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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Preto Consciente

Ter raízes mineiras, goianas, matogrossenses e potiguares me pluralizou. Mesclou e abrasileirou minha cara lerda, meu nariz semi-largo, meu cabelo cacheado, minha barba fechada, minha falta de tamanho, ou mesmo meu sangue grosso.

Mas ainda com tanta mistura me declaro negro. Sim, minhas raízes são negras. Também possuo brancas e indígenas, mas a influência afro pesou na mistura. Uns me definem como moreno, mas sei bem o que vejo além do reflexo no espelho e por vezes nos olhares mais temerosos.

Que um dia esse feriado seja abolido. Não numa assinatura mal-feita, como foi com a escravidão. Mas em definitivo, sem rastros de sangue, intolerância e discriminação. Que todos possam se olhar no espelho e  perceber a cota negra em suas veias.

Sinto-me consciente de quem sou. Um preto consciente da sua história familiar, social e cultural. Mas a grande verdade é que enquanto precisarmos nos definir em tudo, nada se resolverá.

Enquanto houver as separações haverá essa diferença boçal de gente que se acha ser superior. Aliás, esse discurso já promoveu e ainda promove guerras.

Hoje eu queria apenas lembrar que numa sociedade tão mista e ao mesmo tempo tão intolerante e preconceituosa quanto a nossa sempre é dia para se ter consciência, negros, índios, pardos, amarelos, vermelhos e brancos!

Criolo - Sucrilhos 

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