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sábado, 14 de junho de 2014

Sonhos e Sons

Num trânsito dos menos agradáveis, na volta pra casa, o som do carro tocava aleatoriamente as músicas do pendrive. De repente a escolha traz a música mais bonita (e mais triste, na minha opinião) do rock nacional.

De imediato pude ouvir minha mãe, como se estivesse sentada ao meu lado, dizendo: Essa música é linda! Com certeza ela cantaria toda, alto e rindo dos outros nos carros ao lado se assustando com suas gargalhadas. E como sempre, essas lembranças vêm trazer à tona tudo, o mundo, o tempo, as histórias...

A cabeça voltou alguns anos e de repente foi atrás, na noite anterior. Me encontrei com minha mãe nas ruas. Ela tão feliz, me segurando pelas mãos e levando pelas quadras, praças. Parecíamos estar na nossa cidade, mas ao mesmo tempo não conseguia reconhecer alguns dos espaços por onde andamos.

Eu não disse nada, não conseguia falar por conta do choro. Queria avisá-la, mas sabia que aquilo nos afastaria outra vez. Só chorava, enquanto ela fingia não ligar/ver a minha reação. Ah, que saudade daquele sorriso, daquelas gargalhadas. Haja choro!

Enquanto isso, o trânsito seguia se arrastando numa média de 10 km/h. Cada frase cantada remetia a cada lágrima sonhada. Mas as choradas agora eram reais, quentes, úmidas e salgadas. Tentava acompanhar o Renato, mas volta e meia engasgava em uma estrofe, ou no refrão.

Repeti a canção até chegar em casa, onde minha tia me trouxe outra lembrança (por conta dessa canção) numa praia perto de Salvador (BA), outro momento onde minha mãe também estava. De tarde, querendo descansar, chegando até a praia e vendo se o vento ainda estava forte...

Legião Urbana - Vento no Litoral

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