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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Deus me esperava na esquina

Você sabe o que é planejar todo um dia e de repente as coisas não darem certo? Desencontros, telefonemas te chamando para novos compromissos e o único encontro que se concretiza é com Deus. Com Deus? Pois é, Ele mais uma vez veio bater um papo comigo. Encontrei Deus na minha esquina. Fazer o quê, Ele é quem manda.

Saí de casa na espectativa de tudo aquilo que estava pra acontecer. Já no meio do caminho recebi uma ligação de uma amiga querida, deveria ter voltado de imediato, mas como estava próximo ao meu destino agradeci o convite, me desculpei e fui até o local combinado com o pessoal. Tolice minha, Deus já havia esquematizado todo um plano para me levar até a igreja (na esquina da minha rua).

Pronto! Eu estava no local e horário combinados, ansioso e nada de aparecerem. Me ligam para dizer que não poderiam vir ao encontro, então entendo que tenho de voltar. Ir na igreja da minha esquina. Ligo para ver se ainda dava tempo, Aline (minha amiga) atende e diz que ainda está lá ajudando a pastora com a arrumação do templo. Hora de ter aquele encontro, que há semanas esperava.

Na entrada da igreja dois casais conversavam. Dois pastores, uma pastora e a esposa de um dos religiosos. Comprimentei a todos e entrei no templo, onde minha amiga estava acompanhada de outra fiel ajeitando o local. O lugar é uma loja pequena, simples e arrumada. Paredes brancas, piso de cerâmica clara e na frente, atrás do altar, um painel com uma paisagem de cachoeira. A abracei e começamos a conversar sobre um casal de amigos que estavam recém-casados.

No meio da conversa a pastora entra na igreja já falando diretamente pra mim. Uma mulher muito simples que jamais imaginaria que ela seria pastora (a visão estereotipada atacando mais uma vez). Ela chegou até mim revelando, como se diz, o que Deus tinha para me falar. Alguns podem duvidar, rir, ou acreditar fervorosamente, mas apenas leiam e no final concluam o que bem entenderem. Tive uma criação católica e envolvimento com grupos da igreja. Mas na fase adulta abri meus horizontes e busquei o conhecimento em outras religiões.

Sem seguir doutrinas eu apenas conheci o que as outras religiões pregavam. Me encantei pelos "conceitos" do Kardecismo e pelas vestimentas, a história e a música do Candomblé e da Umbanda, mas não aderi a nenhuma dessas religiões. Como está na moda dizer: apenas trabalho minha espiritualidade. Minha fé, minhas crenças profetizadas de dentro do meu quarto e do meu coração me valem muito.

A pastora, que nunca me viu e que não conhece meus anseios (minhas histórias, meus sonhos) me aliviou e me disse tudo aquilo que eu questionei durante minhas orações. Respostas que me impregnaram de uma felicidade que não se pode expressar em textos. Meu sorriso desde então ficou estampado e mais largo (quase bobo, como é quase sempre).

O encontro, o "lance", foi tão fantástico que os poucos pensamentos que tive, nos momentos em que não estive concentrado no que Deus (por intermédio da pastora) me dizia, foram respondidos. Sim, temos aqui duas opções: ou a pastora possui incríveis poderes mutantes, ou tudo foi real. E a sincronia perfeita me faz crer no real, mesmo que a fé não seja algo na qual se pode tocar, não é apalpável (sendo "irreal" para olhares ateus).

Quando ela tocou no meu peito e orou, o mal sumiu. Alguém abriu meu corpo e garimpou o que de pior se escondia lá dentro. Meu coração lapidado reluziu e o sorriso firmou-se de vez no rosto. Como posso duvidar se depois daquilo não consegui manter as tristezas de antes. Agradecia a Deus, agradecia a pastora e sorria, foram as poucas coisas que consegui fazer neste momento de fé.

No fim, ainda me questionei por quê do encontro e todo o mais não ter dado certo. De imediato, ela me disse: Deus manda dizer que nada é por acaso. Por isso não é por acaso que você está aqui hoje. Ele te trouxe aqui.

Jason Mraz - God rests in reason

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