Das incertezas que a vida me trouxe, nunca havia pensado que tudo nessa vida é uma grande incerteza. Sem verdades plenas, certezas absolutas, repostas inquestionáveis ou soluções definitivas, vida é uma inconstante feito a maré.
Ah, como seria bom se tudo tivesse uma imutalidade, ou imobilidade eterna. Sem surpresas, sustos, ou imprevistos. Olhar para frente, para o futuro, e poder enxergar toda uma vida encaixada perfeitamente sabendo, do começo ao fim, tudo o que ela iria nos oferecer.
Ai, como isso seria um pé no saco também. Tudo quadradinho, sem friozinho na barriga, sem gargalhadas, sem lágrimas. Olhar para trás, para o passado, e perceber que se viveu conforme milhões de escolhas feitas a cada momento vivido, planejando a cada instante o "por vir".
Só que vida é água que corre por onde a natureza permite. Entra por frestas, escorre por entre os dedos e mostra a sutileza e a beleza de estar presente em todo lugar. Se adaptando à tudo, ela é flexível, ela apenas faz o que tem de fazer, flui.
Segue o fluxo, mas quando é oprimida pelas margens não cabe em si, transborda e busca sua rota. Quando já foi devastada ela derruba barrancos, invade lares, arrasta tudo o que a quiser conter para mostrar sua força contra a violência e a destruição.
Água é vida para quem morre de sede. Vida é água para quem morre cedo. Porque precisa ser como tiver de ser, no frio é quente, no calor é gelada. Antes gelo, que conforme esquenta derrete e liquidifica fazendo sua forma e ganhando vida. No final, assim como a morte, termina seu ciclo, evapora e some.
O Teatro Mágico - Camarada D'água
segunda-feira, 26 de março de 2012
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