A gente só precisa de algum tempo, dias ou semanas longe da família pra comecer a entender a importância dela na nossa vida. Um rotina mudada de um dia para o outro e que é sentida facilmente. Estes pouco mais de 15 dias foram de casa muito vazia e silenciosa. O que não faz parte da rotina da minha.
Ironicamente, o dia de ontem (25) amanheceu frio e nublado. O sol timidamente fez algumas aparições e ventava muito. Com a chegada da tarde a meteorologia também ganhou novas previsões. Conforme minha família chegava mais perto do lar, o sol e o calor aumentavam. Não demorou muito o sol brilhava forte e a casa se enchia de gente, sons e abraços.
Até a cachorra (desanimada e sem comer direito nos últimos dias) balançou seu rabo com mais vigor, seguido por seu rebolado único, ao ver meus pais e meu irmão entrando pelo portão amarelo e longo. Todos recepcionados por minha vó contente e com saudades dos espirros escandalosos da minha mãe, da barulheira e da movimentação que todos fazemos.
Minha mãe dizia o quanto me queria por perto, ao seu lado. Quase chorando, como se jamais fosse me ver novamente. Sorrindo expus tudo o que queria e sentia, a contra gosto ela parece ter entendido meus anseios, mesmo não aceitando. Mudou de assunto e conversamos sobre a viagem e as coisas engraçadas que só acontecem com ela. Seguidas por aquela gargalhada gostosa, que ninguém além dela sabe dar, a casa toda ria junto.
Meu pai já largava as malas e tocava seu bandolim casa afora. Como exorcizando o vazio e o silêncio. Com seu jeito sério perguntou como eu estava. Ao mesmo tempo em que o seu olhar também queria me dizer as mesmas coisas que minha mãe havia me pedido. Mas seu jeito comedido esperaria que eu chegasse até ele e tratasse do assunto, para que só então desse a sua opinião.
Meu irmão, agitado, chegou fazendo perguntas sobre o seu filho e quase ignorando que passamos este tempo longe. Mas voltou diferente. Nossos diálogos estavam mais afetivos, porém ainda diretos e um pouco distantes. Ele também deve estar cheio de questionamentos quanto aos meus planos. Só que essas perguntas ele fará para nossa mãe, se eu o bem conheço (e conheço).
Com o passar da tarde, e tudo de volta a normalidade, o tempo retomou suas nuvens carregadas e escuras. Uma chuva leve e constante lavou e levou os resquícios daquela saudade quinzenal. Histórias, risadas, gargalhadas e bronzes enfeitaram a casa desde então. Família, tudo isso e mais um pouco.
Agora a casa era, novamente, um lar.
Simone e Zélia Duncan - Tô voltando
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