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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Momento Pedro Juan Gutiérrez

"Se estou rodeado de silêncio, eu sou eu. E isso me basta. Minha vida se dispersa continuamente. Como um rio que sai do leito e transborda sobre a terra. Então, tenho de abandonar muitas coisas e pensar no que é útil e bom. Só assim controlo as águas e as faço voltar ao seu leito. É como um pêndulo. Foi sempre assim. Já me acostumei a viver com essas inundações que arrasam tudo, e depois a calma, o controle, a solidão, o silêncio. É como uma longa aprendizagem. Infinita. Desconfio que nunca se concluirá."

"Sempre vivi como se fosse interminável. Quero dizer que destruo tudo continuamente (...)
Talvez seja o hábito de não cultivar, não guardar, não prever. Pouco a pouco foi aumentando o peso sobre minhas costas. Escombros demais. Dessa forma, adquiri o costume de me aproveitar de tudo e de todos. Um maldito senso pragmático da vida.

Passo a vida fazendo contas. Calculando quanto entrego e quanto me dão em troca. Eu achava que era um cara bom, mas essa mania de matemática me fez ficar desolado, virei terra. Daí apareceu uma bela garota em minha vida, que focalizou em mim seus olhos e me passou uma mensagem telepática de amor. E eu acreditei.

Tinha de acreditar. Quando a gente se sente tão sozinho capta muito rapidamente uma mensagem assim e a leva com cuidado até o coração e a deposita ali e se entusiasma e acredita que já está tudo resolvido."

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