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domingo, 20 de abril de 2014

Quase Choros

Ao lado da minha cama, ela repousa numa foto. Congelada no tempo, permanece ali do meu lado. Meus olhos decoram cada detalhe, cada ponto dentro da moldura. Enquanto me lembro saudoso como eram os dias ao seu lado. Desesperançoso com aqueles que ainda virão.

O choro fica por um eterno instante, esperando. À mercê da última gota. E esse quase chorar se intercala entre uma prece e uma tristeza. Como aquelas certezas que o tempo se encarrega de trazer, mesmo sabendo que ele nunca levou qualquer ausência pra longe daqui.

Queria poder chorar, mas choro não se vulgariza, não se banaliza. Esse choro entalado, me corrói. Se prende e vai encharcando a alma. Pesando, inchando e prendendo tudo por dentro. Talvez por isso os lamentos sejam tão repetitivos e rotineiros.

Choro não sai, lágrima não cai, grito não sobressai e me fica e dúvida se talvez seja por isso que a mãe não volte.

Vanessa da Mata - Por Causa de Você

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