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sábado, 26 de junho de 2010

O ato final

As coisas pareciam piorar e se complicar com o passar do tempo. A sensação de que nada iria dar certo e, de fato, tudo se mantendo na mesma situação fez o desespero ser inevitável. Ele achava que sabia o que um suicida pensava antes de cometer o ato final. Achava que entendia uma cabeça suicida, mesmo que não concordasse, mas entendia.

A corda no pescoço, o tiro na cabeça, o aço rasgando os punhos... doía, mas poderia ser menos doloroso do que aquele sofrimento que parecia jamais acabar. Felicidade tem validade, mas parece que tristeza vem de uma fonte inesgotável. Pode beber, pode chorar, pode gritar, você vai permanecer no mesmo lugar sentado ao lado da sua tristeza de estimação.

Uma dose qualquer, música e conversar à vontade já amenizam um pouco. Pelo menos curavam seu mal e lhe serviam de remédio. Nem sempre, mas nada é ou permanece igual nessa vida. Tudo muda, amores mudam e com eles as dores também mudam. E agora pra onde correr?, se questionou no fim da garrafa.

De repente se viu encurralado entre um monstro gigantesco e um outro, mais sutil, sedutor e duas vezes mais venenoso. Mas a culpa é sua, é o seu sangue que torna esse veneno mais forte e este monstro maior. Alguém o alertou que só havia um inimigo, um terceiro, aquele que criava no estômago. Só que ele duvidou que pudesse cometer tal covardia e crueldade contra si.

Mas esse alguém tinha razão. Como todos sempre têm suas parcelas de razão nessa vida, pensou. E pensar na vida, no momento em que ela não está bem, não é nada recomendável. Sabe como é, dificilmente se lembra das coisas boas. Principalmente quando a ênfase está nas ruins. E o que faço?, perguntou a uma amiga. Apenas sorria, respondeu a moça.

E ele sorriu. Um sorriso amarelo, sem graça, sem muitas outras coisas, mas era um sorriso. Não resolveu, mas melhorou. Tudo complicado na sua vida pessoal, mas com a saúde 100%. Fazendo um balanço otimista, tudo ia bem. Não sabia por onde esse "bem" ia, talvez por algum lugar bem longe dali. (Internacionalmente piegas, Soul far away)

Leoni e Herbert Vianna - Por que não eu?

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