define pessoas boas e ruins está mais fundo do que a derme ou a epiderme.
Este post é uma provocação à refletirmos sobre problemas históricos em nosso país. A história dos negros é sofrida, humilhante e cruel. As religiões de origem africana, os costumes, os estilos musicais e tudo referente à cultura negra sempre foram as que mais sofreram/sofrem preconceitos dentro de nossa sociedade.
Ninguém precisa concordar com meus argumentos, mas que a gente consiga refletir a respeito. Apóio as cotas universitárias para alunos de escolas públicas. Acho que isso atende tanto aos negros, pardos, mulatos e a muitos brancos que vivem uma situação de privação de dificuldades financeiras. Mas as cotas para negros transcende a questão de renda. Ela toca no âmbito do preconceito, que associada à baixa renda é muito mais cruel e desumana. As cotas buscam restabelecer um laço social de inclusão do negro e da sua cultura dentro da nossa sociedade.
Apenas acho que ninguém pode desmerecer, ou ridicularizar o sistema de cotas sem antes apresentar um bom argumento, uma outra opção para reparar os danos, ou uma solução para o fim do preconceito dentro da nossa sociedade. Para mim quem apenas critica, sem ao menos conseguir dialogar sobre o assunto, me parece um menino mimado e birrento que não teve seu pedido atendido de imediato e ao ver o irmão receber um presente qualquer se sente no direito de receber algo melhor.
¹fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-17/ipea-jovem-negro-corre-37-vezes-mais-risco-de-assassinato-do-que-branco
²fonte: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-nacional-da-consciencia-negra.htm
Acho válido o objetivo das cotas. Acredito na defesa da medida como um "reparador" dos danos causados em mais de 500 anos de discriminação e abuso contra uma grande parcela do nosso país. Não precisa ser um profundo conhecedor da história para saber o que se passou com os milhões de homens, mulheres e crianças arrancados do continente africano e levados mundo a fora para servir aos senhores e senhoras religiosos e bondosos (que contribuíram muito bem com o reino e iam à igreja aos domingos).
Um colega de jornalismo, professor de uma conceituada universidade federal, esbravejou quando me posicionei a favor da medida, anos atrás. Logo ele respondeu que não tinha culpa nenhuma de nada e não poderia pagar "Eu não fiz nada contra os negros". Fiquei sem entender. Um jornalista, professor universitário, intelectual, cineasta, com um discurso tão inflamado e cheio de ódio. Por quê?
Não consegui achar motivo, no fundo dos olhos verdes e da pele rosada do colega. Mas talvez todo o contexto em que ele se encontrava podia dizer por si só. Não tenho a pele negra, mas me considero negro por saber bem do meu passado, do meu avô com seus quase 90 anos e do meu bisavô que morreu com mais de cem anos. Ou mesmo do meu pai, mais claro do que eu, mas com um dos cabelos black powers e grisalhos mais maneros que conheço. Assim como sei das minhas raízes indígenas (da bisavó pega a laço que todos temos) e europeias também (com meus avós, bisavós e tios-avós de olhos verdes, azuis e cor-de-mel).
Ellen Oléria - Zumbi
Meu bisavô nascido no início da década de 1880, viu um Brasil que nenhum de nós viu. Por pouco ele não nasceu escravo (salvo pelo "Ventre Livre"), mas sentiu o poder de uma discriminação de quase 400 anos sobre um povo que nunca teve direitos. Nasceu vendo pais analfabetos, morreu analfabeto e deixou uma dezena de filhos analfabetos. Com certeza virá alguém dizer que não estudaram porque não quiseram. Não, caras-pálidas! Não estudaram porque não puderam e o trabalho era fundamental para sua sobrevivência.
Trabalhar de domingo à domingo, sob Sol e chuva para garantir o mínimo do mínimo, recebendo muito pouco (ou quase nada). Ainda assim ultrapassou os cem, viu um século inteiro de pequenas melhorias, mas não o suficiente para que os filhos tivessem uma vida tão melhor quanto a dele. Alguns viveram e morreram na mesma casa minúscula, de teto baixo, quatro cômodos e que (muito tempo depois) ganhou o luxo de um banheiro dentro de casa.
Não quero, de maneira alguma, comover quem quer que seja com esses relatos, mas acho que as cotas reparam (ainda que tardiamente) um mal histórico. Os negros "recém-libertos" se viram escravos da miséria e ignorância numa escala ainda pior do que quando pertenciam aos seus senhores. O "favor" que a princesa lhes fez tinha, muito mais, uma pressão internacional por trás do que um bondoso gesto real. Os ex-escravos se viram livres, mas sem estudos e ninguém disposto a pagar por um serviço que antes eles faziam gratuitamente.
Quando os senhores se viam no direito de pagar por algo, a esmola era dada com a má vontade que dizem dar até dor de barriga em quem recebe. Sem estudos, moradia, emprego e logo sem saúde, o que fazer para não morrer de fome, nem ver seus filhos morrerem? A resposta se dá com milhares de negros presos por furtos e roubos, resultando numa triste relação de "amor" e ódio com a polícia e que todos sabemos o final.
Chico César - Respeitem meus cabelos brancos
A história do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, tem um importante capítulo a partir do momento em que recebeu milhares desses ex-escravos, dando origem à centenas de cortiços no centro da capital (com péssimas condições sanitárias) e, posteriormente, após uma política de "higienização social" criou-se as favelas cariocas. Quais oportunidades você acha que se criaram para os negros apenas nos cem anos que meu bisavô viveu? O que, magicamente, melhorou com a abolição?
O grande problema é que as cotas tornaram-se uma solução de médio prazo, hoje temos colhido bons resultados das medidas adotadas pelas universidades há cerca de dez anos. Mas que outras medidas, além das cotas, tem se buscado? (talvez elas existam, mas desconheço) Ainda se sofre muito com o preconceito no nosso país e as estatísticas comprovam onde é que "o bicho pega".
Uma pesquisa apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) traz dados preocupantes sobre a questão da violência contra a população negra do país. De acordo com o instituto o adolescente negro brasileiro tem quatro vezes mais chances de ser assassinado do que um branco. Ainda de acordo com a pesquisa, na década de 1980 a média de idade de negros vítimas de homicídio era de 26 anos, hoje ela é de apenas 20 anos. Segundo Daniel Cerqueira, chefe da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado das Instituições e da Democracia (Diest), mais de 60 mil pessoas são assassinadas a cada ano no Brasil, e “há um forte viés de cor/raça nessas mortes”, pois “o negro é discriminado duas vezes: pela condição social e pela cor da pele”¹.
Para a pedagoga Jussara de Barros "O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais. (...) marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade. Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutir e trabalhar para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país"².
Natiruts - Palmares 1999
A data é comemorada em 20 de novembro, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e um dos maiores combatentes da escravidão (ainda que alguns historiadores afirmem que até mesmo Zumbi teve seus escravos). Mas não vim aqui polemizar, nem desmerecer, ou supervalorizar ninguém. Afinal, o que define pessoas boas e ruins está mais fundo do que a derme ou a epiderme.
Este post é uma provocação à refletirmos sobre problemas históricos em nosso país. A história dos negros é sofrida, humilhante e cruel. As religiões de origem africana, os costumes, os estilos musicais e tudo referente à cultura negra sempre foram as que mais sofreram/sofrem preconceitos dentro de nossa sociedade.
Ninguém precisa concordar com meus argumentos, mas que a gente consiga refletir a respeito. Apóio as cotas universitárias para alunos de escolas públicas. Acho que isso atende tanto aos negros, pardos, mulatos e a muitos brancos que vivem uma situação de privação de dificuldades financeiras. Mas as cotas para negros transcende a questão de renda. Ela toca no âmbito do preconceito, que associada à baixa renda é muito mais cruel e desumana. As cotas buscam restabelecer um laço social de inclusão do negro e da sua cultura dentro da nossa sociedade.
Apenas acho que ninguém pode desmerecer, ou ridicularizar o sistema de cotas sem antes apresentar um bom argumento, uma outra opção para reparar os danos, ou uma solução para o fim do preconceito dentro da nossa sociedade. Para mim quem apenas critica, sem ao menos conseguir dialogar sobre o assunto, me parece um menino mimado e birrento que não teve seu pedido atendido de imediato e ao ver o irmão receber um presente qualquer se sente no direito de receber algo melhor.
Zeca Baleiro - Alma não tem cor
¹fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-17/ipea-jovem-negro-corre-37-vezes-mais-risco-de-assassinato-do-que-branco
²fonte: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-nacional-da-consciencia-negra.htm
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Menor Idade Penal?
Dias atrás me questionava e conversava a respeito da redução da maioridade penal, relembrando e vendo alguns casos de menores infratores na TV. Difícil opinar, mas com certeza o que precisamos não é a redução. Antes que me preguem na cruz, quero deixar claro que sou a favor de adolescentes responderem por seus atos.
Mas o que acontecerá depois que reduzirem (caso isso aconteça)? Teremos jovens de 16 dentro de celas que já não cabem mais nem os marmanjos com mais de 18? Será, então, uma questão de tempo até que se peça a redução para 14, 12, 10...
Redução, infelizmente não é solução para o Brasil (pelo menos até os dias de hoje). Nem sei se tem sido solução em outros países onde isso já é uma realidade. Talvez a solução esteja na maior oferta de trabalho, creches, escolas e vários outros pontos que os contrários à redução sempre defendem.
Só que, mesmo não concordando com a redução, para curto prazo é difícil ver outras possibilidades . A juventude está perdida entre drogas e violência. Todos os dias adolescentes (e cada vez mais crianças) protagonizam atos de violência. Matam, roubam, sequestram e aterrorizam o dia-a-dia dentro das cidades.
Não sei se por culpa do "sistema capitalista"; se por culpa dos "pais" que largaram as "mães" sozinhas e não criaram nem assumiram sua responsabilidade com seus filhos; se por conta das mães de família que precisam trabalhar de domingo à domingo e não têm com quem deixar os filhos e (muitas vezes) os netos; se pelas crianças abandonas ao descaso nas ruas ou se por 200 outros motivos que cada um pode listar.
Não vejo luz no fim desse túnel. Pelo menos para amanhã, ou depois, não sei o que poderíamos fazer. Mas algo deve ser feito com urgência. A redução é um paliativo, que trará ainda mais problemas para nosso país com um sistema prisional tão desumano e cruel. O investimento em educação leva tempo, um tempo que muitos de nós não teremos até que ele se conclua.
Enquanto a pobreza, a criminalidade e a ignorância forem moedas de troca a cada quatro anos e nós eleitores/cidadãos nos submetermos a isso, é impossível esperar soluções eficazes. Até porque todos esses problemas movimentam questões financeiras muito maiores.
O tráfico e o crime organizado recrutam milhares de jovens soldados a cada novo dia, oferecendo o "status" que nossa TV vende a todo instante. O sexo e as drogas em excesso tornaram-se "culturais" dentro da sociedade. Enquanto a violência, enlatada e vendida pela América do Norte estimula um milionário e grandioso mercado de armas (fabricadas lá, por sinal).
A família não é mais um referencial (por favor não venham me dizer que o apoio ao casamento homoafetivo destruiu a família, pois muitas crianças abandonas por "héteros" têm garantido seus lares nessas famílias) e as religiões correm atrás do prejuízo, mas não conseguem salvar muit@s tanto quanto gostaria e deveria. Até porque a fé está em desuso e fora de moda no modelo sociocultural moderno, que precisamos nos enquadrar. Além disso, muitas religiões pregam tanto preconceito e intolerância (religiões que estão mais perto do que muitos imaginam) que fica difícil imaginar as coisas melhores.
E enquanto não se resolve tudo isso o que fazer?
Até lá, cabe a cada um cuidar dos seus, mas pensando e respeitando o outro. Caridade, respeito, compaixão, perdão... o cultivo do bem continua sendo a melhor saída e a melhor proteção (ainda que a crueldade e o interesse não respeitem nada disso) enquanto todos não aprendermos a lutar pela igualdade de direitos.
Legião Urbana - Mais do Mesmo
sábado, 2 de novembro de 2013
Curto esse Curta!
A morte é sempre motivo para frustração, angústia, apreensão, medos e lembranças dolorosas para todos que perderam pessoas próximas. Ninguém a espera, pelo menos a grande maioria de nós não. Hoje, Dia de Finados, mais do que lamentar e sentir as ausências é um dia para se pensar nesta hora derradeira.
E você, tem se preparado para a sua morte? Tem se preparado para a morte dos seus? Polêmico, elogiado, "sombrio" e engraçado, o curta metragem abaixo traz muita discussão e reflexão sobre o tema. Afinal morrer nunca foi o grande problema, viver sim.
A produção nacional traz Laura Cardoso e Paulo José no elenco.
Morte - com Laura Cardoso e Paulo José
E você, tem se preparado para a sua morte? Tem se preparado para a morte dos seus? Polêmico, elogiado, "sombrio" e engraçado, o curta metragem abaixo traz muita discussão e reflexão sobre o tema. Afinal morrer nunca foi o grande problema, viver sim.
A produção nacional traz Laura Cardoso e Paulo José no elenco.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Ele voltou!
Aliás... voltamos! Retomando as postagens e a atualização dos blogs. Tanto do Candango Calango, quanto do Brasil Musicado. Pouco mais de um ano após a perda da minha mãe, seguida pela da minha vó, retomo as postagens, com bem mais frequência, por aqui e por lá.
Por falar em Brasil Musicado, espia lá! Tem texto novo, muito bem acompanhado por Tom Jobim, Vanessa da Mata, Itamar Assumpção, Zélia Duncan, Martinho da Vila e Ney Matogrosso. Vale conferir e ouvir.
Brasil Musicado: brasilmusicado.blogspot.com
Por falar em Brasil Musicado, espia lá! Tem texto novo, muito bem acompanhado por Tom Jobim, Vanessa da Mata, Itamar Assumpção, Zélia Duncan, Martinho da Vila e Ney Matogrosso. Vale conferir e ouvir.
Brasil Musicado: brasilmusicado.blogspot.com
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