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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dor de saudade

Acordei com o peito apertado. Doía uma dor não-física, mas não posso dizer que minha alma doía. Era saudade. Dor de saudade, de uma intensidade gigantesca como se eu estivesse há semanas sem te ver. Daí veio o desespero, porque faziam poucas horas que nós estávamos juntos.

Fiquei com medo de ter baixado a guarda demais. Com os punhos sempre erguidos eu esperava a qualquer momento o golpe, por isso a defensiva. Posição de combate de quem esteve em muitas brigas, mas você me desarmou. Me deixou de olhos fechados depois do beijo, sorrindo e esperando outro beijo. E agora?

O peito doía e a cabeça se confundia. Não queria amar. Não queria pensar que amar poderia me deixar fraco e jogar por terra todo o fortalecimento que adquiri nos últimos meses. A agonia aumentou, o café forte e amargo acelerou ainda mais a andança pelo corredor. Do quarto pra sala, da sala pra cozinha, da cozinha pra varanda, da varanda pro escritório...

- Alô?, bom dia! - falei de olhos fechados e sorrindo. Do outro lado você parecia me oferecer um sorriso, retribuindo o voto de bom dia. Sorri, mas me vi mais apreensivo. Agora precisar te ver, te tocar, te sentir, te beijar. Até que ouvi: - Amor, tô com saudades de você e não sei o que faço. Acho que nos vermos todos os dias está sendo pouco, vamos ter de morar juntos - me disse. Nós dois rimos e concordei.

Desliguei e a saudade chegou em seu último estágio de tortura. Sua ausência tinha preenchido todos os espaços. Me entreti com a internet e aos poucos foi amenizando o desespero. Em algum momento, quase uma hora depois, voltou aquela saudade, mas dessa vez era você quem me ligava. Parecia ter sentido a saudade que eu sentia. Como se ela emanasse algo tão forte que havia chegado até você. A sua desculpa para me ligar em um curto espaço de tempo era de querer apenas ouvir minha voz.

Desisti de temer te querer. Deixa ser o que tiver de ser. Teremos um ao outro enquanto for permitido, se um dia formos embora é porque já não há mais razão pra ser. Só o tempo sabe ao certo. Agora é nosso melhor momento, então vamos vivê-lo.

Djavan - Cigano

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