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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Indiferente

De frente para o espelho não me reconheci. Procurei uma beleza que não possuía, traços que jamais desenharão meu rosto.
Indiferente com a juventude me excedi. Não pensei que tudo pudesse ser efêmero ou que o caminho pudesse estar tão torto.

De frente para a TV me esqueci. Deixei me seduzir por luzes e sons. Me contentei com muito pouco.
Indiferente para meus problemas continuei a assistir. Olhei minha vida esperando que alguém pudesse deixar tudo pronto.

De frente para o meu caderno não escrevi. Me faltou a inspiração, ou talvez me sobrou alegria para poder escrever minhas tristezas.
Indiferente para os meus sonhos dormi. Duvidei, acreditando que eram as ilusõses noturnas e suas incertezas.

De frente para a fome, não comi. Saciado fiz de conta que o faminto não era um problema meu e o deixei lá fora.
Indiferente para a culpa não a senti. Continuei andando até que tudo fosse embora.

De frente para o tempo sofri. Tentei reviver, tarde demais, tudo o que tinha deixado de perceber, amar, viver e sentir.
Indiferente para a vida morri. Olhei ao redor e vi tudo o que jamais tive e o que nunca irei sorrir.

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