Novos rumos, velhos medos

"Traçar novos rumos implica em dizer não também. Abrir mão de algumas coisas para conquistar muitas outras. Pense nisso, arrisque-se!", foi o que eu me disse quando estava prestes a mudar de ideia.

No fim do dia um telefonema "anônimo" me ofereceu um emprego. Ao desligar fiquei confuso. Minha amiga me olhou assustada, acreditando que o telefonema tivesse um outro teor, um mais problemático/afetivo. Sorri e, guardando o celular no bolso, expliquei tudo, os prós e contras e a questionei (também me perguntando) se valeria tanto assim (?). Com aquele sorriso largo de sempre o seu "não sei" não me ajudou em nada.

Por um instante (ou vários minutos) pareceu tentadora a proposta, mas pensando bem... vamos prosseguir com o "plano". Podem me chamar de louco, afinal era tudo o que eu precisava. Pois bem, precisava. Hoje minha necessidade é a de me arriscar e me lançar de cabeça no incerto. Claro que tentando calcular todos esses riscos, sendo um ótimo canceriano nesse ponto.

Vi que havia vivido muitas coisas, mas faltava algo. "O que eu sei e conheço da vida?", me questionei mais uma vez. Além da janela do quarto existe o universo, existe muita coisa para se descobrir. Gostos para se provar, cheiros para se sentir, cores para se enxergar, prazeres para se gozar e uma vida inteira para se viver. Sim, viver a vida (não a novela) como ela é: incerta e cheia de desafios. Sentir um tesão motivador pelo duvidoso, já deixando de ser tão canceriano assim.

Sem acasos, o universo está me ajudando. Tudo tem fluído muito bem para que eu siga adiante. Minha atitude para os próximos meses não representa um grande passo para a humanidade, mas um salto e tanto para este ser humano que vos escreve.

Existem medos? Alguns, talvez bem menos do que eu imaginava. Mas quando tudo parece desandar o cheirinho bom da minha mãe me lembra que sei aonde achar abrigo.

Vanessa da Mata - Onde ir