Aonde eu queria chegar com toda aquela pressa? Me esqueci dos motivos que me apressavam tanto, se não tinha nada para fazer. Você segurou minha mão e a calma me tomou. Me lembrei que tinha você comigo naquele instante. Era tarde, mas todos pareciam estar na rua procurando criminosos. Buscando algum amor escandaloso e que os incomodassem.
Não poderia te abraçar, te beijar, ou te querer mais do que com o olhar. Mas tinha você pra sempre, enquanto esse "sempre" durasse. Três quadras andando, conversando contigo e aproveitando o descuido do mundo (que por alguns instantes deixava de nos vigiar) pra fechar meus olhos e de alguma forma poder segurar sua mão e te roubar um beijo.
Já me bastava tudo aquilo. Mesmo sendo pouco era o suficiente pra me fazer bem. Ao teu lado me liberto um pouco de mim e posso voar mais alto. - Você vem comigo? Antes que você pudesse me responder te puxei apressando meus passos para que não perdesse seu ônibus. Despedida sem beijos e abraços, mas amanhã pela manhã antes de abrir meus olhos, espero que passes pela minha cama.
Zélia Duncan - Mãos atadas
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
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